quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O Argumento Teleólogico

Ingenuamente algumas pessoas pensam que o ateísmo é uma quetão de ignorância.
Essas pessoas estão erradas e provavelmente não entendem como as coisas acontecem.
Ateus muitas vezes se tornam tais justamente por entender tais coisas.
Porém o crer em Deus está muito longe de ser uma ignorância como alguns ateus apregoam por aí.
Temos também evidências para crer em uma divindade.
Achei este assunto muito bem elaborado no site que segue.
Leiam :




William Lane Craig - parte 5 - O Argumento Teleológico do “Ajuste Fino” PDF Imprimir E-mail
DEFESA DA FÉ
4. O Argumento Teleológico do “Ajuste Fino”
Chegamos agora ao argumento teleológico, ou o argumento para o design. Embora os defensores do chamado movimento Design Inteligente têm continuado a tradição de focar em exemplos de design em sistemas biológicos, o ponto de corte da discussão contemporânea se concentra no extraordinário ajuste fino do cosmo para a existência de vida.
Antes de discutirmos este argumento, é importante entender que por “finamente ajustado”, ninguém não está querendo dizer “projetado” (do contrário o argumento seria obviamente circular). Na verdade, durante os últimos cinquenta anos os cientistas têm descoberto que a existência de vida inteligente depende de um equilíbrio complexo e delicado das condições iniciais simplesmente dadas no próprio Big Bang. Este equilíbrio é conhecido como “ajuste fino” do universo.
O ajuste fino é de dois tipos. Primeiro, quando as leis da natureza são expressas como equações matemáticas você encontrará nelas certas constantes, como a constante que representa a força da gravidade. Estas constantes não são determinadas pelas leis da natureza. As leis da natureza são consistentes com uma ampla gama de valores para estas constantes. Segundo, em adição a estas constantes, existem certas quantidades arbitrárias colocadas como condições iniciais sobre as quais as leis da natureza operam, por exemplo, a quantidade de entropia ou o equilíbrio entre matéria e antimatéria no universo. Agora, todas estas constantes e quantidades arbitrárias se encaixam em uma extraordinária faixa estreita de valores que permitem a existência de vida. Se estas constantes ou quantidades fossem alteradas em menos do que a largura de um fio de cabelo, o equilíbrio que permite a existência de vida seria destruído e nenhum organismo de qualquer espécie poderia existir.[24]
Por exemplo, uma mudança no vigor da força atômica de uma parte em 10(100) teria impedido a existência de vida no universo. A constante cosmológica que conduz a inflação do universo e que é responsável pela recente descoberta aceleração da expansão do universo é inexplicavelmente ajustada para cerca de uma parte em 10(120). Roger Penrose da Universidade de Oxford calculou que as excentricidades da condição de baixa entropia do Big Bang serem por mero acaso são da ordem de uma parte em 10(10)(123). Penrose comenta, “Eu não consigo me lembrar de qualquer outra coisa na física cuja exatidão se aproxime, mesmo que remotamente, de uma parte em 10(10)(123)”[25]. E não se trata de apenas uma constante ou quantidade arbitrária ser requintadamente ajustada para dado valor; as relações das constantes e quantidades umas com as outras precisam de igual modo ser finamente ajustadas. Assim, improbabilidade é multiplicada por improbabilidade até que nossas mentes se percam em números tão incompreensíveis.
Assim, quando os cientistas dizem que o universo é “finamente ajustado” para a existência de vida, eles não querem dizer que ele foi “projetado”; eles querem dizer que pequenos desvios dos valores reais das constantes e quantidades arbitrárias da natureza proibiriam o universo de abrigar vida ou, alternativamente, que a série de valores que permitem vida ao universo é incompreensivelmente estreita em comparação com a quantidade de valores que poderiam ser assumidos. O próprio Dawkins, citando o trabalho do astrônomo real Sir Martin Rees, reconhece que o universo exibe este extraordinário ajuste fino.
Então, aqui está uma formulação simples do argumento teleológico baseado no ajuste fino do universo:
1. O ajuste fino do universo se deve a necessidade física, acaso ou design.
2. Não se deve a necessidade física ou acaso.
3. Logo, o ajuste se deve a design.

4.1. Premissa 1
A premissa 1 simplesmente lista as três possibilidades para explicar a presença deste incrível ajuste fino no universo: necessidade física, acaso ou design. A primeira alternativa defende que exista alguma “Teoria do Tudo” ainda desconhecida que explicaria a maneira pela qual o universo é. Ele tinha que ser desta forma, e não havia a menor possibilidade do universo não ser como ele é, permitindo a existência de vida. Em contraste, a segunda alternativa estabelece que o fino ajuste se deve inteiramente ao acaso. Trata-se apenas de um acidente o fato do universo permitir a existência de vida, e nós somos os sortudos beneficiários deste acidente. A terceira opção rejeita ambas afirmações anteriores em favor de uma Mente inteligente detrás do cosmo, que projetou o universo para que ele permitisse a existência de vida. A questão é: qual destas alternativas é a melhor explicação?

4.2. Premissa 2
A premissa 2 do argumento responde a esta questão. Considere as três alternativas. A primeira, necessidade física, é extremamente implausível porque, como vimos, as constantes e as quantidades são independentes das leis da natureza. Assim, por exemplo, a candidata mais promissora à Teoria do Tudo até o momento, a Teoria das Super Cordas ou Teoria M, falha em predizer a singularidade do nosso universo. A Teoria das Cordas permite uma “paisagem cósmica” de cerca de 10(500) universos diferentes possíveis governados pelas presentes leis da natureza, assim, nada faz para atribuir necessidade física aos valores e constantes observados. Com respeito a esta primeira alternativa, Dawkins observa que Sir Martin Rees rejeita esta explicação, e Dawkins diz, “acho que concordo com eles [os que rejeitam esta explicação]”[26].
Sendo assim o que podemos dizer da segunda alternativa, de que o ajuste fino do universo se deve ao acaso? O problema com esta alternativa é que os pontos contra a possibilidade do universo permitir vida são tão incompreensivelmente grandes que não podem ser encarados racionalmente. Mesmo que existisse um grande número de universos dentro da paisagem cósmica, mesmo assim o número de mundos que permitiriam a existência de vida seria incomensuravelmente pequeno se comparado à paisagem completa, assim, a existência de um universo que permite a existência de vida é fantasticamente improvável. Estudantes ou leigos que alegremente declaram, “Isto poderia ter ocorrido pelo acaso!” simplesmente não tem idéia da precisão fantástica dos requisitos de ajuste fino para a existência de vida. Eles nunca abraçariam tal hipótese em qualquer outra área de suas vidas – por exemplo, como um carro apareceu em sua garagem da noite para o dia.

4.3. A Defesa do Acaso por Dawkins
A fim de resgatar a alternativa do acaso, seus proponentes têm sido forçados a adotar a hipótese de que existe um número infinito de universos aleatórios compondo um tipo de conjunto de mundos, ou multiverso, do qual o nosso universo é apenas uma parte. Em algum lugar neste conjunto de mundos, universos finamente ajustados para a existência de vida vão aparecer pelo mero acaso, e aconteceu de nós estarmos em um destes mundos. Esta é a explicação que Dawkins considera mais plausível[27].

4.3.1. Um Multiverso é “Não-Parcimonioso”?
Aqui Dawkins é bem sensível em definir a postulação de vários universos existindo como bolhas de sabão, como ele tão gentilmente colocou, um “luxo extravagante”. Mas ele replica, “O multiverso pode parecer extravagante no mero número de universos. Mas, se cada um desses universos for simples em suas leis fundamentais, não estamos postulando nada de muito improvável”.[28]
Esta resposta é multiplamente confusa. Primeiro, cada universo do multiverso não é simples, mas caracterizado por uma multiplicidade de constantes e quantidades independentes. Se cada universo fosse simples, então porque Dawkins sentiria a necessidade de recorrer à hipótese do multiverso em primeiro lugar? Além disto, não se trata da simplicidade das leis fundamentais, porque todos os universos no conjunto de mundos são caracterizados pelas mesmas leis – eles diferem entre si nos valores das constantes e de suas quantidades.
Segundo, Dawkins assume que a simplicidade do todo é uma função da simplicidade das partes. Obviamente isto é um erro. Um mosaico complexo de uma face romana, por exemplo, é construído por um grande número de peças individualmente simples e monocromáticas. Da mesma forma, um conjunto de universos simples continuaria sendo complexo se estes universos variassem nos valores de suas constantes e quantidades, além de todos compartilharem dos mesmos valores.
Terceiro, a Navalha de Ockham nos fala que não devemos multiplicar entidades explicativas além do necessário, mas o número de universos que estão sendo postulados apenas para explicar o ajuste fino do nosso universo é algo extraordinariamente extravagante. Apelar para o multiverso ao explicar a aparência de design do nosso universo é como utilizar uma marreta para quebrar a casca de um amendoim!
Quarto, Dawkins tenta minimizar a extravagância do multiverso afirmando que a despeito dele ter um número extravagante de entidades, tal multiverso não é altamente improvável. Não está claro onde esta resposta se torna relevante ou até mesmo o que ela significa. Pois a objeção que esta sendo considerada não é que o multiverso seja improvável, mas que ele é extravagante e não-parcimonioso. Dizer que o multiverso não é altamente improvável é falhar em comentar a real objeção. E mais, é difícil saber sobre qual probabilidade Dawkins está falando aqui. Parece que ele está falando sobre a probabilidade intrínseca do multiverso, considerada aparte da evidência do ajuste fino. Mas como tal probabilidade pode ser determinada? Pela simplicidade? Mas o problema é que Dawkins não nos mostrou como a hipótese de um conjunto de universos existir possa ser simples.

