sábado, 3 de setembro de 2016

PSICOLOGIA EVOLUTIVA PSICOLOGIA Cognitiva + Biologia EVOLUTIVA

PSICOLOGIA EVOLUTIVA

PSICOLOGIA Cognitiva + Biologia EVOLUTIVA

Fonte : http://www.evo.bio.br/LAYOUT/PsicologiaEvolutiva.html


Para enxergamos, ao menos duas coisas são necessárias: Termos olhos capazes de ver, e haver luz para tornar os objetos visíveis. Analogamente, o entendimento das coisas exige a capacidade intelectual de discernir as entidades e as relações causais, e também alguma orientação teórica capaz de iluminar os conceitos e esclarecer suas conexões, sem a qual somente gênios brilhantes, com sua prória luz, poderiam de fato elucidar alguma coisa.
Há milênios os pensadores tem estudado o mais importante de todos os objetos de estudo. A MENTE, a qual tudo se subordina, pois todo conhecimento só é possível por ela. Literalmente, Psicologia é o estudo da psique, originalmente "alma", e costuma se dividir em grandes áreas com peculiaridades bastante singulares que vão da Psicanálise Freudiana até o Comportamentalismo.
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Dentre estas, e tendo saído deste último, tem se destacado a Psicologia Cognitiva, que ao examinar os processos de cognição, "conhecimento", tem como especificidade ir direto ao ponto central: COMO CONHECEMOS? Uma pergunta que surge no âmbito filosófico da Gnosiologia e atualmente da Epistemologia, e é explorada nos campos científicos da Neurobiologia e Ciência Cognitiva.
Essa concepção, porém, pode ser enganosa, visto que parece reduzir a disciplina apenas aos aspectos racionais e conscientes do entendimento. No entanto, ela também se aplica à parte emocional, e também a conceitos normalmente tidos como inconscientes, porém tratando-as de forma menos simbólica e introspectiva do que outras abordagens psicológicas, visto que todos, ou quase todos, esses aspectos se manifestam empiricamente na forma de comportamentos.
Há muitos modos de descrever a Psicologia Cognitiva, mas eu gosto muito da analogia com a informática. Podemos dizer que essa área da psicologia descreve os conteúdos mentais como se fossem programas, nos sentidos racionais e cognitivos, mas também as emoções, intuições, sensações e o que mais considerarmos como eventos da mente. É como se nosso cérebro fosse um computador com sistemas operacionais e programas diversos instalados capazes de executar as mais diversas funções, e interagir entre si.
Mas qual a origem desses programas?
Deixando de lado crenças criacionistas, a única explicação plausível é que eles vieram da mesma fonte de onde surgiram as espécies vivas e os próprios cérebros, da Evolução Biológica.
Portanto, a PSICOLOGIA EVOLUTIVA (também chamada de EVOLUCIONISTA ou EVOLUCIONÁRIA) é nada menos que o uso dos conceitos evolutivos para explicar a origem dos processos mentais que nos caracterizam, e tem, em pouco tempo, apresentado um enorme sucesso explicativo.
Trata-se de área relativamente recente, remontando principalmente as obras seminais de John Tooby e Leda Cosmides, que a partir 1989 deram início a marcantes publicações na área, tendo como precursores autores como Paul RozinNicholas Humphrey,Robert Trivers, e como grandes sucessores Sarah Blaffer HrdySteven Pinker, e num tema que me interessa em particular, o comportamento sexual, David Buss e Griet Vandermassen.
Psicologia Evolutiva, obviamente, tem grandes desafios pela frente. Um deles puramente científico, que é ser capaz de explicar devidamente seus objetos de estudo e gerar teorias eficientes. O outro, na verdade muito mais difícil e resistente, é superar a terrível carga ideológica que visões radicalmente opostas têm apresentado há décadas, que se têm sido muito deficientes do ponto de vista intelectual, tem sido fortíssimas do ponto de vista político.
Trata-se de uma série de concepções sobre a natureza que denomino com o rótulo sintetizador de DETERMINISMO CULTURAL. Isto é, a idéia de que as características da mente humana são totalmente construídas socialmente, por meio da educação, doutrinação e influências da cultura, por vezes de forma direta e explícita, mas também de forma sutil, indireta e simbólica.
E é Importante Frisar.
Não se trata de afirmar que a cultura influencia nos conteúdos mentais, ou mesmo os modela parcial ou predominantemente, coisa que ninguém jamais duvidou, muito menos os evolucionistas. O Determinismo Cultural a qual me refiro, que tem sido uma força motriz na Antropologia, Sociologia, Pedagogia, e sobretudo na militância ideológica, de fato afirma que a mente é um produto PURAMENTE CULTURAL, ou cuja participação de conteúdos inatos, de ordem natural, é mínima e ou insignificante.
Assim, esse tema se justifica duplamente neste site, porque além de se tratar de um sub produto da Biologia Evolutiva, a principal adversária da PE é incrivelmente análoga ao Criacionismo.

