segunda-feira, 20 de junho de 2016

7 fatos que contradizem tudo que você acreditava sobre a Suécia

7 fatos que contradizem tudo

 que você acreditava sobre a 

Suécia

Uma monarquia parlamentarista com religião oficial de Estado e uma das sociedades mais liberais da Europa. Parece improvável, mas essa é a Suécia que ganhou o posto de modelo da esquerda democrática no mundo (e da nem tão democrática assim em menor grau). O sucesso do Estado de bem-estar social na Suécia é uma prova, segundo muitos, de que a intervenção estatal é parte fundamental no desenvolvimento de um país. Mas, como de costume, a história é sempre contada pela metade.
O modelo de desenvolvimento sueco vai muito além da concessão de enormes benefícios sociais à população em troca de pesadíssimos impostos sobre a renda, que podem chegar a 59% na alíquota máxima (número que já foi de 102% em 1975), ou 44% na média de toda a população. Com uma longa tradição liberal na economia, a Suécia desfrutou de um dos mais longos períodos de crescimento já registrados na história mundial. Foram nada menos do que 100 anos, entre 1850 e 1950, com tarifas de importação zeradas, adoção do padrão ouro e uma das economias mais abertas da Europa. Durante o período, a economia do país registrou umcrescimento médio de 1,64% no PIB per capita, contra 0,89% da média mundial. A Suécia enriqueceu.
A mudança de rumo, porém, teve início nos anos 50, quando o então Partido Social Democrata, SAP na sigla sueca, mudou os rumos da economia para a adoção de um modelo inspirado nas políticas fiscais e de pleno emprego do new deal, o plano americano adotado após a crise de 1929. Quarto país mais rico da Europa em 1950, a Suécia assistiu a ascensão de um modelo baseado em pleno emprego e no suprimento de demandas da Europa do pós guerra. A economia sueca, porém, que até então crescia 60% acima da média europeia, passou a crescer 15% menos durante as 2 décadas que se seguiram. 
O período de 1970 a 1990 é amplamente conhecido como o apogeu do Estado de bem estar social. Durante este período, ocorreu o ápice da taxação sobre a renda (os tais 102% de alíquota máxima), além do aumento de benefícios sociais que cobriam literalmente do berço ao túmulo. O governo sueco passou a agir diretamente na distribuição dos lucros das empresas, em uma mal sucedida política que previa transformar parte dos lucros em ações das empresas – que acabariam detidas por fundos controlados por sindicatos. Pela proposta, em 20 anos os sindicatos deteriam nada menos que 52% do capital das empresas do país.
Todo o processo, entretanto, foi interrompido com a chamada “Grande Depressão Sueca”, com causas que variam da excessiva dívida pública do país, que vinha de déficits constantes, à explosão no crédito, promovida pelo Banco Central e um claro desgaste em mercados antes puxadores do crescimento, como o setor imobiliário. Ao longo de 3 anos o país entrou em uma profunda recessão. O resultado que se segue a esta quebra, porém, é pouco divulgado. Abaixo listamos 7 exemplos de políticas adotadas que levaram a Suécia a rever boa parte do que nos contaram sobre o país até então.

1. A CARGA TRIBUTÁRIA ESTÁ CAINDO, AO CONTRÁRIO DOS DEMAIS PAÍSES RICOS.

Para financiar a expansão dos gastos sociais, os governos sociais democratas se especializam em expandir a carga de impostos para além da cobrança tradicional de imposto sobre a renda. Ao contrário destes, os impostos sobre o consumo, que são maioria em países como o Brasil, apresentam menor rejeição pela população. Aumentar impostos específicos requer menos desgaste político do que elevar uma única alíquota de imposto de renda.
Com base nisso, a carga tributária da Suécia cresceu a partir dos anos 70, saindo de 31,4% para expressivos 53% em menos de 2 décadas. Apesar disto, os déficits do país continuarem crescendo. A solução encontrada, tal qual no Brasil, foi delimitar em lei o limite do gasto público. Mas, ao contrário do Brasil, onde a lei só se aplica aos estados e municípios, na Suécia, o governo federal foi duramente afetado.
Entre 2000 e 2013, a Suécia registrou uma redução de nada menos do que 7 pontos percentuais, saindo de 49,5% para atuais 42,8%. Para efeito de comparação, a carga brasileira cresceu de 30,3% para 35,95% no mesmo período.