4.3.2. A Sugestão de Dawkins Sobre um Mecanismo que Gerasse Universos
O que Dawkins parece dizer, ao que me parece, é que o multiverso pode ser simples se existir um mecanismo simples que através de um processo repetitivo gerasse muitos universos. Desta forma o gigantesco número de entidades postuladas não seria um ônus à teoria porque todas as entidades surgiram de um mecanismo simples e fundamental.

Um Modelo Oscilante do Universo
Assim sendo, que mecanismo Dawkins sugere para que se explique o surgimento de um conjunto ordenado, infinito e aleatório de universos. Primeiro, ele sugere um modelo oscilante de universo, no qual
nosso tempo e espaço realmente começaram no nosso big bang, mas foi apenas o mais recente numa longa série de big bangs, cada um iniciado pelo big crunch que encerrou o universo anterior da série. Ninguém entende o que acontece em singularidades como o big bang, portanto é concebível que as leis e as constantes sejam zeradas e tenham novos valores a cada vez. Se os ciclos de bang-expansão-contração-crunch vêm acontecendo deste sempre, como num acordeão cósmico, temos uma versão seriada, e não paralela, de multiverso.[29]
Aparentemente Dawkins não está ciente das muitas dificuldades dos modelos oscilatórios de universo, que têm tornado os cosmólogos contemporâneos céticos em relação a eles. Nos anos 60 e 70, alguns teóricos propuseram modelos de oscilação para o universo em uma tentativa de evitar a singularidade inicial predita pelo modelo padrão. Os prospectos de tais modelos, entretanto, foram severamente esmaecidos em 1970 pela formulação de Stephen Hawkins e Roger Penrose dos teoremas da singularidade, que levaram seus nomes. Os teoremas mostraram que em condições bem gerais, uma singularidade cósmica inicial é inevitável. Uma vez que é impossível estender o espaço-tempo da singularidade para o estado anterior, o teorema Hawking-Penrose da singularidade implica o início absoluto do universo. Refletindo no impacto desta descoberta, Hawking observa que o teorema Hawking-Penrose da singularidade “nos leva a abandonar as tentativas (principalmente dos russos) de argumentar que houve uma fase anterior de contração e um ressalto não-singular para a expansão. Digo isto embora quase todo mundo acredite atualmente que o universo e o próprio tempo tiveram um começo no big bang”.[30] Dawkins aparentemente trabalha sobre a ilusão de que a singularidade não estabelece um limite para espaço e tempo.
Além disto, a evidência da astronomia observacional tem estado constantemente contrária a hipótese de que o universo irá algum dia se recontrair em um Big Chunch. As tentativas de descobrir a massa densa o suficiente para gerar a atração gravitacional requerida para parar e reverter a expansão de forma continua começaram recentemente. Na verdade, as observações recentes de supernovas indicam que – longe de diminuir sua velocidade – a expansão cósmica esta na verdade se acelerando! Existe alguma espécie de “energia negra” misteriosa na forma de campo de energia variável (chamada “quintessência”) ou, mais provavelmente, a constante cosmológica positiva ou a energia do vácuo tem feito com que a expansão acontecesse mais rapidamente. Se a energia negra indica a existência de uma constante cosmológica positiva (como a evidência tem cada vez mais sugerido), então o universo vai expandir para sempre. De acordo com o site da NASA para o Wilkinson Microwave Anisotropy Probe, “Pois a teoria que se encaixa nos nossos dados é que o universo vai se expandir para sempre”.[31]
Além do mais, a parte de todas as dificuldades físicas que confrontam os modelos oscilatórios, as propriedades termodinâmicas de tais modelos implicam o início absoluto do universo que seus proponentes tentam evitar. Pois a entropia é conservada de círculo a círculo nestes modelos, onde possui o efeito de gerar oscilações maiores com cada círculo sucessivo. Como um time de cientistas explica, “O efeito da produção de entropia será de forma a alargar a escala cósmica, de círculo a círculo. [...] Assim, pesquisando de volta no tempo, cada círculo geraria menos entropia, teria um círculo de tempo menor, e teria um menor fator de expansão do que o círculo que seguiu a ele”.[32] Assim, ao traçar as oscilações de volta no tempo, elas ficarão cada vez menores até alcançar uma oscilação primeira e ínfima. Zeldovich e Novikov então concluem, “O modelo do multicírculo possui um futuro infinito, mas um passado finito”.[33] Na verdade, o astrônomo Joseph Silk estima com base nos atuais níveis de entropia que o universo não pode ter tido mais de 100 oscilações anteriores[34]. Isto está longe do necessário para gerar o tipo de multiverso serial imaginado por Dawkins.
Finalmente, mesmo se o universo pudesse ter oscilado de um passado eterno, tal universo requereria um ajuste fino infinito de suas condições iniciais a fim de que ele continuasse existindo após infinitos números de ressaltos sucessivos. Assim, o mecanismo que Dawkins sonha que pudesse gerar seus muitos mundos não é simples, mas o oposto. Além disto, tal universo envolve um ajuste fino de um tipo bastante bizarro, uma vez que suas condições iniciais devem ser ajustadas nas ínfimas partes. Mas como isto pode ser possível se não houve um começo algum?
Voltando para a discussão dos modelos oscilatórios do universo, o cosmólogo quântico Christopher Isham medita,
Talvez o melhor argumento a favor da tese de que o Big Bang suporta o teísmo é o claro desconforto com o que ele é recebido por alguns físicos ateus. Às vezes ela gerou idéias científicas, como a criação contínua ou um universo oscilatório, sendo avançadas com uma tenacidade que excede tanto seus valores intrínsecos que se pode apenas suspeitar da operação de forças psicológicas repousando bem mais profundamente do que o usual desejo acadêmico de um teorista em defender sua teoria.[35]
No caso de Dawkins não é difícil discernir estas forças psicológicas trabalhando.
A Cosmologia Evolucionária de Lee Smolin
O Segundo mecanismo sugerido por Dawkins para a geração do multiverso é a cosmologia evolucionária de Lee Smolin. Smolin imagina um cenário, Dawkins explica, de acordo com o qual
universos-filhos nascem de universos pais, não num big crunch completo, mas de modo mais local, em buracos negros. Smolin acrescenta uma forma de hereditariedade: as constantes fundamentais de um universo-filho são versões ligeiramente “mutadas” das constantes de seu progenitor... Os universos que têm o necessário para “sobreviver” e “reproduzir-se” acabam predominando no multiverso. O “necessário” inclui durar tempo suficiente para se “reproduzir”. Como o ato da reprodução acontece nos buracos negros, os universos bem-sucedidos precisam ter o necessário para criar buracos negros. Essa capacidade exige várias outras propriedades. Por exemplo, a tendência da matéria de se condensar em nuvens e depois em estrelas é um pré-requisito para produzir buracos negros. As estrelas… são precursoras do desenvolvimento de uma química interessante, e portanto da vida. Assim, sugere Smolin, houve uma seleção natural darwiniana de universos no multiverso, favorecendo diretamente a evolução da fecundidade nos buracos negros e indiretamente a produção de vida.[36]
Dawkins reconhece que “nem todos os físicos” estão entusiasmados com o cenário proposto por Smolin. Eufemismo! O cenário de Smolin, a parte de ele ser ad hoc e por se sustentar em conjecturas que já foram descartadas pela ciência, encontra dificuldades insuperáveis.
Primeiro, uma falha fatal no cenário de Smolin é sua pressuposição de que universos ajustados para produção de buracos negros seriam também ajustados para a produção de estrelas estáveis. Na verdade, o exato oposto é verdadeiro: os mais eficientes geradores de buracos negros seriam os universos que gerassem buracos negros primordiais antes da formação das estrelas, sendo assim universos que pudessem gerar vida seriam capinados pelo cenário cosmológico evolucionário de Smolin. Sendo assim, segue que o cenário de Smolin na verdade tornaria ainda mais improvável a existência de um universo que pudesse gerar vida.
Segundo, especulações sobre universos carregando “bebês universos” via buracos negros contradizem o conhecimento estabelecido da física quântica. A conjectura de que buracos negros podem ser portais de wormholes[37] através dos quais bolhas de energia de falso vácuo podem atravessar para criar novos bebês universos foi o assunto de uma aposta entre Stephen Hawking e John Preskill. Em 2004 Hawking finalmente admitiu, em um evento muito comentando pela imprensa, que ele perdeu.[38] A conjectura exige que a informação trancada em um buraco negro se perdesse completamente e para sempre ao escapar para outro universo. Hawking finalmente veio a concordar que a teoria quântica exige que a informação seja preservada na formação e evaporação de um buraco negro. As implicações? “Não existe universo bebê se ramificando, como eu pensava. A informação permanece firmemente em nosso universo. Sinto muito em desapontar os fãs de ficção científica, mas se a informação é preservada, não existe possibilidade de usar buracos negros para viajar para outros universos”.[39] Isto significa que o cenário de Smolin é fisicamente impossível.
Estes foram os únicos mecanismos sugeridos por Dawkins para a geração de universos ordenados e aleatórios. Nenhum deles é sequer defensável, muito menos simples. Dawkins, portanto, falhou ao devolver a objeção de que a postulação de multiversos ordenados e aleatórios é um “luxo extravagante”.