UM NOVO "CRIACIONISMO"

Podemos dizer que o comportamento humano obedece a 3 grandes fontes de influência: a Filogênica (de origem evolutiva), a Ontogênica (a criação e história pessoal do indivíduo), e a Etnogênica (do meio social e seu valores culturais).
Não parece possível quantificar exatamente o quanto cada uma predomina, e é até mesmo difícil distinguir, na Ontogênica, o que é mais relevante: A constituição genética específica da pessoa, influenciada por mutações ausentes em sua filogenia, ou suas experiências únicas, os estímulos que recebeu, os reforços positivos ou negativos, explícitos ou sutis, e toda uma complexidade de fenômenos únicos em seu desenvolvimento.
Mas as demais são um tanto mais claras, visto que Etnogênica pode ser estudada a nível social e rastreada por meio de seus valores estéticos, simbólicos, mitológicos etc. Ao passo que a Filogênica pode ser reconstituída da história evolutiva, inclusive em comparação com o comportamento de outras espécies.
Determinismo Cultural em questão é exatamente a ênfase desmedida na dimensão Etnogênica da experiência humana, que sendo incapaz, como qualquer outro sistema de pensamento, de desprezar a Ontogenia, que é por demais óbvia, se contenta em desprezar na quase totalidade, ou mesmo na absoluta totalidade, a Filogenia. Ou seja, toda a bagagem evolutiva.
Com isso, ao menos 3 coisas tornam o DC muitíssimo parecido com o Criacionismo, embora ele venha de um contexto ideológico claramente hostil ao contexto religioso tradicional de onde provém o outro.
Primeiro, o DC, assim como o Criacionismo, já foi principalmente uma tentativa de entender e explicar fatos naturais, mas depois que o desenvolvimento científico o minimizou, se transformou numa resistência ideológica contra uma suposta ameaça de ordem sócio política.
Segundo, embora conte com algum suporte em puro raciocínio ou interpretações de evidências, que outrora o criacionismo também possuiu, e possua certa capacidade explicativa que o criacionismo jamais teve, hoje, sua versão radicalizada conta essencialmente com retórica e lobbys, e sobretudo com hostilidade visceral contra possíveis consequências que daPE podem decorrer por parte de aproveitadores mal intencionados.
Terceiro, por perder escandalosamente em qualquer nível de capacidade explicativa, suporte científico, previsibilidade, falseabilidade, evidências empíricas e todas as demais virtudes desejáveis de uma perspectiva científica, o DC, com o agravante de ainda por cima ser anti intuitivo, tem se imposto sobretudo pela negação sistemática da evidências, reinterpretações abusivas infindáveis, reafirmação de dogmas culturalistas, e frequentemente pela violência verbal, e por vezes física, contra representantes legítimos ou apenas aparentes da PE.
De fato, também como ocorre com o Evolucionismo, a PE tem sido má utilizada por pessoas e grupos que não estão realmente interessados em compreender ou esclarecer qualquer coisa, mas sim em dar suporte a vieses ideológicos. Curiosamente, são os mesmos viéses ideológicos conservadores que também interessam aos criacionistas. Ou seja, AO MESMO TEMPO que conservadores atacam o evolucionismo temendo que este reforce posturas progressistas e anti-cristãs, fazem uso de conceitos da PE em favor do mesmo conservadorismo, quase sempre em contextos racistas, classistas, anti-feministas ou anti-homossexualidade.
Por sua vez, ao mesmo tempo que combatem o conservadorismo, movimentos progressistas apelam ao DC contra o Evolucionismo contido na PE.
Essas ambiguidades não devem surpreender quem estiver familiarizado com a natureza dúbia da maior parte da militância ideológica, seja de que espectro for. Visto que embora existam os ideólogos que pensam as questões, frequentemente uma ideologia acaba sendo movida e imposta pela militância, cuja primeira e evidente função não é pensar, mas sim agir.
Também ajuda a esclarecer a confusão intelectual que permeia as acusações de ideologismo do Evolucionismo, visto que o mesmo é tanto acusado de favorecer posturas revolucionárias, sendo por vezes confundido com o marxismo, quanto posições conservadoras, como justificar exclusão social e economia desregulada.