2. O NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS É O MENOR EM DÉCADAS.

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Um dos efeitos mais notáveis da ampliação do sistema de bem-estar social foi justamente a elevação do percentual de funcionários públicos no país. Entre 1970 e 1990, o número de funcionários públicos para cada empregado do setor privado saiu de 0,386 para 1,51.
Como ressalta o Le Monde, a redução do número de funcionários públicos foi encarada pelos governos suecos como uma forma de reativar a economia. O número de funcionários públicos caiu de 1,7 milhões para 1,3 milhões entre 1990 e 2013, enquanto no mesmo período, os trabalhadores do setor privado saíram de 2,8 milhões para 3,25 milhões. Ainda de acordo com a OCDE, os gastos do país com funcionalismo não se distinguem de nenhuma das economias consideradas menos intervencionistas – de fato, gasta-se menos do orçamento com o funcionalismo do que, por exemplo, nos Estados Unidos.

3. A RELAÇÃO DÍVIDA/PIB É MENOR QUE A BRASILEIRA.

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Após ver sua dívida decuplicar (crescer impressionantes 10 vezes) entre 1975 e 1990, a Suécia aproveitou os anos de profunda recessão para repensar por inteiro sua gestão. Em 1991, os juros da dívida pública consumiam 29% da arrecadação de impostos do país, contra 6% do Brasil em 2013.
Assim como o Brasil, os suecos criaram sua Lei de Responsabilidade Fiscal e trataram de amarrar o crescimento do governo pelos anos seguintes. Constantes superávits fiscais levaram o país a reduzir drasticamente o peso da dívida, que saiu de 71% em 1991 para 38% atuais (contra 64,6% do governo brasileiro). Quando analisamos a dívida líquida, aquela que inclui os ativos do governo, como reservas internacionais, os suecos são de fato devedores de apenas 10% de seu PIB, contra 35% do governo brasileiro.

4. GRANDES CORPORAÇÕES PAGAM MENOS IMPOSTOS NA SUÉCIA DO QUE NO BRASIL OU NOS ESTADOS UNIDOS.

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Ao contrário do que possa parecer, os suecos tributam menos grandes empresas do que os demais países europeus. Apenas 6% da arrecadação do país vem de imposto sobre empresas, contra 9% na média da OCDE. Os impostos sobre consumo também possuem maior peso no país nórdico do que nos demais países da OCDE – são $29 em cada $100 arrecadados, contra $23 na média dos países.
A redução do imposto sobre grandes corporações tem sido uma prática constante no país, como parte da integração econômica com a União Europeia. Empresas como a brasileira Évora escolhem a Suécia como sede europeia justamente pelos baixos impostos. As taxas sobre pessoa jurídica se encontram hoje em 22%, contra 34% no Brasil (podendo chegar a 45% em bancos) e 40% nos Estados Unidos. A redução de impostos corporativos tem sido uma constante na OCDE, para escapar de grandes empresas que abusam de táticas contábeis para reduzir impostos pagos. Os Estados Unidos são neste aspecto um ponto fora da curva, com uma taxa maior que todos os demais. O fato, porém, não elimina o destaque sueco neste caso, conseguindo manter taxas menores que França, Reino Unido, Alemanha e Espanha.

