sábado, 27 de fevereiro de 2016

Últimos jogos que o URUBU rouba o Vascão

































Bebeto da cabeçada em Giovane e não e expulso vejam em 34.06 em  neste video !










O Vasco foi contra o Racismo









A extinção do racismo no futebol

Este texto foi compilado de uma série de crônicas publicadas em 1974 pelo Jornal dos Sports, na coluna Uma Pedrinha na Chuteira, assinada pelo Zé de São Januário (pseudônimo do jornalista Álvaro do Nascimento).

Em 1923, uma equipe considerada pequena, que acabara de ser promovida a primeira divisão, conquistou o campeonato carioca. Como se isso não bastasse para provocar a ira dos aristocráticos clubes grandes, o campeão era formado por trabalhadores de origem humilde, brancos, negros e mulatos, sem dinheiro nem posição social. Este campeão era o Vasco da Gama.
Naquela época, o racismo imperava no futebol brasileiro. Em 1921, era debatido se jogadores de cor deveriam ser convocados para os importantíssimos confrontos entre a seleção brasileira e a da Argentina.
Como vingar-se do atrevimento do Vasco? Os clubes aristocratas reuniram-se e deliberaram excluir jogadores humildes, sob a alegação de que praticavam o profissionalismo.
Numa sessão realizada na sede da Liga Metropolitana, Mário Polo, o presidente do Fluminense, apresentou as condições impostas aos chamados pequenos clubes. Estes teriam que apresentar condições materiais e técnicas e eliminar de seus quadros sociais jogadores considerados profissionais, constantes de uma lista que foi lida no momento.
A confusão e as vaias explodiram no recinto ao término da exposição feita por Mário Polo.
Finalmente usou da palavra Barbosa Junior, do S.C. Mackenzie, representante dos chamados pequenos clubes, condenando o racismo dos grandes clubes, uma vez que os jogadores atingidos eram apenas os mulatinhos rosados do Vasco, Bangu, Andaraí e São Cristóvão, sendo o Vasco o mais prejudicado de todos. Os arianos do Fluminense, Botafogo, Flamengo e América nem de leve foram tocados.
Os aplausos calorosos da enorme assistência a Barbosa Junior deixaram a Mário Polo desapontado. A confusão foi de tal ordem que a sessão foi suspensa por dez minutos, durante os quais Mário Polo e Ari Franco, o representante do Bangu, retiraram-se juntos para uma das salas onde conversaram secretamente.
Vendo seus planos irem por água abaixo, os clubes grandes decidiram que se afastariam da Liga Metropolitana, formando uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos. Estava decretada a cisão do futebol carioca.
Mário Polo e seus comparsas calculavam que os chamados pequenos clubes ingressariam cabisbaixos e humilhados na nova entidade, submetendo-se às suas regras discriminatórias. Bangu e São Cristóvão, que possuíam jogadores atingidos pelo racismo, confirmaram as expectativas dos grandes. Os demais fatalmente seguiriam essa opção, não fora a atitude desassombrada do presidente vascaíno Dr. José Augusto Prestes e da diretoria do Vasco, enfrentando com galhardia a campanha racista, apoiado pelos outros pequenos clubes.
Um ofício assinado pelo presidente do Vasco foi enviado a Arnaldo Guinle, presidente da AMEA, declarando publicamente que negava-se a participar da nova entidade. Esse documento histórico, transcrito abaixo, deu origem a extinção do racismo no futebol.
Eis o teor do ofício:
Rio de Janeiro, 7 de abril de 1924
Ofício no. 261
Exmo. Sr. Arnaldo Guinle, M.D. presidente da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.
As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V. Exa. tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama em tal situação de inferioridade que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos associados.
Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma como será exercido o direito de discussão e voto, e as futuras classificações, obriga-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.
Quanto a condição de eliminarmos doze (12) jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama, não a dever aceitar, por não se conformar com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos con-sócios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.
Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se a AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.
São esses doze jogadores jovens quase todos brasileiros no começo de sua carreira, e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias.
Nestes termos, sentimos ter de comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA.
Queira V. Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever de V. Exa. Att. Obrigado.
Dr. José Augusto Prestes
Presidente
Este ofício do C. R. Vasco da Gama esclarece com precisão os motivos que levaram o hoje poderoso clube de Sao Januário a afastar-se dos chamados grandes clubes, ficando ao lado dos pequenos. Isso deu ao Vasco a maior popularidade e admiração já alcançada, até aquela época, por clubes desportivos do Rio de Janeiro.
O presidente do Vasco, em declaração pública, afirmou que só voltaria ao seio dos grandes clubes quando o Vasco fosse maior do que todos eles. Para tal coisa conseguir, o Vasco teria que construir um grande estádio.
O reinado dos arianos durou menos de um ano. Em 1925, os grandes clubes, verificando a potencialidade do Vasco, que dentro em pouco apresentaria o maior estádio do Brasil, abandonaram o racismo e remodelaram totalmente o futebol, permitindo a inscrição de jogadores humildes e concedendo ao clube da Cruz de Malta os mesmos direitos dos clubes fundadores da AMEA.
Com a inauguração do estádio de São Januário, em 1927, o Vasco, que em 1924 era o menor dos grandes, transformou-se no maior entre todos os clubes do Brasil.

No dia do centenário da abolição da escravidão, 13 de maio de 1988, o Clube de Regatas Vasco da Gama fez publicar nos principais jornais cariocas o seguinte anúncio, de página inteira:

13 de Maio
Cem Anos de Abolição

HOMENAGEM DO CLUBE DE
REGATAS VASCO DA GAMA.
UM CLUBE TÃO PRETO E
BRANCO QUANTO O BRASIL.