FALÁCIA NATURALISTA

Na verdade, como também houve para o Criacionismo, há um alvo legítimo que explica a investida do DC. Seria um tipo de Determinismo Natural Clássico, para o qual o termo Determinismo Biológico é por vezes usado. Mas tal determinismo biológico provavelmente jamais existiu. Qualquer um que queira mostrar um claro exemplo de cientista dos últimos séculos que tenha declarado que a Mente, e os comportamentos humanos em geral, sejam resultado de pura determinação física, de certo encontrará um grande desafio.
Afirmações similares houve sim, mas não de cientistas, e sim de intelectuais pré evolucionistas, invariavelmente influenciados pela teologia. Trata-se de afirmar o lugar "natural" de certas coisas, automaticamente taxando certos comportamentos de "anti-naturais" com evidentes implicações sociais e políticas.
Tal tipo de determinismo, que afirmava uma natureza humana definida por divindades, nada tem de natural, sendo portanto, antes de ordem Sobre Natural, com as características da correção moral, imutabilidade e universalidade. Que em nada se aplicam aPE e ao Evolucionismo em geral.
Em suma são partidários da temível Falácia Naturalista, para o qual o que é Natural é Bom, é instituído por uma ordem transcendente, imutável, carregado de significado moral, não pode admitir exceções e sobre tudo deve ser mantido ou ser imposto pela ordem social.
Tragicamente, o DC contesta todas essas consequências conservadoras, mas não a Falácia Naturalista em si! Ao invés de atacar tal arbitrariedade central que carece de qualquer suporte científico, ele simplesmente se limita a negar os conteúdos descritos pela tal, afirmando que os mesmos não são resultantes da natureza, mas de construção social.

Nova Ideologia contra o Status Quo, ACEITA FN, rejeita Interpretação da Natureza como Construção Social.
Determinismo Cultural.
INÍCIO
Status Quo se justifica Projetando sua Ideologia na Natureza. Baseada na FN
(o Bem está na Natureza)
FALÁCIA NATURALISTA
FN
(o que é Natural é Certo e IMUTÁVEL)
Nova Política concebida para reconstruir Cultura. Dados empíricos indesejados, tidos como socialmente construídos, são rejeitados, em face da FN.
Nova Construção Ideológica é projetada na Natureza para Justificar novo Status Quobaseado na FN, para facilitar a implantação.
Com isso propõe nada menos que a negação de uma natureza humana, para com isso negar os argumentos conservadores de que existem normas e regras de comportamento de ordem natural, que no fundo são de ordem transcendental. Mas em momento algum ele se dá conta de que o problema não está no fato de existir uma natureza humana, mas de achar que a mesma implique em consequências éticas diretas, que seja irresistível e normatizante.
Portanto, o DC apenas confunde a PE com uma forma clássica de Determinismo Naturalista de ordem Teológica, quando no entanto eles são radicalmente diferentes, e inconscientemente age para estabelecer uma nova forma de ordem natural.
Ele imediatamente apelará para a natureza caso encontre evidências que suportem sua imagem desejável de realidade. E também porque é impossível não perceber que, no fundo, a Cultura não pode provir do nada, ou descer de uma ordem transcendente. Assim, tem que se basear também numa matriz fisiológica. A não ser que se mergulhe por completo na irrealidade.
Frequentemente apelando para descrições de possíveis sociedades primordiais mais próximas da natureza, anteriores aos modelos culturais que viriam a prevalecer posteriormente, e almejando um retorno aos mesmos, o DC termina acusando de construção social todos os conteúdos que não lhe interessam, reivindicando um tipo de cultura "mais pura", supostas sociedades igualitárias ancestrais, um possível comunismo primitivo, ou sistemas sociais que a exemplo de algumas etnias indígenas atuais, se pautem menos pela hierarquia, divisão de trabalho, exploração e papéis de gênero.
PE nada tem a ver com o Determinismo Naturalista Clássico, que no fundo nada tem de natural, e muito menos de evolutivo.
Vejamos.
Determinismo Clássico
Determinismo Cultural
Evolucionismo Atual
Essências Imutáveis, não sujeitas à variação.Essencialismo
Existências Mutáveis, sujeitas à Variação Ilimitada.Existencialismo
“Essências” Mutáveis, sujeitas a Variação Limitada.Essencialismo Existencialismo
Determinadas por Causas Transcendentais.
Determinadas por Causas Culturais.
Semi-determinadas por Causas Naturais e Culturais.
Natureza Harmoniosa, Boa, IMUTÁVEL.
Natureza Harmoniosa, Boa, mas culturalmente contaminada. Imutável
Natureza com aparência harmoniosa. Neutra. Mutável
Guia,e Exemplo a ser seguido. Mostra nosso devido lugar.
Guia,e Exemplo a ser seguido. Mostra nosso lugar, desde que devidamente interpretada.
Não é guia ou exemplo, devemos nós mesmos construir nosso lugar.
Geral se sobrepõe ao Individual. Indivíduo deve se conformar ao seu Grupo.
Individual pode se sobressair ao geral. Indivíduo NÃO tem que se conformar ao Grupo.
Individual pode se sobressair ao geral. Indivíduo NÃO tem que se conformar ao Grupo.