5. AS PRIVATIZAÇÕES ESTÃO NA MODA NA SUÉCIA.

Ao contrário de países como o Brasil, onde o tema se tornou um tabu, os sucessivos governos social democratas e conservadores que sucederam a grande depressão do país, encontraram na venda de empresas estatais uma forma de garantir o cumprimento de metas fiscais e reduzir a dívida pública.
Os processos são contínuos e incluem de fabricantes de bebidas a bancos. Em um dos casos mais recentes, a Suécia privatizou suas farmácias, que até 2011 eram estatais. O país era um dos 3 no mundo a ter este setor sob controle do Estado – junto a Cuba e Coréia do Norte. A venda da Apoteket terminou com o monopólio estatal no setor, e sem resultar num monopólio privado. Cerca de 1/3 dos estabelecimentos foram revendidos aos funcionários que operavam as lojas.
O governo sueco promoveu a privatização do Nordea, banco com presença em todos os países nórdicos, além da Finlândia, Polônia e outros países europeus. A bolsa do país, antes também estatal, foi privatizada, levantando US$ 4 bilhões. Dentre as privatizações planejadas, se encontram ainda a companhia aérea detida em conjunto com países da região, além de uma companhia telefônica, na qual o Estado ainda é acionista. Ao contrário do que possa parecer, defender as privatizações não foi um fator negativo na política do país. Pela primeira vez desde o pós guerra um governo conservador se reelegeu, permanecendo 8 anos no cargo. Antes dele, o último conservador a comandar o país havia sido o responsável por gerir a Suécia na sua grande depressão, entre 1991 e 1994.

6. E ELES ESTÃO PRIVATIZANDO SAÚDE E EDUCAÇÃO.

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Apesar de financiada pelo Estado, a saúde e a educação na Suécia têm sido, nas palavras do jornal inglês The Guardian, um laboratório para a implementação do setor privado no país, conhecido pelo sistema de saúde socializado. Governos conservadores e trabalhistas, de direita e esquerda, promoveram durante os últimos 15 anos um prolongado ajuste sobre ambos os setores. Atualmente a Suécia conta com 30% dos atendimentos médicos e 1 em cada 8 escolas sendo geridas pela iniciativa privada.
O debate no país tem se centrado, entretanto, na possibilidade das empresas obterem lucro. Como no Brasil, inúmeros provedores de saúde e educação são entidades sem fins lucrativos, com a diferença de que lá, como no Chile, o governo financia a aquisição de ambos os serviços por meio dos chamados ‘vouchers’, cheques com destinação certa.
A abertura no país tem servido de exemplo, como relatou a The Economist, também britânica, para reformar a saúde inglesa. Como aponta a revista, os suecos tem feito aquilo que Thatcher não conseguiu fazer – reduzir o peso do Estado na gestão de saúde. Além de servir de base para outros países, o modelo permite o surgimento de grandes empresas no setor, como aCapio, que administra um dos maiores hospitais do país e possui 11 mil funcionários.
Os resultados têm sido expressivos, em especial no tempo de atendimento. Ainda segundo oThe Guardian, o tempo médio de espera em uma emergência de um destes hospitais tem sido de meia hora, contra uma média de 4 horas em emergências de hospitais ingleses.

7. É MAIS FÁCIL FAZER NEGÓCIOS NA SUÉCIA DO QUE NA ALEMANHA.

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A abertura comercial, marca da Suécia liberal do século XIX, tem se mantido intocada pelo país ao longo das últimas décadas. A ausência de uma lei de salário mínimo, flexibilidade trabalhista e um baixo peso de impostos sobre os salários (na média os números são aproximadamente metade dos brasileiros – ou seja, enquanto no Brasil para cada R$ 1 em salário, paga-se R$ 1,03 em impostos, na Suécia a taxa é de $ 0,44).
O país possui uma colaboração de destaque no ranking da Doing Business, organização que mede os padrões internacionais de burocracia e outras dificuldades para implementação de um negócio.
Assim como a Noruega, onde fazer negócios é mais fácil do que nos Estados Unidos, a Suécia se destaca como a 11ª colocada no ranking, à frente de países como Alemanha, Suíça e Holanda (respectivamente a maior economia da Europa, o país com maior facilidades para o setor financeiro e o país com o maior porto do continente).
O que torna a Suécia tão atraente, porém, é justamente sua posição em um 4º lugar no ranking de países com maiores tratados comerciais. A Suécia – ao contrário do Brasil, que nos últimos 12 anos realizou apenas 3 acordos bilaterais – especializou-se em firmar acordos de livre comércio.
A transformação da Suécia de uma utopia de esquerda em um dos países mais culturalmente e economicamente abertos do continente, tem sido uma experiência notável, com certo destaque para a importância de suas instituições. O tal socialismo sueco convive mais na mentalidade apaixonada de pessoas incapazes de correlacionar fatos e eventos do que na prática. O país, ao contrário do que se pensa, não adquiriu sua riqueza graças à distribuição de renda – em suma, os suecos aprenderam na prática algo que os brasileiros ainda relutam em aceitar: a criação de riqueza é um passo fundamental para aqueles que sonham em dividi-la.