4.3.3. Outras Objeções ao Multiverso
Mas existem ainda objeções formidáveis para a inferência do multiverso, aparentemente desconhecidas a Dawkins. Primeiro, não há nenhuma evidência independente de que o multiverso exista, muito menos que ele seja aleatoriamente ordenado e infinito. Lembre-se que Borde, Guth e Vilenkin provaram que qualquer universo em um estado de total expansão não pode ter um passado infinito. O teorema deles se aplica ao multiverso também. Portanto, uma vez que o passado do multiverso é finito, apenas um número finito de outros mundos pode ter sido gerado até agora, portanto não há garantias de que um mundo finamente ajustado apareceria no multiverso. Em contraste, nós temos evidências independentes para a existência de um Designer cósmico, a saber, os outros argumentos para a existência de Deus que nós discutimos. Desta forma, levando tudo isto em consideração, o teísmo é a melhor explicação.
Segundo, se nosso universo é apenas um membro aleatório dentro de um conjunto de universos, então é infinitamente mais provável que nós deveríamos estar observando um universo muito diferente do que o que nós de fato estamos observando. Roger Penrose apresentou esta objeção com força.[40] Ele calculou que é inconcebivelmente mais provável que um sistema solar completo se forme através de colisões aleatórias de partículas do que que um universo finamente ajustado exista. Portanto, se nosso universo fosse apenas um membro aleatório de um multiverso, então é incalculavelmente mais provável que nós estivéssemos observando um universo não mais ordenado do que nosso sistema solar. Ou ainda, se nosso universo fosse um membro qualquer de um multiverso, então nós deveríamos estar observando eventos extraordinários como cavalos vindo a existir através de colisões de partículas aleatórias ou máquinas de movimento perpétuo, uma vez que tais coisas são muito mais prováveis do que todas as constantes e quantidades do universo encaixando como luva, apenas pelo acaso, com os valores infinitesimais que permitem a existência de vida. Universos observáveis como aqueles seriam muito mais comuns no multiverso do que mundos como o nosso, portanto, deveriam ser observados por nós. Nós não temos tais observações, o que refuta fortemente a hipótese do multiverso. No ateísmo, pelo menos, é mais provável que não exista multiverso.

4.4. Conclusão
O ajuste fino do universo é, portanto, não ocorre por necessidade física nem acaso. Segue-se, portanto, que o ajuste fino é devido ao design, a não ser que a hipótese do design possa ser demonstrada como ainda mais implausível do que seus adversários.