TAL QUAL O CRIACIONISMO

Assim, um dos principais, talvez o maior, motivador do DC contra a PE é muitíssimo similar ao um dos motores primordiais do Criacionismo, que é achar que seja possível derivar parâmetros éticos da natureza evolutiva, como já examinei em Ética e Evolução.
Os deterministas culturais, esmagadoramente dominantes na militância sociológica, temem que a afirmação de uma natureza humana, de que a mente humana tenha elementos de ordem inata, seja um reforço às teses conservadoras que reagem a qualquer forma de luta emancipatória, e é de fato verdade que conservadores e reacionários tem mesmo utilizado abordagens do tipo.
Mas a negação da realidade jamais foi um meio verdadeiramente eficaz de basear uma conduta intelectual, e só poderia levar à desmoralização progressiva à medida que o conhecimento humano avança, como acontece com o Criacionismo, que definha a cada passo dado no progresso científico, obrigando-o a se apegar mais e mais a dogmas irracionais, ou ao menos a se apresentar com disfarces diferentes como Design Inteligente ou Teoria da Informação.
Dentre os inúmeros danos, destaca-se o fato de que as propostas do DC são frequentemente anti intuitivas, indo contra a experiência direta da maioria das pessoas. Mesmo existindo quem, por exemplo, crie seus filhos de forma estereotipada, a maioria das pessoas percebe que, exceções à parte, a idéia de que as características de gênero são pura construção social é falsa!
Para a cidadã comum, perceber que existe uma corrente intelectual e acadêmica dominante afirmando algo que vai contra sua experiência de mundo tende a gerar uma inicial timidez, mas na medida em que esta percebe outras correntes de destaque que dizem o contrário, será imediatamente atraída para tal corrente de pensamento, não tendo outra opção a não ser lhes dar razão.
Lamentavelmente, a maior parte dos popularizadores de conceitos da PE, ou que meramente percebam o falhaço do DC, costuma ser de pensadores conservadores, quando não reacionários, e que frequentemente misturam suas percepções com outras idéias tradicionais menos ou nada apoiadas em conhecimentos científicos, resultando em grande confusão.
Em suma, ao se agarrar ao DC, os progressistas nada mais fazem do que empurrar milhões de pessoas para posturas reacionárias, dão razão aos politicamente incorretos, que podem ironizar, distorcer e exagerar pequenas verdades ao ponto de se tornarem meias-verdades monstruosas, e pode ser exatamente por esse motivo que a maior parte da população é contra idéias progressistas mais ousadas.

NATUREZA E HUMANIDADE

Todo e qualquer movimento humano em prol de valores mais complexos, abstratos, éticos, sociais, humanitários e igualitários, NECESSARIAMENTE é um afastamento da natureza, pois embora esta última seja a base que nos constitui primordialmente, nossa característica única de possuir Sensciência e cultura nos permite coisas sem precedente natural.
Na natureza impera uma luta pela sobrevivência, vencida pelos melhor adaptados e que não apresenta nenhum tipo de condolência, sensibilidade ou propósito maior, exceto a máxima eficiência em reproduzir genes. Mas a humanidade, que emerge desta natureza e se emancipa como a auto determinação e auto consciência únicas, transcende esse estágio primitivo e produz toda uma nova realidade cultural, que entre outras coisas gerou linguagem, sociedade, leis, religião, ética, arte, ciência e tudo o mais que somente os humanos podem fazer.
Pressionados por nossa herança natural, temos impulsos não muito diferentes dos animais, mas nossa inteligência superior moldada pela cultura nos permite refreá-los, e construir sociedades cooperativas.
Falhamos frequentemente, e por vezes cedemos a toda sorte de horrores, mas o que não podemos perder de vista é que isto não é culpa de nossa humanidade, pelo contrário, é ela que contém os impulsos instintivos que, deixados sem moderação, destruiriam qualquer forma de civilização.
Lamentavelmente, têm sido comuns discursos que demonizam nossa humanidade e divinizam a natureza, quando é exatamente nossa humanidade, indo contra sua natureza, que consegue tornar o mundo um lugar menos selvagem e brutal. Pregam que devemos retornar à natureza. Mas a única coisa que a natureza tem para nos oferecer é a lei da selva.
Não que a natureza humana seja má, na verdade, ela tem um vasto potencial para as mais diversas coisas, das terríveis e maravilhosas. O problema é que no estado natural, obscurecida pela ignorância, ela facilmente degenera quando submetida a condições aversivas.
Como claramente prevê e explica a PE, mesmo os melhores humanos podem se tornar monstruosos se submetidos a horrores e pressões brutais, que inibem sua humanidade e fazem-lhe aflorar os instintos mais primitivos. Da mesmíssima forma, até mesmo pessoas de péssimo comportamento costumam se tornar mais dóceis e generosas quando recebem grandes benefícios.
Não pode existir argumento melhor para que lutemos para um mundo mais justo e solidário, onde numa rede cooperativa focada no desenvolvimento de nossas melhores qualidades, faça aflorar todo o potencial magnífico que somente a humanidade pode oferecer.
Com isso, entender o que temos de natural, o que trazemos de bagagem evolutiva, é primordial para compreendermos o que temos de legítima humanidade.
A negação da natureza evolutiva do comportamento humano por meio da crença numa cultura determinista que parece provir do nada, pode causar um dano em nossa civilização que o Criacionismo jamais conseguiria.