As 10 obras mais estúpidas financiadas com dinheiro público

As 10 obras mais estúpidas financiadas 

com dinheiro público







Pintar o meio-fio das calçadas, capinar as praças e tapar buracos em ruas e avenidas. Obras como essas povoam as cidades brasileiras, grandes e pequenas, em ano eleitoral. Em 2012, o prefeito de uma delas, a pequena Caririaçu, no interior do Ceará, achou que seria uma boa ideia deixar-se fotografar cortando as fitas de entrega de um orelhão na zona rural do município. A imagem rodou a internet e o prefeito decidiu acusar a oposição de tentar difamá-lo. Ao contrário desta cena, no entanto, outras centenas de obras inúteis pelo país geram não apenas risadas ou boas histórias, mas prejuízos milionários.
Pontes que ligam o nada a lugar nenhum são mais do que comuns por todo o país. Obras mal planejadas, mal executadas ou mesmo completamente desnecessárias dominam a paisagem tanto das grandes capitais, quanto do interior. Em uma delas, em Cuiabá, a segunda obra de mobilidade mais cara da Copa do Mundo, um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ainda em construção, foi planejada para ter 23 quilômetros – o que, já considerando as composições reservas, demandaria 32 composições. Durante a licitação, porém, o governo decidiu comprar 40, deixando 8 delas, com 56 vagões, inutilizadas. O prejuízo? R$ 120 milhões
Para fiscalizar estas obras e zelar pelo patrimônio público contamos com um batalhão de auditores fiscais, contadores e outros funcionários gabaritados que integram órgãos como o Tribunal de Contas da União. Em 2015, apenas para manter os 27 TCE’s (Tribunal de Contas dos Estados) e o TCU, investimos R$ 10,8 bilhões. Em resumo: para cada R$ 7 investidos pelo poder público, gastamos R$ 1 para fiscalizar e punir. E o valor ainda é insuficiente. Foi também somente em 2015 que o Supremo Tribunal Federal entendeu que o TCU poderia julgar e punir quem desvia dinheiro público, sejam eles funcionários públicos ou não.
Sem controle e com uma fiscalização insuficiente, obras das mais variadas se espalham pelo país ignorando princípios básicos de planejamento. De norte a sul, não é raro encontrar projetos parados há décadas, ou mesmo obras construídas que possuem pouca ou nenhuma utilidade. Para impedir casos como os do estádio Arena do Amazonas, cujo campeonato estadual possui público incomparavelmente inferior à capacidade do estádio erguido para a Copa, tramita no Congresso Nacional o PLS 739, que passaria a demandar “viabilidade econômica” e “demonstrativo de utilidade” de obras públicas. O projeto se encontra parado, como tantas obras país afora.
Como exemplos nunca faltam, listamos abaixo 10 obras cujo prejuízo e os motivos que as fizeram ser construídas vão fazer você rever sua fé nas administrações públicas do país.

