De Poitiers a Viena (texto original inédito do Acauan, exclusivo para o RéV, depois de muito tempo)
Acauan Administrator, Moderator
editado December 8 em Religião é veneno Sinalizar
De Poitiers a Viena.
Por Acauan
Com cansativa e irritante frequência vemos referências às Cruzadas como aventuras imperialistas do Ocidente contra o Islã.
Geralmente estas referências falam de um Islã que seria o guardião das luzes em uma época na qual a Europa estava mergulhada nas trevas, mostrando este mesmo Islã como vítima inocente da sanha gananciosa das potências ocidentais.
Uma coisa boa em discutir fatos cientificamente é que as evidências conquistam supremacia sobre as opiniões.
E as evidências que destroem a bobajada exposta no primeiro parágrafo podem ser resumidas em três nomes: Poitiers, Lepanto e Viena.
Estes são os nomes de três batalhas quando, em cada qual, o Ocidente esteve a um passo de ser destruído por forças agressoras do Islã.
As datas são autoexplicativas quanto a quem era a potência agressora neste conflito.
Em 732 DC, Carlos Martel derrotou o exército dos mouros de Córdoba nas proximidades de Poitiers, no coração da França.
Se os muçulmanos tivessem vencido, a civilização Ocidental amargaria seu ocaso ainda na Alta Idade Média.
Note-se que a Batalha de Poitiers ocorreu apenas cem anos após a morte de Maomé, quando os muçulmanos já haviam conquistado na ponta da espada todo o Oriente Médio, todo norte da África e a Península Ibérica.
Esta expansão se deu sem qualquer reação organizada e conjunta da Cristandade, o nome que o Ocidente se dava na época.
A primeira reação organizada e conjunta só se daria na Primeira Cruzada, mais de trezentos e cinquenta anos depois da vitória salvadora de Carlos Martel.
A Quinta e última Cruzada iniciou-se em 1217.
Trezentos e cinquenta anos depois desta última incursão cristã contra o Islã, a sobrevivência do Ocidente estava de novo por um fio, sendo salvo da invasão destruidora dos Otomanos pela vitória da Liga Santa, a coalização Ocidental, na Batalha de Lepanto.
A clareza das contas fala por si.
Trezentos e cinquenta anos antes da Primeira Cruzada o Ocidente lutava pela sua sobrevivência ameaçada pelo Islã e trezentos e cinquenta anos depois da Última Cruzada o Ocidente lutava por sua sobrevivência, ameaçada pelo Islã.
Assim como cem anos depois da morte de Maomé o Islã ja ameaçava destruir o Ocidente, mil anos depois do passamento do Profeta os muçulmanos ainda conservavam o hábito, ameaçando, de novo, invadir a Europa e submetê-la ao Império Otomano, sendo vencidos e detidos, de novo, na Batalha de Viena.
Fazendo a soma dos anos, entre Poitiers e Viena temos quase mil anos de agressões do Islã contra a civilização Ocidental, sendo que cada qual delas poderia ter posto fim ao Ocidente e seu legado, enquanto entre a Primeira e a Última Cruzada passaram-se cento e vinte anos, durante os quais em nenhum momento houve ameaça real de extinção da civilização islâmica.
Como disse, os números falam por si.
Por Acauan
Com cansativa e irritante frequência vemos referências às Cruzadas como aventuras imperialistas do Ocidente contra o Islã.
Geralmente estas referências falam de um Islã que seria o guardião das luzes em uma época na qual a Europa estava mergulhada nas trevas, mostrando este mesmo Islã como vítima inocente da sanha gananciosa das potências ocidentais.
Uma coisa boa em discutir fatos cientificamente é que as evidências conquistam supremacia sobre as opiniões.
E as evidências que destroem a bobajada exposta no primeiro parágrafo podem ser resumidas em três nomes: Poitiers, Lepanto e Viena.
Estes são os nomes de três batalhas quando, em cada qual, o Ocidente esteve a um passo de ser destruído por forças agressoras do Islã.
As datas são autoexplicativas quanto a quem era a potência agressora neste conflito.
Em 732 DC, Carlos Martel derrotou o exército dos mouros de Córdoba nas proximidades de Poitiers, no coração da França.
Se os muçulmanos tivessem vencido, a civilização Ocidental amargaria seu ocaso ainda na Alta Idade Média.
Note-se que a Batalha de Poitiers ocorreu apenas cem anos após a morte de Maomé, quando os muçulmanos já haviam conquistado na ponta da espada todo o Oriente Médio, todo norte da África e a Península Ibérica.