Marcus Valerio XR
Dezembro de 2012 a Janeiro de 2013

O ESTUPRO COLETIVO DA CONSCIÊNCIA SOCIAL




O ESTUPRO COLETIVO

 DA 

CONSCIÊNCIA 

SOCIAL


O ESTUPRO COLETIVO
da Consciência Social

10.160 CARACTERES (NOTAS DE REFERÊNCIA EXCLUSAS)
Obs: Este texto é uma versão estendida e aprofundada de uma postagem de 29/05/16 no Facebook, que já afirmava algo que vem sendo sistematicamente confirmado a cada novidade divulgada. Considerando o quanto o assunto é recente e sob constantes atualizações, informações novas poderiam alterar algumas interpretações aqui levantadas, embora eu duvide que isso aconteça no que há de mais importante.
Modéstia à parte, no que se refere a uma análise crítica, talvez ninguém tenha escrito mais sobre o conceito de Cultura de Estupro (que apelidei de Estuprismo) em português do que eu, ao longo de uma série de textos, em especial cinco deles exclusivamente relacionados ao tema.1
Portanto, é com conhecimento de causa que faço a seguinte declaração, que explicarei mais adiante: Sempre que houver feministas em peso alardeando alguma ocorrência de estupro, inevitavelmente apoiadas pela totalidade das organizações correlatas, promovendo passeatas e agitações urbanas e principalmente quando reverberadas com pleno apoio dos grandes órgãos de mídia inclusive internacionais, É Certo que se está diante de uma fraude.”
Ou um fato real será brutalmente hiperbolizado e radicalmente distorcido, ou mesmo será peça de absoluta ficção. E mesmo este último caso é infinitamente mais provável que uma exposição honesta da realidade.2
Quem quer que tenha visto o infame vídeo de 38 segundos que desencadeou o mais recente caso de comoção nacional em matéria de violência sexual pode concluir que há ao menos dois crimes evidentes, uma moça nua desacordada é tocada em suas partes íntimas, que são expostas de forma vexatória, e ainda que não tenha havido qualquer tipo de penetração, aLei nº 12.015/2009 pode classificá-lo no mínimo como “Violação Sexual Mediante Fraude”, Artigo 215, ou mesmo como “Estupro”, Artigo 213, com o agravante do Parágrafo 1º devido a vítima ser menor de 18 anos, o que pode render até 12 anos de reclusão. Além disso a simples divulgação do vídeo em si é passível de punição ainda que a legislação para isso não tenha encontrado sua formalização definitiva.
Foram corretos os que tomaram a providência de denunciar o vídeo às autoridades, sendo bom lembrar que isso não foi feito por feministas, que não perdem uma oportunidade de mentir em proveito próprio. Elas só entraram em cena após a denúncia ter sido formalizada.3
No entanto o “estupro” em si, já contando com um vasto alargamento do conceito original ainda não apreendido pela maioria da população, só seria aplicável a um, e somente um único, perpetrador, que de fato aparece explicitamente bolinando a moça inconsciente, além de fazer declarações vexaminosas. A partir daí, e até aí, ter havido um estupro coletivo com “mais de 30 homens”, como diz o bolinador no próprio vídeo, pode mesmo ser completamente fictício visto ter como única evidência sua própria palavra dita num contexto não somente informal, jocoso e obsceno, que em nenhuma outra situação seria aceita como uma confissão com valor de jurídico de prova, ainda que sirva como indício.
Então entra o depoimento posterior da moça que alegou o cabalístico e exato número de 33 abusadores contados criteriosamente por ela ainda que a mesma declarasse estar em estado de desespero durante a violência sofrida. Número que, convenhamos, está acima da capacidade humana normal de apreensão visual instantânea, e que só permitiria uma contagem precisa havendo uma ordenação visual ou tempo e tranquilidade que não pareceriam de modo algum ser o caso.
Já seria de se esperar que a expressão “33 homens” não seja mais preferencialmente associada aos trabalhadores chilenos que ficaram por 70 dias presos na mina San José há quase 700 metros de profundidade, mesmo que o fato já tenha recebido uma retratação cinematográfica estrelada por Antonio Banderas e Rodrigo Santoro. Muito menos que seja associada à idade de Cristo na ocasião de sua morte e muitíssimo menos aos 33 graus da hierarquia maçônica.