1. O PARQUE EÓLICO QUE CAIU COM O VENTO (PREJUÍZO DE R$ 300 MILHÕES)

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Um dos maiores complexos de energia eólica do país, o Cerro Chato, que se divide em mais de 7 parques com dezenas de aerogeradores no Rio Grande do Sul, foi palco no final de 2014 de uma cena inusitada. Construído para gerar energia a partir do vento, com um custo estimado em R$ 300 milhões (na maior parte recursos da Eletrosul, subsidiária da Eletrobrás na região sul), o parque teve 8 torres derrubadas e até 27 aerogeradores afetados por uma ventania.
A estatal realizou o investimento contratando a argentina Impsa, fabricante dos aerogeradores, para operar o parque. A empresa também ficou responsável pela manutenção deles (que funcionam em regime de caixa-preta, ou seja, apenas a fabricante pode operá-los). Meses após construído o parque, a empresa argentina pediu falência no Brasil, abandonado as obras à própria sorte.
O temporal que atingiu Santana do Livramento, a localidade onde se encontram os parques, não é incomum para a região. Ainda sem explicar a razão, a Eletrosul buscou com a agência reguladora do setor elétrico, a ANEEL, a troca do conjunto de torres (que juntas gerariam 54 Mw de energia). A agência, no entanto, negou a substituição, colaborando para que todo o investimento se perdesse literalmente ao vento.
Trata-se do maior incidente com parques eólicos no mundo. De longe superando o segundo colocado, uma queda de 3 torres no norte europeu. Mais uma conquista para a administração pública brasileira.

2. OS PARQUES EÓLICOS QUE ATÉ GERAM ENERGIA, MAS NINGUÉM PODE CONSUMIR (PREJUÍZO DE R$ 4 BILHÕES)

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Com quase 166 parques eólicos construídos até 2015, o Brasil é um dos países que mais investe em energia eólica no mundo. Apenas em 2016 serão R$ 26 bilhões, suficientes para construir quase 5 mil MW, ou 1/3 da energia gerada pela usina de Itaipú.
Para gerenciar e coordenar tudo isso, o governo tem se empenhado em ampliar o poder da ANEEL, a agência reguladora do setor elétrico. Cabe à ANEEL, por exemplo, licitar a oferta de novas geradoras de energia, além de contratar a execução de obras como linhas de transmissão.
E é justamente nesta segunda parte que mora o problema. Segundo o TCU, o atraso médio na construção de usinas é de 10 meses, em 88% dos casos, contra 14 meses de atraso médio nas linhas de transmissão. Dos 166 parques, 34 não possuíam as linhas necessárias para escoar a produção de energia em 2015.
Como venderam a energia independente da entrega, as geradoras recebem por parte das distribuidoras o valor cheio, ainda que elas não repassem a energia. A conta claro, fica para os pagadores de impostos. Só em 2014 o prejuízo do setor no Nordeste foi de R$ 283 milhões. Somando todos os casos em que tais erros ocorreram, o TCU chegou ao valor de R$ 4 bilhões.

3. A DRAGAGEM DO PORTO QUE NUNCA FOI USADA POR FALTA DE AUTORIZAÇÃO (PREJUÍZO DE R$ 196 MILHÕES)

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Aprofundar o calado do porto de Rio Grande era parte das obras incluídas no PAC, ainda em 2009. Segundo o projeto, o canal do porto deveria ser aprofundado de 14 para 16 metros, em uma obra orçada em R$ 196 milhões. Com a obra, os navios que atracassem no quarto maior porto do país, por onde escoam 90% das exportações gaúchas (o terceiro maior exportador do país), poderiam levar 20 mil toneladas a mais por viagem.
A obra foi realizada pela empreiteira Odebrecht e pela belga Jan De Nul, e ficou pronta em um ano, mas desde então jamais foi de fato utilizada. O motivo? A Marinha, responsável pela segurança dos navios, jamais homologou a obra, e portanto os navios nunca a utilizaram.
O governo está agora encaminhando uma nova dragagem no porto. Desta vez ao custo de R$ 387 milhões.