4.5. A Crítica de Dawkins ao Design
Dawkins afirma que a alternativa do design é, na verdade, inferior às hipóteses de multiverso. Sumarizando o que ele chama de “argumento central do meu livro”, ele argumenta,
1. Um dos grandes desafios ao intelecto humano vem sendo explicar de onde vem a aparência complexa e improvável de design no universo.
2. A tentação natural é atribuir a aparência de design e um design verdadeiro.
3. A tentação é falsa, porque a hipótese de que haja um projetista suscita imediatamente o problema maior sobre quem projetou o projetista.
4. O guindaste mais engenhoso e poderoso descoberto até agora é a evolução darwiniana, pela seleção natural.
5. Nós não temos ainda um guindaste equivalente para a física.
6. Nós não podemos perder a esperança de que surja um guindaste melhor na física, algo tão poderoso quanto o darwinismo é para a biologia.
7. Portanto, Deus quase com certeza não existe.
Este argumento é incrível porque a conclusão ateísta, “Portanto, Deus quase com certeza não existe” não segue das seis premissas anteriores mesmo que concedamos que cada uma delas seja verdadeira e justificada. No máximo, a conclusão é que nós não podemos inferir a existência de Deus com base a aparência de design no universo. Mas esta conclusão é bem compatível com a existência de Deus e até mesmo com nossa crença em Deus sendo justificada sobre outras bases. A rejeição do argumento do design para a existência de Deus não faz nada para provar que Deus não existe ou até mesmo que a crença em Deus seja injustificada.
De qualquer forma, o argumento de Dawkins tem êxito em minar a alternativa do design? O passo (5) faz alusão ao ajuste fino cósmico que tem sido o foco de nossa discussão. Dawkins mantém a esperança de que “Algum teoria do tipo da do multiverso pode em princípio fazer pela física o mesmo trabalho explanatório que o darwinismo faz pela biologia”[41]. Mas ele admite que nós não temos isto ainda, mas também não lida com os formidáveis problemas de tal explicação do ajuste fino. Portanto, a esperança expressa no passo (6) representa nada mais do a fé de um naturalista. Dawkins insiste que mesmo na ausência de uma explicação “altamente satisfatória” para o ajuste fino, ainda assim as explicações “relativamente fracas” que temos no momento são “obviamente melhores que a hipótese contraproducente de um projetista inteligente.”[42] Sério? Que objeção tão poderosa à hipótese do design é esta que garante esta obviedade interior para a admitida fraca hipótese do multiverso?
A resposta se encontra no passo (3). A objeção de Dawkins aqui é que nós não estamos justificados em inferir o design como a melhor explicação para a ordem complexa do universo porque senão um problema maior vai surgir: quem projetou o projetista? (Uma vez que Dawkins erroneamente pensa que o multiverso é simples, não ocorreu a ele a questão, “Quem projetou o multiverso?”) Esta questão aparentemente é tão esmagadora que compensa todos os problemas relativos à hipótese do multiverso.
A objeção de Dawkins, entretanto, não possui peso algum por duas razões. Primeiro, a fim de reconhecermos uma explicação como melhor, nós não temos que ter uma explicação para a explicação. Este é um ponto elementar na filosofia da ciência. Se um grupo de arqueólogos encontrar durante suas escavações coisas parecidas com flechas e pontas de cerâmica, eles estarão justificados em inferir que estes artefatos não são fruto do acaso por sedimentação e metamorfoses, mas produtos de algum grupo desconhecido de pessoas, mesmo que eles não tenham a melhor ideia sobre quem estas eram pessoas ou de onde eles vieram. De igual modo, se astronautas descobrirem um maquinário no lado escuro da lua, eles estarão justificados em inferir que isto é produto de agentes inteligentes, mesmo que eles não tenham a menor ideia de quem eram estes agentes ou como eles chegaram lá.
Repetindo: a fim de reconhecer uma explicação como melhor, você não precisa de uma explicação para a explicação. Na verdade, tal exigência nos levaria a um regresso infinito de explicações de forma que nada jamais poderia ser explicado, e a ciência seria destruída! Pois antes de qualquer explicação pudesse ser aceitável, você precisaria de uma explicação para ela, e uma explicação para a explicação da explicação, etc. Nada poderia jamais ser explicado.
Portanto, neste caso, a fim de reconhecer que o design inteligente é a melhor explicação para a aparência de design no universo, você não precisa ter uma explicação para o Projetista. A questão se o Projetista tem ou não uma explicação simplesmente será deixada aberta para investigação futura.
Segundo, Dawkins pensa que no caso do Projetista divino para o universo, o Projetista deve ser tão complexo quanto as coisas que estão sendo explicadas, desta forma nenhum avanço explicativo estaria sendo feito ao se postular o Projetista. Esta objeção dispara todo o tipo de perguntas sobre o papel da simplicidade na avaliação de explicações competitivas. Primeiro, Dawkins parece confundir a simplicidade de uma hipótese com a simplicidade da entidade descrita na hipótese.[43] Postular uma causa complexa para explicar algum efeito ainda pode ser uma hipótese simples, especialmente quando comparada com as hipóteses rivais. Pense, por exemplo, em nossos arqueólogos postulando um ser humano para explicar as flechas e as pontas de cerâmica descobertas. Um ser humano é uma entidade infinitamente mais complexa do que uma flecha ou que um pedaço de cerâmica, mas a hipótese de um projetista humano é uma explicação muito mais simples. Certamente é mais simples do que a hipótese de que os artefatos tenham sido resultado não intencionado de, digamos, uma debandada de búfalos que arrancou um pedaço de uma rocha que por acaso se lascou no formato de pontas e flechas. O ponto é que é a hipótese rival que está sendo avaliada pelo critério de simplicidade, não as entidades postuladas.
Segundo, existem muitos outros fatores além de simplicidade que os cientistas pesam ao determinar qual hipótese é a melhor, como poder explanatório, escopo explicativo, etc. Uma hipótese que tenha, por exemplo, um escopo explicativo mais amplo pode ser menos simples do que sua hipótese rival, mas ainda assim ser preferida porque explica mais coisas. Simplicidade não é o único critério, e nem mesmo o mais importante para avaliação de teorias!
Mas deixe todos estes problemas de lado, pois o erro doloroso de Dawkins é sua suposição de que um Projetista divino é uma entidade tão complexa quanto o universo. Como uma consciência ou mente pura sem um corpo, Deus é uma entidade notavelmente simples. Uma mente (ou alma) não é um objeto físico composto de partes. Em contraste com o universo contingente e matizado com todas suas quantidades inexplicáveis e constantes, uma mente divina é surpreendentemente simples. Dawkins protesta, “Um Deus capaz de monitorar e controlar permanentemente o status individual de cada partícula do universo não pode ser simples.”[44] Isto é uma confusão. Certamente uma mente pode ter ideias complexas (ela pode pensar, por exemplo, em um cálculo infinitesimal) e pode ser capaz de fazer tarefas complexas (como controlar a trajetória de cada partícula do universo), mas a mente em si mesma é uma entidade incrivelmente simples e não-física. Dawkins evidentemente confundiu as ideias e os efeitos de uma mente, que podem, de fato, ser complexos, com a própria mente, que é uma entidade incrivelmente simples. Portanto, postular uma mente divina por trás do universo, definitivamente, é um avanço em simplicidade, para tudo que vale.
Em seu livro Dawkins de forma triunfante relata como ele apresentou seu suposto argumento destruidor em uma conferência da Fundação Templeton sobre ciência e religião na Universidade de Cambridge, apenas para ser rejeitado pelos outros participantes, que o disseram que os teólogos sempre consideraram que Deus é simples.[45] Eles estavam corretíssimos. De fato, a atitude presunçosa e auto-exaltativa sobre sua objeção equivocada, sustentada até mesmo em face de repetida correção por parte de teólogos e filósofos proeminentes como Richard Swinburne e Keith Ward, é uma maravilha de se ver.
Portanto, das três alternativas diante de nós – necessidade física, acaso ou design – a mais plausível das três, como explicação para o ajuste fino cósmico, é o design. Desta forma, o argumento teleológico continua robusto atualmente, como sempre foi, defendido de várias formas diferentes por filósofos e cientistas como as Robin Collins, John Leslie, Paul Davies, William Dembski, Michael Denton e outros.[46]

FONTE CLICK AQUI

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

EU E O CRIACIONISMO

Antes de tudo quero esclarecer um ponto de vista equivocado que afirma ser toda a Bíblia  a palavra de Deus. A Bíblia não é a palavra de Deus ela é o livro que CONTÉM a palavra de Deus. Para refutar a ideia de que a Bíblia é a palavra de Deus uso a própria Bíblia na seguinte passagem (poderia usar outras mas vai essa que é contundente  para eu ser mais sucinto)  :
“Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. “ 1 Coríntios 7:6-8 . 
Veja aí que Paulo fala que é a sua vontade e não a vontade de Deus e isto está na Bíblia, logo ela não é a palavra de Deus , mas sim ela contém a palavra de Deus. Assim  que recebi  Jesus Cristo como o meu Senhor e meu Salvador, sentia uma incoerência pois Deus segundo a interpretação literal de Gênesis, teria criado o Homem a sua imagem e semelhança  e a ciência dizer ser o homem um “produto” da evolução biológica.Comprei um livro chamado a Bíblia e a Ciência (não me lembro o autor) e por um tempo fiquei satisfeito com suas críticas a Teoria da Evolução fazendo essa (teoria) parecer um absurdo sem pé nem cabeça.
Mas como continuava a ver na mídia e em tantos lugares essa teoria divulgada , as dúvidas me vinham a cabeça novamente.
Então comprei 5 fitas chamadas ORIGENS e eram cientistas depondo contra a T E , cientistas que apresentavam-se como graduados em vários ramos  ciência . Fiquei muito feliz no tempo, vi e revi muitas vezes essas fitas e foi para minha pessoa  como uma introdução ao “Criacionismo Científico”.
A partir daí passei a fazer pesquisas na internet  com os ensinamentos criacionistas,comprei livros,adquiri cd’s etc... e passei a ser um dos mais radicais anti-evolucionista da WEB, pensando estar trabalhando para Deus ao estar compartilhando entre os internautas as posições criacionistas.
Cheguei a dar uma aula de criacionismo em um colégio na Tijuca (Deus me perdoe por isso),distribui na palestra uma boa quantidade de apostilas com as ideias criacionistas e as ácidas críticas a TE.
Neste tempo havia muito poucos artigos sobre evolução na internet do Brasil, por tanto fui cada vez mais acreditando nas críticas criacionistas a TE e assim é que fui enganado, atacava uma evolução que só existe na cabeça de alguns  criacionistas e não a evolução tal qual ela ocorre. Nesse tempo fui diagnosticado erroneamente por Bipolar por uma psiquiatra e medicado como tal. Os medicamentos me deixavam em estado de êxtase , de euforia e assim eu entrei em debates em vários fóruns e sites na internet.
Nos debates fui tremendamente refutado, vendo todas as defesas do criacionismo caindo as minhas vistas, mas continuava debatendo mesmo sabendo estar sendo refutado. Neste meu estado de descompensação emocional devido aos medicamentos, ficava rindo muito de ver irritado os evolucionistas com as ideias criacionistas sendo espalhadas por mim nos debate .A  essa altura eu já sabia da fragilidade do criacionismo, mas agi como um bêbado que comete irresponsabilidades sem pensar nas consequências. Hoje se alguém fizer uma pesquisa por Edson Martins Medrado ou emmcri, ou ainda emmmcri (apelidos que usava nos debates), verá meu nome atrelado as sandices e mentiras criacionistas o que lamento muito.
Como está escrito “aquilo que o homem plantar isso ele semeará” aconteceu comigo.
Escrevo estas linhas para me retratar na internet , mas também para evitar que futuros desavisados cometam os mesmos erros por mim cometidos.
Caros amigos/irmãos cristãos e evangélicos , não acreditem em tudo que lêem na internet em sites criacionistas, muitas mentiras estão ali contidas.
O diabo é o Pai da mentira e nós assim como nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
não temos nada haver com esse infame! 
Propagar mentiras criacionistas pela internet é PECADO !
Se querem atacar a TE ou tentar refuta-la estudem  primeiro .
Comprem livros escritos por cientistas , leiam, vejam na internet ou nos livros quais
são os verdadeiros postulados da TE e assim refutem-a ou critiquem-a se forem capaz.
A TE não é uma conspiração de Ateus para enganar os Cristãos ela é uma teoria fortemente embasada em evidências em vários campos do saber.
Mesmo que alguns Ateus usem a ciência querendo afirmar que Deus não existe , isso não é verdade, a ciência não trata disso.
Quanto a ciência e as hipóteses falsificáveis, a Ciência tem como mãe a Filosofia e toda premissa científica parte de um axioma, ou seja uma ideia pré concebida é testada, e estes testes estão sujeitos verificações que estão sujeitas a capacidade de se verificar e de se interpretar.
Logo a ciência não  é uma fonte de saber neutra, ele se quer é isenta, vista que além de se dá nos pre supostos de sua época, é sujeita a muitas limitações, enfim a ciência não tem nada a dizer sobre Deus, foge a seu escopo. Este debate é filosófico.Quanto a Evolução sim a ciência tem argumentações baseadas em evidências muito consistentes.
Existem Cristão sérios e comprometidos com a palavra de Deus que são evolucionistas , procurem, pesquisem e encontrarão.
Quanto a mim continuo criacionista 100% criacionista, mas aí no campo da fé e da revelação !
Não preciso de certificados da ciência para acreditar na Palavra de Deus.
“ O justo viverá por fé ” ( Rm 1:16-17 )
Sei que dirão que é incoerente , mas lembrem-se que Deus quer ser encontrado/experimentado pela
fé e revelação ! Lembrem-se que a fé é loucura !
Leiam :
“O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura” “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos , poder de Deus”. ( 1Co 1:18 )
Ainda através das palavras do apóstolo Paulo aos Coríntios , conforme se vê:... “ mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios...” (1 Co 1:23). Portanto, chegamos a conclusão, que o Evangelho é visto como loucura para uns, enquanto salvação para o crente."
A Bíblia é uma verdade religiosa revelada de forma sobrenatural por Deus e nos propõe a ler a crer . É um revelação sobre natural , a ciência lida como o que é natural. 