Mas posteriormente as autoridades viriam a “corrigir” esse número para um máximo de 12, e a inspiraçao para o número inventado pelo traficante teria vindo nada menos que da repetição de um refrão de um funk. O que por si só já mostra que a suposta vítima simplesmente mentiu em seu depoimento.4
Deve-se frisar de que não há evidência alguma de um estupro coletivo a não ser uma fala jocosa de um delinquente, e um posterior depoimento fantasioso da vítima que simplesmente tomou um número aproximado ao inventado de empréstimo. Não é de se surpreender que as autoridades tenham demorado tanto a dar uma resposta satisfatória, mesmo sob fortíssima pressão institucional que envolveu até mesmo o Presidente Interino da República, a ONU e praticamente a totalidade da grande mídia, que curiosamente não trataram o caso como um típico “suposto” ou meramente exigiram mais investigações.
Não. Todos eles, em uníssono, declararam que efetivamente houve um estupro coletivo apesar da absoluta falta de evidência concreta para isso! Em suma, tomaram a palavra da vítima como valor probatório, como aliás já antecipa a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.5
Fora dos holofotes midiáticos, inundam a internet uma massiva quantidade de depoimentos e evidências que mostram uma versão completamente diferente da história, contados por conhecedores diretos dos envolvidos em primeira mão, alguns dos quais relevados de forma descuidada até mesmo pela família da vítima, além da própria estranheza da narrativa, em especial o fato da jovem ter lidado com o ocorrido de forma perfeitamente normal, visto fazer parte de sua rotina, e ter entrado em desespero somente após a divulgação do vídeo.
Num caso tão confuso e tão frágil, onde mesmo os investigadores encarregados ainda que sob pressão admitiram no começo nada ter de concreto, como se explica tamanha e absoluta certeza da mídia sobre seu veredito antecipado ao ponto do delegado ter sido substituído para uma delegada que simplesmente passou a corroborar a narrativa da histeria coletiva?
Ora o próprio Estuprismo! A Doutrina da Cultura de Estupro. Um dos mais poderosos braços do Feminismo.
Dentro dessa doutrina, o único elemento necessário para que as estupristas tenham convicção absoluta e julguem e condenem sumariamente à revelia sem qualquer possibilidade de defesa é a palavra da vítima, segundo o dogma de que mulheres jamais mentem sobre terem sido estupradas. Não importa que se acumulem toneladas de evidências de acusações falsas levando a condenações injustas e mortes de inocentes por linchamento.6
Segundo o Estuprismo, impera em nossa sociedade uma cultura que não apenas tolera, mas é conivente com o estupro de mulheres, que os perdoa, acoberta, glamoriza, os vê com bons olhos, justifica, incentiva e que mesmo ensina os meninos desde cedo a estuprar. Tendo examinado aprofundadamente esse tema em vários textos,1 não cabe me delongar mais sobre ele aqui, apenas chamarei atenção à espetacular característica auto refutatória dessa afirmação, desmentida não apenas pelo massivo frenesi causado por este recente caso e pela totalidade das evidências de punições severas para o crime de estupro tanto a nível legal quanto ilegal, como execuções sumárias contra estupradores nos estados paralelos do narcotráfico ou o linchamento de homens meramente suspeitos, ou mesmo falsa e fantasiosamente acusados por vigaristas.6
Ademais, uma das maiores regularidades das sociedades humanas é que quando elas são essencialmente imbuídas de uma cultura normatizadora, a mesma se reflete em todas as suas instâncias, e é francamente admitida pelo grosso da sociedade em todos os níveis. Será que se “denunciássemos” o antissemitismo em plena Alemanha Nazista, algum apoiador do Reich iria se escandalizar? Que algum WASP no sul dos EUA do século XIX se sentiria ofendido em ser chamado de racista? Que um talibã no Afeganistão teocrático se esquivaria da afirmação de concordar que mulheres devam se submeter totalmente aos homens?