Esta expansão se deu sem qualquer reação organizada e conjunta da Cristandade, o nome que o Ocidente se dava na época.
A primeira reação organizada e conjunta só se daria na Primeira Cruzada, mais de trezentos e cinquenta anos depois da vitória salvadora de Carlos Martel.
A Quinta e última Cruzada iniciou-se em 1217.
Trezentos e cinquenta anos depois desta última incursão cristã contra o Islã, a sobrevivência do Ocidente estava de novo por um fio, sendo salvo da invasão destruidora dos Otomanos pela vitória da Liga Santa, a coalização Ocidental, na Batalha de Lepanto.
A clareza das contas fala por si.
Trezentos e cinquenta anos antes da Primeira Cruzada o Ocidente lutava pela sua sobrevivência ameaçada pelo Islã e trezentos e cinquenta anos depois da Última Cruzada o Ocidente lutava por sua sobrevivência, ameaçada pelo Islã.
Assim como cem anos depois da morte de Maomé o Islã ja ameaçava destruir o Ocidente, mil anos depois do passamento do Profeta os muçulmanos ainda conservavam o hábito, ameaçando, de novo, invadir a Europa e submetê-la ao Império Otomano, sendo vencidos e detidos, de novo, na Batalha de Viena.
Fazendo a soma dos anos, entre Poitiers e Viena temos quase mil anos de agressões do Islã contra a civilização Ocidental, sendo que cada qual delas poderia ter posto fim ao Ocidente e seu legado, enquanto entre a Primeira e a Última Cruzada passaram-se cento e vinte anos, durante os quais em nenhum momento houve ameaça real de extinção da civilização islâmica.
Como disse, os números falam por si.
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Felizmente essas informações são mais difundidas atualmente inclusive por gente jovem como o Milo Yanopolous, Ben Shapiro e Steven Crowder.
Esses vídeos são relativamente populares no YT, o que não deixa de ser um alento.
No Brasil poderíamos fazer mais por esta causa.
Nos EUA há oposição.
Esse da precisa ser visto, 4 minutos e o ptóprio Obamaa fazendo o jogo sujo de citar as Crusadas, é de vomitar:
Meios sabidamente esquerdistas dizem que as Crusadas tinham o elemento religioso em segundo plano e o que estava realmente em jogo eram territórios.
O canal da Mojo, conhecida revista americana famosa por suas listas de os 10 mais isso e aquilo, é um desses sources. Publicaram suas listinhas antes e depois das eleições dos EUA como:
Top 10 Crazy Things That've Happened Since Donald Trump's Election
Top 10 Celebrity Trump Haters
Top 10 Most Ridiculous Donald Trump Tweets
Esse canal é um dos top 20 inscritos no YT mundial e é por isso que me preocupo em saber.
O vídeo em questão é este:
Da mesma forma, os islamitas não eram todos monstros assassinos e ignorantes.
Essa "interação" entre os dois mundos comprovadamente beneficiou o Ocidente culturalmente.
Só que isto não muda a realidade de que a Europa, durante 1000 anos ou mais, correu o risco de ser islamizada.
Ou que as cruzadas não foram uma agressão unilateral e sim uma reação a uma ameaça real.
Como seria a Europa hoje se o outro lado tivesse vencido? Basta comparar os atuais países ocidentais com os países islâmicos.
VIVA AS CRUZADAS ! EFEITOS COLATERAIS SEMPRE EXITEM EM CONFLITOS E FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE AS CONQUISTAS TERRITORIAIS.
A primeira coisa que um comunista faz é acabar com a história verdadeira e depois colocar livros contando a história a sua maneira
DEFENDER A LIBERDADE JUSTIFICA A GUERRA
Esta é uma questão interessante para mim, diz respeito à autocrítica das próprias ideias.
Por muito tempo, algumas décadas para dar a dimensão da coisa, eu repeti um mantra que acreditava resumir esta questão "As Cruzadas foram essencialmente um experimento colonial".
Ou seja, por trás do discurso religioso o que se queria era expandir os domínios europeus através da conquista de novos territórios.
Até que um dia li uma análise, não me lembro o autor, que detalhava como a ideia das Cruzadas como experimento colonial era um mito criado em determinadas universidades americanas e que este mito era orientado muito mais por vieses ideológicos do que por evidências científicas.
Este mesmo ensaio demonstrava, aí sim com as devidas evidências, a motivação predominantemente religiosa das Cruzadas. Outras motivações havia, claro, mas que ação humana deste porte teve ou tem ou teria motivação única?