Caros irmãos em Cristo pensem um pouco, a maioria absurda dos cientistas são evolucionistas .
Os sites criacionistas tratam tais pessoas como desonestas,como se estivessem defendendo a
evolução por razões filosóficas e usando assim de desonestidade.
.Cientistas são pessoas que muitas das vezes perdem horas e dias para se dedicar a ciência
em prol da humanidade.É certo acusar tais pessoas como um Diísta conhecido na Web
que os acusa de cometerem um 171 epistêmico ?
Ou outro que fala o seguinte absurdo aqui:
http://darwinismo.wordpress.com/2012/12/13/porque-e-que-quase-todas-as-culturas-mundiais-possuem-uma-tradicao-em-torno-dum-diluvio-global/
Meu Irmão, Em primeiro lugar, para resoluçãoste problema, NUNCA, repito,
 NUNCA confie nos ARGUMENTOS E FONTES de crentes Naturalistas. Sempre
que fizerem alguma afirmação, citando as fontes, CONFIRA.
Eles costumam por diversas vezes MENTIR (até mesmo porque são desonestos)"
Ou ainda isso aqui :
"Por isso é que é bom levar em conta uma coisa: sempre que nós discutimos com um evolucionista, estamos a discutir com uma pessoa desonesta; o nosso propósito não é só mostrar que o evolucionista está errado, mas também que ele é um ideólogo, falso, provavelmente mentiroso, e um indivíduo mascarado de  “pessoa de mente aberta” quando na verdade é uma pessoa fortemente intolerante dos factos que perturbam o seu frágil edifício ateu." http://darwinismo.wordpress.com/page/7/
Percebem o mal testemunho aqui ??
É certo isso meus irmãos ? Devemos apoiar tais atos ?
Claro que não ! Um sonoro não !
Hora, se Deus quisesse ser achado através da ciência ao apontarmos um
telescópio para o espaço ele não estaria acenado pra nós e dizendo eu estou aqui ?
Aprouve a ele que nos acheguemos por fé ! Que nele creiamos pela loucura da Fé!!
Ele decidiu isso, quem somos nós para questiona-lo?
Por favor parem de maltratar os cientistas !
A mistura religião com ciência quase nunca deu certo.

Quero deixar claro que nem todos os criacionistas são mentirosos.Creio que alguns acreditam mesmo nas coisas que propagam, fechando os olhos para as evidências, eu não consegui permanecer desta forma..
Assim me retrato.

Também Aqui : http://edsonmartinsmedrado2014.blogspot.com.br/2014/ 
http://edsonmartinsmedrado2014.blogspot.com.br/2014/
http://edsonmedrado.blogspot.com.br/ 
http://meretratando.blogspot.com.br/


Edson Martins Medrado
Cel :99896 3827

domingo, 6 de janeiro de 2013

SÍNDROME DO PÂNICO PARTE 1

Como estou me tratando, achei um artigo para ajudar aqueles que como eu estão passando por tal.


VÍDEO CLICK AQUI


FONTE CLICK AQUI



Artur Scarpato : Psicólogo Clínico (PUC SP). Mestre em Psicologia Clínica (PUC SP). Especialista  em Psicologia Hospitalar em Reabilitação pelo Hospital das Clínicas da USP e em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto Sedes Sapientiae. Especialista no tratamento de Transtornos de Ansiedade como Síndrome do Pânico, Fobia Social e Estresse Pós Traumático. Atende em consultório desde 1993.  


Artur Scarpato - Psicologia Clínica

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Pinheiros  São Paulo SP

(Próx. da Av. Rebouças e da R. dos Pinheiros)

Fone (0xx11) 3067 5967




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SÍNDROME DO PÂNICO

TRANSTORNO DO PÂNICO

O psicólogo Artur Scarpato participou do programa Alternativa Saúde do canal GNT falando sobre Ansiedade e Transtorno do Pânico.
Assista agora os melhores momentos do programa.

"Desenvolvo um tratamento especializado para pessoas com Transtorno do Pânico desde 1995. Um tratamento eficaz vai além de controlar as crises de pânico, mas implica em agir sobre os processos responsáveis pelo início, manutenção e recaída no Pânico. A pessoa fica livre dos ataques de pânico e aprende a lidar com os estados de vulnerabilidade e desamparo originais sem reagir com novos picos de ansiedade. Este é o diferencial de uma abordagem especializada".  Artur Scarpato
Veja também o nosso Blog da Ansiedade e do Pânico


ILUSTRANDO: COMO É A SÍNDROME DO PÂNICO

Você pode imaginar o que é sentir isto ?

"De repente os olhos embaçaram, eu fiquei tonto, não conseguia respirar, me sentia fora da realidade, comecei a ficar com pavor daquele estado, eu não sabia aonde ia parar, nem o que estava acontecendo..."

" ...era uma coisa que parecia sem fim, as pernas tremiam, eu não conseguia engolir, o coração batendo forte, eu estava ficando cada vez mais ansiosa, o corpo estava incontrolável, eu comecei a transpirar, foi horrível..."

"Depois da primeira vez eu comecei a temer que acontecesse de novo, cada coisa diferente que eu sentia e eu já esperava... ficava com medo, não conseguia mais me concentrar em nada... deixei de sair de casa, eu não conseguia nem ir trabalhar."

"Quando começa eu já espero o pior, "aquilo" é muito maior do que eu, o caos toma conta de mim, é como uma tempestade que passa e deixa vários estragos... principalmente eu me sinto arrasada. Eu sempre fico com muito medo de que aquilo ocorra de novo... minha vida virou um inferno."

Por estes relatos, que poderiam ser de diferentes pessoas que sofrem de Síndrome  do Pânico, é possível identificar o grau de sofrimento e impotência que estas pessoas sentem ao passar pelas crises. 

A pessoa sente como se estivesse algo muito errado em seu corpo, que se comporta de modo muito "estranho", "louco". Porém os exames clínicos não detectam nada de anormal com seu organismo.

Como entender? 

No Pânico o corpo reage como se estivesse frente a um perigo, porém não há nada visível que possa justificar esta reação.

A pessoa reage com ansiedade frente às sensações de seu próprio corpo, há um estranhamento e um grande susto em relação ao que é sentido dentro da pele. No Pânico o perigo vem de dentro.

É comum a pessoa passar a restringir a sua vida a um mínimo, limitando toda forma de estimulação para tentar evitar que  "aquilo volte". Assim a pessoa pode evitar sair de casa, ir a lugares específicos, evitar algumas atividades, privando-se de muitas experiências, o que começa a comprometer a sua vida pessoal e profissional.

Vamos compreender o que acontece com a pessoa e como ela pode sair desta armadilha.


O QUE É SÍNDROME DO PÂNICO OU TRANSTORNO DO PÂNICO ?