      O Vasco da Gama foi o primeiro clube de futebol a acreditar no talento e na raça do povo negro.
      Por causa disto, foi também o mais hostilizado.
      Com um time formado por negros, operários e suburbanos, o Vasco foi campeão da segunda divisão em 1922.
      No ano seguinte, tornava-se campeão carioca da primeira divisão.
      Era um clube do povo.
      Na época, o futebol era um esporte de elite. Uma elite que, ao se sentir agredida, exigiu do Vasco a eliminação de doze de seus atletas, todos negros. A decisão foi definitiva: o clube não abriu mão de seus jogadores e retirou-se da Associação Metropolitana de Esportes.
Mas as pressões não terminaram. O Vasco foi condenado por não possuir um estádio.
      Contra tudo e com a ajuda do povo, construímos então o maior estádio da América Latina.
      Muitos quiseram acabar com nosso clube. Mas isto foi em 1923.
      O que restou dessa luta ficou imortalizado nas palavras do Presidente do Vasco. Numa resposta histórica.
      Hoje, negros e brancos suam a mesma camisa em diversos clubes.
      Foi desta mistura que nasceram as cores do Vasco.
      É dessa união que dependem as cores do nosso país.
Seguindo-se então o ofício histórico enviado pelo presidente do Vasco à AMEA em 7 de abril de 1924 (reproduzido mais acima); os logotipos das empresas que ajudaram a financiar a publicação do anúncio; e, no pé da página, o emblema do Vasco da Gama.
Que outro clube pode orgulhar-se de poder publicar um anúncio deste teor?










Vasco doou 2 aviões para a Força Aérea





Vasco doou 2 aviões para a Força Aérea Brasileira na II Guerra Mundial; conheça a história

Sexta-feira, 08/05/2015 - 06:42
Os Aviões Vascaínos

"No Vasco, basta plantar a semente"

Fonte: Livro do Centenário

A Segunda Guerra Mundial foi o tempo dos temíveis U-Boats alemães, que semeavam o terror na costa brasileira, afundando nossos navios mercantes e derramando o sangue de inocentes. A revolta se espalhava pelo país e os vascaínos, esses grandes realizadores, se juntaram ao clamor popular. A diretoria passou a receber doações para o esforço de guerra: velhos remadores ofereciam suas medalhas, o objeto mais sagrado de um campeão, para serem vendidas e angariar fundos. Até um telescópio foi doado em nome do Vasco para a Marinha.

Então o maior dos presidentes vascaínos, Ciro Aranha, começou a coordenar esse projeto de civismo vascaíno. Seu objetivo? Doar nada menos que um avião a FAB. Estava formada a Comissão Pró-Avião Vasco da Gama, formada por alguns dos mais valorosos vascaínos. Na sua primeira reunião, o seu tesoureiro, Arthur da Fonseca Soares, propõe que se compre imediatamente o avião. Por imediatamente leia-se: que todos saíssem naquele momento e encomendassem o aparelho. O presidente da comissão, e depois presidente do Vasco, Manuel Ferreira de Castro Filho, chegou a argumentar que a campanha nem havia sido iniciada, ao que foi respondido por Arthur: "No Vasco, basta plantar a semente". E foram eles fazer história.

Chegando na importadora, foi pedido ao seu gerente, outro grande vascaíno chamado Silvano Santos Cardoso, que mostrasse os modelos que tinha. Este começou com o melhor de todos, "mas é muito caro" disse Silvano e já se preparava para virar a página do mostruário quando foi interrompido pela comissão: "queremos dois!". A comissão confiava que os vascaínos iriam aderir em massa aquele projeto.

Agora era só realizar a campanha, e assim foi feito. Fixaram-se três faixas de contribuições, cada uma delas daria direito a um distintivo para os doadores, que uma semana depois já se multiplicavam. São Januário se encheu daqueles vascaínos orgulhosos com seu distintivo na lapela. Em vinte dias a campanha foi encerrada, seu objetivo havia sido alcançado e ainda sobrou dinheiro, Se pensou em devolver o excedente para os contribuintes, afinal muitos deles eram humildes, mas essa idéia foi recusada por todos aqueles que aderiram à campanha. O saldo foi então aplicado e esse valor ajudou a construir a Sede Náutica da Lagoa, alguns anos depois.

Era noite de São Januário, o nosso templo sagrado, lugar de memória. Era mais um jogo que ali acontecia, porém no seu intervalo se deu a apresentação dos aviões vascaínos. Doados por aquela gente que já havia feito tantas coisas incríveis e agora fazia mais uma. O Ministro da Aeronáutica em pessoa recebeu os aviões, devidamente pintados com a cruz de malta na "nacelle". Que dia memorável para os vascaínos.

Lembrando do acontecimento, o professor Castro Filho, um mágico com as palavras, produziu um dos mais belos textos referentes ao clube, que é aqui reproduzido na integra.

"Eu me sentia desligado daquela praça verde, palco de lutas desportivas gigantescas. O meu pensamento vagueava por outras paragens: o campo de lutas sangrentas e irreparáveis em que, naquela hora, por certo, preliavam, como heróis, muitos de nossos atletas, tanto dos moços que ali receberam as primeiras lições de coragem e civismo. O meu olhar turvado de lágrimas, estava preso aos graciosos movimentos do Pavilhão Nacional do grande mastro. Parecia-me ver nesse ondular verde e ouro o aceno protetor e amigo do reconhecimento; eu via a Bandeira do Brasil a acenar para todos, como se lhes dissesse comovido:

- Obrigado, Vasco, muito obrigado vascaínos; Deus vos conserve esse grande, esse imenso coração!" 











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