Se numa determinada sociedade alguém acusa a existência de uma mentalidade qualquer, e esta reage contra a acusação de forma visceral, e ainda por cima quando a totalidade do sistema policial, jurídico e mesmo midiático se posiciona contra tal mentalidade, isso é mais do que suficiente para atestar a massiva fraude que é tal acusação! Existem, no máximo subculturas do estupro, talvez como o próprio funk, como existem subculturas do assassinato ou do roubo, devidamente reprimidas e criminalizadas, o que torna a existência da uma cultura de estupro, nesse caso, verdadeira mas irrelevante por ser óbvia.
Explicando agora minha convicção na afirmação inicial, o Estuprismo simplesmente não pode contar com a verdade, precisando sempre preferir a mentira. Isto é: ante dois casos de estupro, sendo um perfeitamente concreto e esclarecido, e outro duvidoso e obscuro, estupristas SEMPRE irão preferir trabalhar em cima do segundo, pois somente este permitirá alavancar suas doutrinas, paranóias e fraudes, que exigem um caos de desinformação e um vácuo de concretude para que sejam preenchidas pelo engodo.2
Um caso de estupro real bem esclarecido de imediato promove a pronta retaliação da sociedade em todos os seus níveis social, político, jurídico, policial, cultural etc, e isso desmente integralmente a narrativa estuprista. Mas um caso controverso tenderá a demorar ou mesmo a não punir os acusados por falta de evidências ou mesmo por serem absolutamente inocentes, e é este que interessa a feministas, para que possam distorcer a realidade e “provar” sua delirante visão de mundo.
Enquanto isso, tanto a suposta vítima quanto os acusados pelo hipotético estupro coletivo, que apesar de tudo ainda é possível, são em sua maioria, se não todos, criminosos cujo envolvimento no narcotráfico já era conhecido, mas que estranhamente não tinham todo o aparato policial judicial estatal em seu encalço. Agora tem. Mas enquanto a polícia tenta prendê-los, feministas não estão nem um pouco interessadas em ajudar, e sim, tomando o fato como inquestionavelmente real, mesmo que alimentam algum repúdio aos perpetradores em si, se esforçam em isentá-los de suas responsabilidades individuais projetando a culpa para TODOS os homens, e toda a sociedade que, em seu delírio, é um Patriarcado Opressor “machista”.
Não foi surpresa alguma que uma das forças motrizes da campanha tenha sido uma advogada ferrenhamente feminista e assumidamente misândrica, que tem orgulho em declarar seu absoluto desprezo e ódio contra todo o gênero masculino. E quem quer que tenha um mínimo de conhecimento direto sobre o tema sabe o que os coletivos feministas e seus espetáculos grotescos de insanidade pública tem a dizer, e pensar, sobre o assunto.7
É o objetivo em si da doutrina da “Cultura de Estupro” violar o máximo de mentes possível com sua falsificação da realidade com vista a objetivos escusos incluindo o aumento da violência sexual real, para então capitalizá-la para propósitos ainda mais perversos. E para isso não ocorre apenas uma franca aliança da neoesquerda pseudo progressista com a grande mídia elitista liberal, visto que na verdade tanto o Liberalismo Social de um e o Liberalismo Econômico de outro servem aos mesmíssimos mestres.
A completa mobilização sincrônica entre governo, ONU, mídia e os coletivos feministas é apenas mais uma tediosa evidência de que este movimento nada tem de subversivo e muitíssimo menos representa uma luta contra o poder estabelecido. Pelo contrário. É a expressão em si do poder financeiro internacional que controla a mídia, a ONU e os governos. E que para manter se manter intocado precisa justamente manipular a sociedade apregoando inimigos invisíveis e inexistentes, gerando paranóia delirante que obstrui a percepção da realidade, e ainda melhor, criando um tipo criminal absolutamente isento de necessidade de prova material, para que possa ser usado como recurso útil para neutralização de desafetos políticos, como fizeram com Clarence Thomas, Julian Assange e Strauss Khan.
Um autêntico estupro da consciência coletiva. Ou, um Estupro Coletivo sim, mas da Consciência Social.