A Síndrome do Pânico é um transtorno psicológico caracterizada pela ocorrência de inesperadas crises de pânico e por uma expectativa ansiosa de ter novas crises.

As crises de pânico - ou ataques de pânico - consistem em períodos de intensa ansiedade, geralmente com início súbito e acompanhados por uma sensação de catástrofe iminente. A freqüência das crises varia de pessoa para pessoa e sua duração é variável, geralmente durando alguns minutos. 

No geral, as crises de pânico apresentam pelo menos quatro dos sintomas abaixo:

Taquicardia, falta de ar, dor ou desconforto no peito, formigamento,  tontura, tremores, náusea ou desconforto abdominal, embaçamento da visão, boca seca, dificuldade de engolir, sudorese, ondas de calor ou frio, sensação de irrealidade, despersonalização, sensação de iminência da morte.

Há crises de pânico mais completas e outras menores, com poucos sintomas.



Geralmente as crises de pânico se iniciam com o disparo de  uma reação inicial de ansiedade, que logo ativa um medo em relação às reações que começam a ocorrer no corpo. Durante a crise surgem na mente da pessoa uma série de interpretações  negativas sobre o que está ocorrendo, sendo muito comuns quatro tipos de pensamentos catastróficos: de que a pessoa está perdendo o controle, que vai desmaiar, que está enlouquecendo ou que vai morrer.

No intervalo entre as crises a pessoa costuma viver na expectativa de ter uma nova crise. Este processo, denominado ansiedade antecipatória, leva muitas pessoas a evitarem certas situações e a restringirem suas vidas.

A Classificação Diagnóstica

O Transtorno do Pânico é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) constando da Classificação Internacional de Doenças (CID 10), na classe dos Transtornos Mentais. E aparece no DSM IV-R (Diagnostic and Statistical of Mental Disorders, 4rd Edition Revised) da Associação Americana de Psiquiatria.
O Pânico faz parte dos denominados transtornos de ansiedade juntamente com as fobias (fobia simples e fobia social), o estresse pós-traumático, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno de ansiedade generalizada.
Enquanto nas Fobias Simples a pessoa teme uma situação ou um objeto específico fora dela, como  fobia de altura, por exemplo; no Pânico a pessoa teme o que ocorre no seu próprio corpo; é para essas reações que se volta a atenção, como se estas fossem perigosas. 
Há uma classificação da Síndrome do Pânico com agorafobia e sem agorafobia. A agorafobia é um estado de ansiedade relacionado a estar em locais ou situações onde escapar ou obter ajuda poderia ser difícil, caso a pessoa tivesse um ataque de pânico. Pode incluir  situações como estar sozinho, estar no meio de multidão, estar preso no trânsito, dentro do metrô, num shopping, etc.
As pessoas que desenvolvem Pânico com agorafobia, geralmente se sentem mais seguras com a companhia de alguém de sua confiança e acabam elegendo alguém como companhia preferencial. Este acompanhante funciona como um "regulador externo", ajudando a pessoa a se sentir menos vulnerável a uma crise de pânico.
 
QUESTÕES ESSENCIAIS
Início das Crises de Pânico
A ansiedade é uma reação emocional natural que ocorre quando nos sentimos vulneráveis e na expectativa de um perigo. Quando a resposta emocional de ansiedade é muito intensa e repentina temos uma crise de pânico, que na verdade é um ataque agudo de ansiedade. Numa crise de pânico sofremos muito, achando que algo catastrófico pode nos acontecer a qualquer momento.
Todos estamos sujeitos a ter uma eventual crise de pânico quando expostos a um estresse muito alto, quando inundados por emoções ou em situações que nos levam a um estado extremo de vulnerabilidade e desamparo. Esta é uma reação que faz parte do espectro normal de reações emocionais, apesar de pouco freqüente e muito desconfortável.
Pesquisas mostram que eventos que ocorreram nos últimos dois anos da vida da pessoa podem contribuir para uma pessoa chegar ao estado de vulnerabilidade que vai desencadear uma crise de pânico. Os eventos podem ser de vários tipos como separação, doença, morte de alguém próximo, vivências traumáticas, crises existenciais, crises profissionais, mudanças importantes na vida etc.
Estes fatores aumentam significativamente o nível de estresse e podem levar a pessoa a um grau de vulnerabilidade que vai disparar uma crise de pânico em algum momento.
O que caracteriza a Síndrome do Pânico é que estas crises passam a se repetir. A partir de uma crise inicial a pessoa começa a apresentar crises repetidas, sentindo-se insegura, esperando ansiosamente por uma nova crise que pode ocorrer a qualquer momento.
Há alguns fatores que levam uma pessoa a desenvolver este padrão repetitivo de crises que caracteriza a Síndrome do Pânico.
Uma das razões é que geralmente as primeiras crises acabam sendo vividas como uma experiência traumática. Quando dizemos que uma experiência foi traumática, significa que ela fica registrada num circuito específico de "memória emocional" que passa a disparar a mesma reação emocional automaticamente, sem a participação da consciência. Sempre que aparecem algumas reações parecidas no corpo inicia-se uma nova crise de pânico.
Outros fatores anteriores podem tornar uma pessoa vulnerável a desenvolver um Transtorno de Pânico, como ter um temperamento mais ansioso, ter vivido ansiedade de separação na infância, ter sido criado por pais ansiosos, etc. Um fator importante que contribui para o desenvolvimento do Pânico é que estas pessoas geralmente têm falhas no processo de auto-regulação emocional, ficando ansiosas e não sabendo como se acalmar. Todos estes fatores, combinados ou não, contribuem para que uma pessoa venha a desenvolver Síndrome do Pânico.
O Medo das Reações do Corpo
Na Síndrome do Pânico, várias sensações do corpo acabam se associando às crises e passam a ser interpretados como um sinal de perigo iminente, do início de uma possível crise. Sinais tão diversos como a tensão decorrente de uma resposta de raiva, o enjôo de algo que não caiu bem no estômago, o cansaço de uma noite mal dormida, a tristeza de alguma perda, enfim todo o espectro das sensações e sentimentos pode ser equivocadamente interpretado como indício de uma crise de pânico, levando a pessoa a se assustar e assim, com medo do medo, iniciar uma crise.

A pessoa faz constantes interpretações equivocadas e catastróficas de suas reações e sensações corporais,  achando que vai ter um ataque cardíaco, que está doente, que vai desmaiar, que vai morrer, etc. É comum a pessoa viver ansiosamente o que poderia ser vivido como sentimentos diferenciados. Numa situação que poderia despertar alegria, a pessoa se sente ansiosa; numa situação que provocaria raiva ela também se sente ansiosa. Qualquer reação interna ou sentimento mais intenso pode disparar reações de ansiedade.

Esta perda de discriminação da paisagem interna compromete seriamente a vida da pessoa, pois esta se sente ameaçada constantemente por suas próprias sensações corporais. O corpo passa a ser a maior fonte de ameaça. Perder a confiança no próprio corpo leva a uma experiência de extrema fragilidade.

Geralmente algumas das reações corporais que estavam presentes na primeira crise ficam associadas a perigo e passam, a partir daí, a funcionar como disparadores de novas crises. Sempre que estas reações aparecem dispara-se uma resposta automática de ansiedade, o que inicia uma crise de pânico.

As crises de pânico se iniciam geralmente a partir de um susto - consciente ou não - em relação a algumas reações do corpo. As reações disparadoras podem ser variadas, desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de tontura, falta de ar, enjôo, palpitação, tremor, etc.

Numa crise de pânico a pessoa reage frente aquilo que seu cérebro interpreta como um perigo. Não há um perigo real, apenas uma hiperativação do circuito do medo que dispara um alarme na presença de algumas reações corporais. A presença destes gatilhos corporais pode disparar ansiedade mesmo quando a pessoa não tem consciência deles. Pesquisas apontam, por exemplo, que numa crise de pânico noturna, reações corporais que ficaram associadas a perigo surgem com a pessoa ainda dormindo, e disparam uma reação de ansiedade que acorda a pessoa, muitas vezes já tendo uma crise. Enfraquecer esta associação reações do corpo-perigo, que dispara uma crise de pânico é um dos focos do tratamento.