Então...
Fui rastrear na memória a origem da minha crença no "Experimento colonial das Cruzadas" e a fonte original era o livro A Era da Incerteza, de John Kenneth Galbraith.
Galbraith foi muito popular certa época devido A Era da Incerteza ter virado série de TV, tornando seu autor uma espécie de Carl Sagan da Economia.
Na época eu gostava do Galbraith, o mais conhecido defensor do Keynesianismo e adversário direto do liberalismo de Milton Friedman.
Coisas da juventude... mas socialista, pelo menos, nunca fui...
Ou seja, toda uma crença histórica me havia sido formada com base em uma única fonte que se mostrava ideológica, fato confirmado por Galbraith ser professor e representante de uma das universidades citadas na formação do mito do experimento colonial das Cruzadas.
A cura trabalhosa para esta doutrinação foi zerar as opiniões a respeito, revisar fontes, identificar consensos.
E a conclusão única se revela de um fato inegável, o significado da experiência religiosa para o homem medieval.
Note que eu disse experiência religiosa e não crença religiosa.
Para nós, ocidentais pós-iluministas, religião é apenas uma crença, como há várias religiões propondo crenças contraditórias entre si, então não há como estarem todas corretas, concluindo-se que a experiência deve estar acima da crença no processo de tirada de conclusões.
Esta dicotomia não existia para o homem medieval, para quem a experiência cotidiana era a mesma coisa que vivência religiosa, uma vez que sua cosmovisão era cristã e qualquer visão de mundo que fugisse ou negasse a cristã era vista automaticamente como herética.
Assim, o chamado do Papa convocando os cristãos para libertar a Terra Santa, resgatar o Santo Sepulcro do domínio muçulmano se necessário morrendo pela Cruz de Cristo certamente teve um apelo de grandiosidade irresistível em seu tempo.
Se parece estranho hoje, basta um comparativo rápido.
Milhões de jovens americanos correram para o alistamento militar voluntário após o ataque a Pearl Harbor. Se uma coisa tão secular quanto o ataque a uma base naval foi capaz de causar tamanha disposição ao sacrifício, que dirá para homens que existiam dentro de uma realidade religiosa o chamado para defender a causa de Deus e o fazendo conquistar o perdão dos pecados e a certeza da salvação eterna, o que na época era o anseio primeiro e maior de qualquer homem considerado sensato.
Os destaques que dão às pilhagens e desordens promovidas pelos Cruzados em suas idas e vindas em nada deveriam surpreender. É o esperado de turbas de homens em armas recrutados sem critério e postos a marchar com escassa disciplina e sofrendo todos os infortúnios de percorrer a pé o longo caminho da França ou Inglaterra até a Palestina.
Estas ocorrências não são suficientes para negar a motivação religiosa daqueles homens. Pelo contrário, é a única explicação razoável do porque se submeteram ao infortúnio de ir a pé para um fim de mundo, sem qualquer confiança justificável de que voltariam vivos de lá.
Ficou mais longo que o texto original.
É um comentário precioso pra mim.
Não da pra simplesmente achar isso na internet explicado dessa forma.
E essa questão é central por causa do viés ideológico de esquerda ao tentar fazer essa redução da motivação das Cruzadas.
Ao menos eu acho que acertei em minhas suspeitas.
Este é mais um dos assuntos centrais do debate ideológico, não querendo desviar o tópico mas apenas listando pra colocar em perspectiva o porque de eu querer saber disso.
Outros mitos propagandeados pela esquerda:
-Crise de 1929 foi causada pelo livre mercado.
-O "povo palestino".
-A USSR não tinha interesse no Brasil na época da guerra fria e o golpe apenas usou isso como desculpa.
-As bombas atômicas lançadas sobre o Japão. Quase tudo que se ouve falar sobre isso é balela e inclusive existiriam atrocidades ainda maiores cometidas pelos aliados antes dessas bombas.
Esses assuntos merecem tópicos separados e quem sabe com o tempo vamos fazendo isso.
Me parece correto e concordante com o Acauan.
É de se esperar que ações deste tamanho apresentem motivações diferentes/concorrentes.
O erro pra mim é as ordenar da forma que pareca politicamente mais interessante a quem apresenta essa versão ideológica das coisas, ou seja, mentir falando a verdade.
E também ignorar a conclusão lógica, física e observável que é comparar o que tem hoje no Ocidente com o que tem em lugares de maioria islâmica.