4. A OBRA PARA CAPTAR ÁGUA DE UM RIO SECO (PREJUÍZO DE R$ 29 MILHÕES)

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Feita no conjunto de obras para combater a seca na represa do Cantareira, a transposição do Guaió deveria levar até mil litros de água por segundo até a represa do Taiaçupeba, em Suzano, na grande São Paulo, em uma obra que deveria em tese beneficiar até 300 mil famílias.
Quase dois meses depois de concluída a obra, porém, o rio Guaió continuava sem poder entregar a vazão prometida pelo governo paulista de Geraldo Alckmin durante o processo de inauguração da adutora. A razão? Ele estava seco.
Segundo apurou o jornal O Estado de São Paulo, em períodos de estiagem, como aqueles em que a obra deveria operar, a vazão total permitida pelo rio sequer chega à metade do valor prometido.

5. O PAPÓDROMO FEITO PARA SER UTILIZADO APENAS UMA VEZ, NA VISITA DE JOÃO PAULO II (PREJUÍZO DE R$ 30 MILHÕES)

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A visita do papa João Paulo II ao país no início dos anos 90 foi a segunda e mais duradoura estadia do papa no Brasil. Durante 9 dias, o papa percorreu 10 capitais brasileiras, de norte a sul. Em uma delas, Maceió, acabou discursando para dezenas de milhares de pessoas, em uma estrutura montada especialmente para sua visita.
O espaço cultural João Paulo II, erguido com uma estrutura metálica e vidros blindados, tinha por objetivo garantir conforto ao papa e aos fiéis que o acompanhavam. Após a passagem do líder máximo da Igreja Católica pela capital alagoana, porém, o espaço foi abandonado, como encontra-se até hoje. O custo da obra? R$ 30 milhões (em valores atualizados). E não foi pra conta do papa.

6. A PONTE QUE NINGUÉM PODE CRUZAR POR FALTA DE AUTORIZAÇÃO (PREJUÍZO DE R$ 118 MILHÕES)

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Iniciada sua construção ainda nos anos 90, pelos presidentes do Brasil e da França (Fernando Henrique Cardoso e Jacques Chirrac), a ponte que liga o Brasil à Guiana Francesa, oficialmente parte do território francês, deveria ser um símbolo de integração entre os dois países.
Sua conclusão, porém, aconteceu apenas em 2012, 15 anos após a primeira conversa entre os dois presidentes. Mas não se engane. Apesar de concluída, a ponte nunca foi aberta. A razão?Faltam documentos que atestem a conclusão.

O custo de R$ 118 milhões é equivalente à metade de toda a economia do município de Oiapoque. O motivo de preocupação para os moradores, porém, é outro. Cerca de 200 famílias da região vivem do transporte com o município fronteiriço de Saint George, na Guiana. Ninguém pode atravessar a ponte enquanto os papeis não chegam.

7. O PIER QUE NÃO PODE RECEBER NAVIOS (PREJUÍZO DE R$ 72 MILHÕES)

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A ponte Newton Navarro é um dos maiores símbolos de Natal. Com 55 metros de altura e mais de 2 km de extensão, a ponte tornou-se um cartão postal da capital potiguar. Para receber turistas com maior conforto, a cidade inaugurou recentemente um pier turístico, ao custo deR$ 72 milhões. Só há um problema: os navios de cruzeiro que deveriam desembarcar no pier, não conseguem passar por debaixo da ponte.
Achou bizarro? A altura média de 65 metros dos navios que circulam pela costa brasileira, não é o único problema do turismo na cidade. Para o Secretário de Turismo, navios de cruzeiro são inúteis, pois não pagam ICMS e ISS, além de não gerar empregos como os hotéis da cidade (uma declaração que seria apenas estúpida caso não fosse também oportunista – o próprio secretário é dono de um hotel em Natal).

