quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Universitários pedem para não estudar escritores brancos do sexo masculino

Os estudantes enviaram um documento para o departamento do curso pedindo que o estudo dos grandes poetas ingleses não seja mais pré-requisito para outras disciplinas

Da Redação  [02/06/2016]  [17h57]
 De acordo com o texto dos alunos, priorizar esses escritores cria uma cultura “especialmente hostil aos estudantes de cor | Universidade de Yale/Divulgação
De acordo com o texto dos alunos, priorizar esses escritores cria uma cultura “especialmente hostil aos estudantes de cor Universidade de Yale/Divulgação

Estudantes de inglês da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, enviaram um pedido ao departamento do curso: eles querem a retirada do estudo dos “grandes poetas ingleses”, escritores brancos, do sexo masculino, nas matérias introdutórias que servem de pré-requisito para outras disciplinas. “É inaceitável que um estudante de Yale que queira introduzir-se na literatura inglesa deva ler apenas autores brancos do sexo masculino”, escreveram na petição.

De acordo com o texto dos alunos, priorizar esses escritores cria uma cultura “especialmente hostil aos estudantes de cor”. Com essa escolha, apontam eles, a universidade não prepara seus estudantes para fazerem estudos “de alto nível relativos à raça, sexo, sexualidade, etnia, nacionalidade”. E insistem: “pedimos que os grandes poetas ingleses sejam abolidos”.

Segundo o texto, é preciso “descolonizar” as disciplinas do curso e não “diversificar”. “A educação do século 21 é uma educação diversa: nós escrevemos a vocês hoje inspirados pelo ativismo estudantil em toda a universidade, e para se certificar de que vocês sabem que o departamento de Inglês não é imune à chamada coletiva para a ação”, afirmam na petição. “É de sua responsabilidade como educadores ouvir as vozes dos estudantes”.

De acordo com o jornal da universidade, até o dia 27 de maio 160 estudantes tinham assinado a petição.

Como reação, alguns professores do departamento anunciaram estar orgulhosos da coragem dos alunos de contestar o currículo do curso, como Jill Richards. Já a professora Catherine Nicholson, responsável por ensinar a matéria dos ‘grandes poetas ingleses’, elogiou o questionamento sobre os motivos pelos quais o conteúdo é considerado um pré-requisito indispensável, mas defendeu que a disciplina em si, pelo conhecimento que traz, não é uma ferramenta de exclusão ou opressão; para ela é mais um exercício de “resistência e libertação”.

Fonte :http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/universitarios-pedem-para-nao-estudar-escritores-brancos-do-sexo-masculino-02htu7c7vceo417t1hqmjczmk

Estudantes não querem estudar Platão, Descartes e Kant “porque são brancos”

Estudantes não querem estudar Platão, Descartes e Kant “porque são brancos”

Segundo eles é preciso “descolonizar” o ensino superior. Iniciativa é criticada por outros graduandos e especialistas


 Os filósofos Platão, Descartes e Kant: pensadores responsáveis por ideias que sustentam a sociedade atual | Reprodução/Wikipedia
Os filósofos Platão, Descartes e Kant: pensadores responsáveis por ideias que sustentam a sociedade atual Reprodução/Wikipedia


Estudantes em Londres querem “afrontar a instituição branca”. Por isso, exigem que filósofos brancos – e isso inclui pensadores responsáveis pelas ideias que sustentam a sociedade civilizada, como Platão, René Descartes ou Immanuel Kant – deixem de constar obrigatoriamente no currículo de filosofia e devem ser incluídos no programa “apenas se necessário” e estudados “de um ponto de vista crítico”.

LEIA TAMBÉM: Professor da UnB critica aluno contrário à ocupação: “se valeu das cotas”

Esse foi o pedido realizado pelo diretório acadêmico da instituição de ensino superior Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS, na sigla em inglês). Segundo eles é preciso “descolonizar” o ensino superior e, para isso, a “maioria dos filósofos em nossos cursos” deve ser da África e da Ásia. A requisição faz parte de uma campanha, dizem os alunos, para uma nova abordagem do “legado estrutural e epistemológico do colonialismo dentro da nossa universidade”.


Banir clássicos literários que usem linguagem racista não é a saídaCotas para pessoas com deficiência é medida paliativa, afirmam especialistas

FONTE : http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/estudantes-nao-querem-estudar-platao-descartes-e-kant-porque-sao-brancos-3nehbjj9iiz6t3cf9trlovvp7