2. Casos de acusação comprovadamente falsa como o ocorrido no Revéillon na Universidade de Brasília ou o Caso da Universidade Federal da Grande Dourados tiveram muitíssimo mais repercussão entre a militância feminista do que casos comprovados de estupro coletivo como o incomensuravelmente mais horrendo ocorrido em Castelo do Piauí ou o caso na Zona Sul de Natal. Aliás, quem procurar por “estupro coletivo” no Google colocando data limite até Maio de 2016 verá uma grande lista de casos que muito provavelmente jamais ouviu falar, principalmente por intermédio de feministas.
[ADENDO EM 12/06/16– Surpreendentemente, quem viria a manifestar perplexidade com essa desigualdade de tratamento dos distintos casos de estupro foi ninguém menos que Eleonora Menicucci, ex ministra da praticamente extinta Secretaria de Políticas para mulheres, de quem já falei poucas e ruins (Estuprando a Justiça, periódico de 19 de Outubro de 2013). Em Não existe uma cultura de estupro, existem estupradores, diz Feliciano, a ministra, além de dizer mais uma de suas insanidades ao criticar a colocação do departamento de violência contra a mulher dentro da Polícia Federal, onde literalmente, segundo o artigo disse “É absolutamente tenebroso, porque volta à epoca das trevas, quando a questão da violência contra as mulheres era cista como uma questão de polícia.” também disse “Me assustou muito a comoção com o estupro da menina de 16 anos. Eu fui lá. Mas também fui em Queimadas, em Castelo do Piauí, no sul da Bahia. Por que esses casos não tiveram a comoção que teve esse?” Ela no entanto atribuiu tal estranhez a uma tentativa de desviar a atenção do golpe presidencial praticado por Michel Temer, que derruba o partido que a sustentava, como se por acaso não fosse possível criar celeuma similar com esses outros casos também. Mas não! Senhora Ministra, à qual estou cada vez mais inclinado em admitir estupidez, possível demência, invés de perfídia. A explicação já foi dada por mim duas semanas atrás. No texto da mesma notícia, pode-se ver que estupristas atingiram grau de fanatismo e intransigência muito superiores ao de um Fundamentalista Religioso, que nesse caso expôs apenas o óbvio e correto.]
3. Não há evidência de denúncia feita por feministas. Segundo o G1 uma pessoa foi até a delegacia e fez uma denúncia anônima, o que seria estranho de um coletivo feminista ou mesmo uma militante notória.Ademais, sucederam-se mais de 800 denúncias on-line até o dia 25 de Maio, ao passo que as mobilizações feministas começaram dias depois.
4. A reportagem do Fantástico é um show de manipulação e insulto a inteligência do espectador, como seria de se esperar do “globismo”. No novo vídeo em questão nada pode-se distinguir, sequer que sejam mesmo os supostos envolvidos, sequer que estejam mesmo a fazer algo, e as poucas falas se limitam a incidentes perfeitamente banais em qualquer intercurso sexual que apresentem alguma dificuldade.
Alguém pode honestamente crer que num estupro pintado de forma tão brutal a ÚNICA aparente evidência de um não consentimento seria um apático “Para.” que sequer se reiterou e ainda gerou hesitação imediata no suposto perpetrador? E a única coisa que o vídeo, mesmo com o mosaico que impede a visualização de fato parece mostrar é que ainda que aquilo em si fosse um estupro, seria praticado por um único homem!
Infelizmente, o “Globismo”, bem como o Globalismo e o Feminismo já conseguiram idiotizar boa parte da sociedade para que esta consiga levar a sério as fantásticas alegações do Fantástico. Pois só mesmo uma feminista, como a própria nova delegada em questão, para apresentar tal material como se fosse prova. Se bem que ela alegou que o estupro coletivo estava provado mesmo antes de possuir qualquer novo material sobre o caso, na absoluta contramão do que fizera o advogado afastado. Faço aqui outra previsão. A não ser que surja um fato radicalmente inovador, se este caso for a julgamento, os acusados serão inocentados da acusação de Estupro Coletivo em si. E no fundo creio que muitas estupristas sabem disso, mesmo que inconscientemente. Por isso mesmo apostam no factóide como forma de utilizá-lo como prova da existência de uma “cultura que perdoa estupradores”.
5. No link Pesquisa Pronta do STJ. digite no campo de procura “valor probatório da palavra da vítima”, clique no resultado e abrirá um link com uma lista de mais de 150 resultados. A “relevância diferenciada” da palavra da vítima em casos de violência sexual é repetida quase religiosamente. No entanto, vale lembrar que a mesma se aplica em geral na ausência de outras evidências, quer favoráveis ou contrárias. E que a proporção de sucesso condenatório nos casos da palavra da vítima ser a única “prova” parece pequena, o que sugere que o princípio é invocado mais para justificar a continuidade do processo do que para efetivamente condenar.
7. Quem quer que visite o Facebook da advogada feminista Eloisa Samy Santiago, que havia se proposto a “defender” a suposta vítima, não tardará a perceber seu viés misândrico, sendo movida muito mais pelo ódio ao gênero masculino que por qualquer preocupação legítima com bem estar feminino. Como aliás é típico.

Marcus Valerio XR

12 DE JUNHO DE 2016