8. AS PONTES QUE LIGAM O NADA A LUGAR NENHUM (PREJUÍZO INCALCULÁVEL)

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A ponte sobre o rio Água Fria, em Medeiros Neto, no sul da Bahia, deveria desviar o trafego pesado de caminhões do município, garantindo uma passagem mais rápida para as rodovias estaduais da região. Quase R$ 2,3 milhões depois, a prefeitura percebeu que para completar a obra teria de construir cabeceiras que demandariam o desalojamento de quase 40 famílias, algo que demandaria muito dinheiro e inviabilizaria o projeto.
Sem poder concluir o processo, a prefeitura abandonou a obra, que agora paira sobre o rio, sem qualquer possibilidade de acesso.
Como esta, existem outras dezenas de pontes espalhadas por todo o país. A ponte de Tutóia, no Maranhão, é dos nossos casos mais peculiares. Segundo a Polícia Federal apurou durante a operação Navalha, a empreiteira Gautama, junto com políticos locais, teriam apresentado um projeto falso de construção da ponte apenas para repartir o dinheiro público. Após denúncias ao tribunal de contas, no entanto, a empreiteira acabou sendo forçada a construir a ponte – e acabou por fazê-la sem qualquer preocupação com utilidade. O resultado é uma ponte abandonada no meio do nada, em um município cujo pib per capita é de R$ 2,5 mil, ou 10% do nacional.

9. A PONTE POR ONDE NÃO PASSA ÁGUA (PREJUÍZO DE R$ 10 MILHÕES)

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Antes mesmo de tornar-se nacionalmente conhecida pelo vazamento de áudios da operação Lava Jato, Maricá, tão querida pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, já havia circulado pela internet por conta de uma obra pouco usual lançada na cidade.
Margeando a praia, a prefeitura decidiu construir uma estrada – e para complementar, decidiu fazer uma ponte. O problema do projeto, que contou até com um show de inauguração do cantor Dudu Nobre (ao custo de R$ 200 mil), foi que, ao contrário de outras pontes, nesta não havia um fiapo d’água que passasse por baixo. Para arrumar o problema, e evitar que a obra se tornasse um desnecessário viaduto, a prefeitura decidiu abrir um canal pelo qual a água do mar pudesse entrar.
Concluído o disfarce e quase três anos de obras depois, a prefeitura inaugurou o projeto (contratando novamente Dudu Nobre, desta vez por R$ 350 mil, além da bateria da Grande Rio, que havia recebido uma singela contribuição de R$ 3 milhões da prefeitura para o seu carnaval).
Segundo ambientalistas, caso permaneça aberto, o canal pode se tornar um crime ambiental, terminando por secar todo o sistema lagunar.

10. A ESTATAL BRASILEIRA DE CHIPS QUE LEVOU 12 ANOS PARA PRODUZIR CHIPS (PREJUÍZO DE R$ 670 MILHÕES)

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Com mais de 55 estatais criadas apenas nos governos dos últimos três presidentes, incluindo aí empresas como a estatal que deveria cuidar do trem-bala, uma fábrica de camisinhas criada para agregar valor ao látex produzido no Acre e uma estatal para explorar o pré-sal, descobrir o que faz cada uma das 125 estatais brasileiras é um desafio e tanto.
Criada em 2000, a estatal brasileira de chips (também conhecida como CEITEC) faz parte de um plano para reduzir os custos do país com a importação de semicondutores. Com R$ 670 milhões investidos desde então, a empresa investe na aquisição de equipamentos e contratação de pessoal – são 195 funcionários (53 deles com mestrado).
O resultado da empresa, porém, tem sido decepcionante. Desde que começou a faturar em 2012 – ou seja, 12 anos após sua construção – a empresa ainda não ultrapassou a barreira deR$ 6 milhões em faturamento – leia-se: ainda é considerada uma empresa de pequeno porte.
Dentre os produtos desenvolvidos pela estatal se encontra o “chip do boi”, que em tese deveria ajudar a registrar o rebanho bovino brasileiro, algo até agora sem grande sucesso.
Com R$ 31,2 milhões de prejuízo apenas em 2015, a privatização ou uma parceira público privada já foram temas do futuro da estatal. Com o PcdoB no comando do Ministério de Ciência e Tecnologia, a questão havia sido descartada. A privatização agora volta à pauta.
Nunca fez tanto sentido dizer que o Brasil é o país da piada pronta.
Fonte http://spotniks.com/as-10-obras-mais-estupidas-financiadas-com-dinheiro-publico/