O Curto-circuito Corpo-Emoção-Pensamento
Podemos identificar a emoção de medo/ansiedade ocorrendo em três níveis: como reações fisiológicas (alterações na pressão sanguínea, nos batimentos cardíacos, piloereção, suor, hiperventilação etc), como reações afetivas (sentimentos de apreensão, desamparo,  ansiedade, desespero etc) e como reações cognitivas (preocupação, pensamentos catastróficos, ruminações etc)
A ansiedade produz reações fisiológicas que são naturais desta emoção, como taquicardia e respiração curta. A pessoa com Pânico tende a interpretar estas reações como se fossem perigosas - sinal de doença, de catástrofe iminente, etc. Estas interpretações, na forma de pensamentos catastróficos, acabam por produzir mais ansiedade, o que por sua vez aumenta ainda mais as reações fisiológicas .... reforçando assim os pensamentos catastróficos.
Cria-se assim um circuito infindável onde as reações fisiológicas naturais da emoção de medo/ansiedade são interpretadas equivocadamente como perigosas em si, o que acaba por produzir mais ansiedade, que por sua vez alimenta os pensamentos catastróficos, num processo sem fim. Enquanto a pessoa não interromper este curto-circuito ela não consegue se livrar das crises de pânico.
Expectativa Constante de Perigo
O estado de ansiedade leva a automatismos no processo de atenção e pensamento. A atenção passa a se deslocar descontroladamente, monitorando o corpo em busca de algo que possa representar perigo. O enfraquecimento da capacidade de controle voluntário da atenção está relacionado à dificuldade de concentração frequentemente relatada pelas pessoas ansiosas.
Sob ansiedade a consciência é tomada por um fluxo de preocupações, pensamentos e ruminações e a pessoa sente que tem pouco domínio de sua mente. Surgem interpretações equivocadas das reações corporais, pensamentos automáticos catastróficos, onde a pessoa passa a esperar sempre pelo pior.
A ansiedade é a emoção típica da expectativa de perigo, ela ocorre quando a pessoa se projeta numa situação futura sentida como ameaçadora: "e se... eu vou... vai acontecer... vou passar mal...".
A pessoa vive a maior parte do tempo tomada por graus variados de ansiedade e tem dificuldade de se sentir presente e inteira no momento atual, vivendo como "prisioneira do futuro". Criar presença e fortalecer a atenção são focos importantes no tratamento.
Os Dois Processos de Regulação Emocional
O ser humano dispõe de dois processos básicos de regulação emocional: auto-regulação e regulação pelo vínculo.
Através do processo de auto-regulação emocional podemos regular o nosso próprio estado interno, nos acalmando, nos contendo, nos motivando etc.
Através do processo de  regulação pelos vínculos, podemos influenciar reciprocamente a fisiologia e os afetos um do outro e assim podemos nos acalmar e nos regular nos relacionamentos com pessoas de nossa  confiança. Os dois processos são normais, necessários e importantes ao longo da vida.
Nas pessoas que desenvolvem Síndrome do Pânico encontramos problemas nestes dois processos, tanto uma precária capacidade de auto-regulação como um enfraquecimento nos processos de regulação pelos vínculos, muitas vezes decorrentes de  traumas de relacionamentos e ansiedades infantis que se reatualizam.
Tomada pela ansiedade nas crises, mas também num grau menor no período entre as crises, a pessoa com pânico não sabe como apagar o fogo que arde dentro de si. Daí a importância de desenvolver bem os processos de auto-regulação e de regulação pelo vínculo.
Processos de Auto-Regulação
A qualidade da relação com a própria excitação interna começa a se moldar nas experiências precoces de vida. Inicialmente a mãe ajuda a regular o corpo da criança até que o corpo um pouco mais maduro possa se auto-regular. Observa-se que nas pessoas com Síndrome do Pânico esta função não está bem desenvolvida e a pessoa sente-se facilmente ansiosa e vulnerável frente as reações que dominam o seu corpo.
É comum, por exemplo, as pessoas que desenvolvem algum transtorno de ansiedade terem tido mães ansiosas, emocionalmente hiper-reativas, que ao invés de acalmarem a criança, a deixavam mais assustadas a cada pequeno incidente, como um tropeção ou um simples resfriado.
Experiências de vida desde a infância precoce podem atrapalhar o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, tornando uma pessoa com baixa tolerância à excitação interna. Isto aumenta a vulnerabilidade da pessoa aos transtornos ansiosos como a Síndrome do Pânico.
Muitas pessoas com Pânico costumam solicitar a presença constante de alguém para que se sintam mais seguras. Buscam compensar a sua dificuldade de auto-regulação através de uma regulação pelo vínculo.
 Dois Níveis do Vínculo: Contato e Conexão
Quando duas pessoas estão conversando, elas estão em contato, mas não necessariamente em conexão. Contato é uma interação de presença, que pode ser superficial, enquanto conexão é uma ligação profunda que ocorre mesmo quando as pessoas estão distantes. Duas pessoas podem estar em contato, conversando, mas com baixíssima conexão, como numa situação social formal. Por outro lado, duas pessoas podem estar fisicamente distantes, e portanto sem contato, mas se sentirem conectadas.
Esta distinção entre contato e conexão é muito importante para compreender o que ocorre na situação que produz as crises de pânico.
Muitas pessoas relatam não ter crises de Pânico enquanto estão acompanhadas de alguém confiável. Porém, isto é verdadeiro enquanto elas se sentem conectadas com esta pessoa. Quando a outra pessoa está ao lado - portanto em  contato - mas sem conexão emocionala crise de Pânico pode se instalar com mais probabilidade. Algumas pessoas chegam a relatar a sensação de perda a conexão com o outro antes de uma crise de pânico eclodir.
A pessoa com pânico geralmente conhece a sensação de "estar ausente", desconectada, se sentindo distante mesmo de quem está ao seu lado.
A conexão com o outro parece prevenir crises de ansiedade por oferecer uma proteção através do vínculo, uma garantia que protege da sensação de desamparo e vulnerabilidade. Nesta situação, o corpo da pessoa confiável funciona como um "assegurador do funcionamento normal do corpo" da pessoa com pânico. Na ausência da conexão com o outro, o corpo poderia se desregular e a sensação de pânico aparecer.    

SÍNDROME DO PÂNICO PARTE 2



Como estou me tratando, achei um artigo para ajudar aqueles que como eu estão passando por tal.

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 Regulação pelo Vínculo

A regulação pelo vínculo ocorre, por exemplo, quando a mãe acalma a criança assustada, pegando-a no colo, dirigindo-lhe palavras num tom de voz sereno, ajudando deste modo a diminuir a ansiedade e a agitação da criança. Este processo envolve o estabelecimento de um vínculo com uma comunicação profunda de estados emocionais, com conexão e não apenas contato.

É comum as pessoas que desenvolvem Pânico terem tido experiências vinculares traumáticas, que podem envolver perdas, rompimentos, abandono, etc. Estes traumas prejudicaram a capacidade da pessoa estabelecer e manter conexões emocionais profundas, fator essencial para a regulação emocional pelo vínculo.
Assim a pessoa pode algumas vezes se sentir protegida com a presença de alguém de sua confiança, mas acaba voltando ao estado de vulnerabilidade tão logo esta pessoa se afaste ou ela perca a conexão. Há uma precariedade na conexão vincular que se torna inconstante e frágil.



O Desamparo
Há uma relação significativa entre o Pânico e as crises de ansiedade disparadas pelas situações de separação na infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Transtorno do Pânico não conseguiu construir uma referência interna do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer, em momentos críticos, vivências profundas de desconexão e desamparo, disparando crises de pânico.
A experiência do Pânico é muito próxima do desespero atávico de uma criança pequena que se sente sozinha, uma experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se exposta ao devir, frágil, desp rotegida, sob o risco do aniquilamento e da morte.
As pessoas com Pânico sofrem com uma falta de conexão básica, falta de conexão e confiança nos vínculos e falta de conexão e confiança no corpo, o que leva a uma vivência de insegurança, com sentimentos de fragilidade, vulnerabilidade e desamparo.
 
O TRATAMENTO
Objetivos Principais
Há algumas diretrizes importantes para o tratamento da Síndrome do Pânico:
1 -  Etapa Educativa: compreender o que é o Pânico, assumindo a atitude certa para lidar com a ansiedade e as crises.
Os sintomas do pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A crise de pânico é um estado de intensa ansiedade, na qual o corpo da pessoa reage como se estivesse sob uma forte ameaça. Compreender este processo é fundamental para a sua superação. Nesta etapa vamos aprender o que é a ansiedade, o que ocorre numa crise de pânico, o papel do curto-circuito emoção-corpo-pensamento na manutenção do pânico, os processos de auto-regulação, de regulação pelo vínculo, etc.
A compreensão do Transtorno Pânico e dos Princípios do Tratamento favorece uma atitude construtiva e participativa, assim como o estabelecimento de uma aliança terapêutica para se desenvolver um bom trabalho.
2 - Auto-gerenciamento: desenvolvendo a capacidade de regulação emocional.
A pessoa com pânico precisa desenvolver uma melhor  capacidade de regulação emocional, aprendendo a influenciar seu estado emocional, regulando o nível de ansiedade, diminuindo assim o sentimento de vulnerabilidade e a incidência de novas crises.
Este processo é possível pelo aprendizado de técnicas de auto-gerenciamento. Utilizamos um amplo repertório de técnicas de auto-gerenciamento que incluem trabalhos respiratórios, técnicas de direcionamento da atenção, fortalecimento da capacidade de concentração, técnicas visuais variadas (convergência binocular focal, percepção de campo etc), reorganização da forma somática através do Método dos Cinco Passos, técnicas de relaxamento etc.

Estas técnicas de auto-gerenciamento ensinam à pessoa como influir sobre os seus estados internos, desenvolvendo a capacidade de auto-regulação.
Através do manejo voluntário dos padrões somático-emocionais que mantém o estado de pânico pré-organizado - a arquitetura da ansiedade - podemos  reorganizar e transformar estes padrões que mantém o gatilho do pânico armado, pronto para disparar novas crises.
Estas técnicas têm uma forte eficácia ao influenciar, por ação reversa, os centros cerebrais que desencadeiam as respostas de pânico, diminuindo o nível de ansiedade e a intensidade das crises.  
3 - Aumentar a tolerância à excitação interna.
A pessoa com pânico tende a interpretar as reações de seu corpo, que fazem parte do estado ansioso, como se fossem sinais catastróficos, indicadores de um possível perigo, como um desmaio, um ataque cardíaco iminente, sinal de perda de controle, etc. É necessário enfraquecer esta associação automática onde a presença de algumas sensações corporais disparam uma reação automática de ansiedade, a se inicia o processo que leva ao pânico.
Para ajudar no enfraquecimento desta associação corpo-perigo e aumentar a tolerância ao que é sentido, utilizamos dois caminhos básicos.
(1) Técnicas de desensibilização, onde utilizamos exercícios de exposição gradual às sensações corporais temidas, processo denominado "exposição interoceptiva".
(2) Técnicas de auto-observação, com atenção dirigida às reações da ansiedade e criação de um diálogo com as mensagens emocionais não ouvidas que o corpo está expressando.   
Estes recursos ajudam a aumentar a tolerância à excitação interna e na familiarização com as reações do corpo, as emoções e sentimentos. É importante a pessoa ensinar ao seu cérebro como as sensações corporais não são perigosas, e como a ansiedade é apenas uma emoção que expressa uma expectativa de perigo, mas não é perigosa em si.
 4 - Desenvolver um "eu observador", permitindo diferenciar-se dos pensamentos ansiosos.
Sob estado de ansiedade a pessoa é inundada de distorções cognitivas, com pensamentos que se projetam no futuro esperando pelo pior e interpretando as sensações em seu corpo como sinais de perigo iminente.
É importante trabalhar no desenvolvimento da capacidade de auto-observação identificando e diferenciando-se dos pensamentos catastróficos que derivam da ansiedade e contribuem para se criar mais ansiedade. 

Neste processo a  pessoa aprende a observar e reconhecer seus padrões de pensamentos e suas expectativas catastróficas sem ser dominada por eles. Aprende a ancorar o ego no “eu que observa” e não no tumultuoso “eu que pensa”.  

É importante também desenvolver a capacidade focalizar a atenção como estratégia para se diminuir a ansiedade. Quando a pessoa consegue criar presença e focar sua atenção, a ansiedade diminui significativamente. Para atingir estes objetivos, utilizamos várias técnicas de auto-observação e fortalecimento da capacidade de direcionamento da atenção.
5 - Desenvolver a capacidade de regulação emocional através dos vínculos.
Além da capacidade de auto-regulação é importante fortalecer a capacidade de se regular pelos vínculos, o que envolve desenvolver a capacidade de estabelecer e sustentar conexões profundas e vínculos de confiança. Este processo vai permitir que a pessoa supere o desamparo que a mantém vulnerável às crises de Pânico.
Neste processo revemos a história de vida de relacionamentos, incluindo os traumas emocionais que possam ter comprometido a confiança e potência vincular. Buscamos ajudar na reorganização dos padrões vinculares em direção a relações mais estáveis que possam permitir criar uma rede de vínculos e conexões mais previsíveis, essenciais para a proteção das crises de Pânico.
6 - Elaborar outros processos psicológicos atuantes
É importante mapear os fatores que estavam presentes quando a Síndrome do Pânico começou e que podem ter contribuído para a eclosão das crises.
Neste contexto podem estar presentes ambientes e eventos estressantes, assim como  crises existenciais, crises em relacionamentos, crises profissionais e transições, como mudanças de fases da vida, por exemplo. A desestabilização emocional trazida por estes eventos poderia produzir estados internos de fragilidade e vulnerabilidade, responsáveis pela eclosão das primeiras crises de pânico.
Num nível mais profundo buscamos investigar e trabalhar as memórias de experiências de vulnerabilidade e traumas que poderiam estar se reeditando nas experiências atuais de pânico. Do mesmo modo é importante rever os padrões de relacionamento com mãe/pai na infância, pois padrões ansiosos e ambivalentes de vínculo podem ter uma forte influência sobre o aparecimento e manutenção de transtornos de ansiedade na vida adulta.
Os melhores resultados são obtidos por um tratamento que contemple todos estes objetivos: a compreensão do processo do pânico, o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, o aumento da tolerância à excitação interna, o desenvolvimento do eu que observa,  o desenvolvimento da capacidade de regulação pelo vínculo e a elaboração dos processos de vida que levaram ao Pânico.
Uma combinação destes objetivos é a melhor solução para um tratamento eficaz da Síndrome do Pânico.
Sobre a Medicação
Os remédios podem ser recursos auxiliares importantes para o controle das crises de pânico, trabalhando conjuntamente com a psicoterapia para ajudar na superação da Síndrome do Pânico.
Porém, há  algumas ponderações sobre a sua utilização . Primeiro, é necessário ter claro que os remédios não ensinam. Eles não ensinam à pessoa como ela própria pode influenciar seus estados internos e assim a superar o sentimento de impotência que o pânico traz. Não ensinam a pessoa a compreender os sentimentos e experiências que desencadeiam as crises de pânico. E não ajudam a pessoa a perder o medo das reações de seu corpo e a ganhar uma compreensão mais profunda de seus sentimentos. Os remédios - quando utilizados - devem ser vistos como auxiliares do tratamento psicológico.
Algumas pessoas optam por um tratamento conjugado de medicação e psicoterapia enquanto outras optam por tratar o pânico somente com uma psicoterapia especializada. Na psicoterapia especializada utilizamos técnicas de auto-gerenciamento – para manejar os níveis de ansiedade e controlar as crises – e ao mesmo tempo trabalhamos as questões psicológicas envolvidas. A opção mais precária seria tratar o pânico somente com medicação, visto que o índice de recaídas é maior quando há somente tratamento medicamentoso do que quando há também um tratamento psicológico. Os remédios mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés de ajudar a pessoa a superá-lo.
Atualmente é possível tratar a pessoa com Síndrome de Pânico sem a utilização de medicação e temos obtido bons resultados tanto com pessoas que estão paralelamente tomando medicação como com aquelas que preferem não tomar remédios.
 
Melhora: Um Horizonte Possível
Para uma pessoa ficar boa do Pânico não basta controlar as crises, é necessário integrar as sensações e sentimentos que estavam disparando as crises e assim superar o estado interno de fragilidade e desamparo. A melhora advém quando a pessoa torna-se capaz de sentir-se identificada com seu corpo, capaz de influenciar seus estados internos, sentindo-se conectada com os outros à sua volta, podendo lidar com os sentimentos internos, se reconectando com os fatores internos que a precipitaram no Pânico e podendo lidar com eles de um modo mais satisfatório.
Superar a experiência da Transtorno de Pânico pode ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo psicológico de vida de cada um.

COORDENAÇÃO
Artur Scarpato : Psicólogo Clínico (PUC SP). Mestre em Psicologia Clínica pela PUC SP. Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da U.S.P. e em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto Sedes Sapientiae. Desenvolve desde 1995 um tratamento especializado para pessoas com Transtorno do Pânico. 
 
Artur Scarpato - Psicologia Clínica
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 Última atualização: 14/11/2012

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