Você me protegeu das coisas ruins,
Me manteve aquecido, me manteve aquecido.
Você entregou minha vida para mim,
Me libertou, me libertou.
Os melhores anos que eu conheci,
Foram todos os anos que tive com você.
Eu daria qualquer coisa que eu possuo,
Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.
Eu daria tudo que eu possuo,
Apenas para ter você de volta outra vez.
Você me ensinou como amar,
Do que é, do que é.
Você nunca disse muito,
Porém apesar disso, mostrou o caminho
E eu aprendi ao observar você.
Ninguém mais poderia conhecer
A parte de mim que não consegue desistir.
Eu daria qualquer coisa que eu possuo,
Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.
Eu daria tudo que eu possuo,
Apenas para ter você de volta outra vez.
Existe alguém que você conhece,
Você está gostando muito deles
Mas considerando-os todos como certeza?
Você pode perdê-los algum dia,
Alguém os leva embora
E eles não ouvem as palavras que você deseja dizer.
Eu daria qualquer coisa que eu possuo,
Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.
Eu daria tudo que eu possuo
Apenas para ter você de volta outra vez,
Apenas para tocar você mais uma vez.
Se tem uma coisa que os
antigos mitos e os video games ao mesmo tempo nos ensinaram é que, não
importa o quão imponente e aparentemente invencível um inimigo seja, ele
sempre tem um ponto fraco, um calcanhar de Aquiles.
A esquerda deveria ser invencível. Ela apela para o mais poderoso e
motivador traço da psique humana – o emocional, e ainda explora o nosso
senso de compaixão e vontade de trabalhar menos e aproveitar mais. Isso,
somado ao crescimento de faixas demográficas chave deveria torna-los
invencíveis no século XXI. No entanto, a esquerda no mundo vive o seu
pior momento desde o fim da Guerra Fria e a metamorfose do comunismo
para a social-democracia e o marxismo-cultural.
O que derrubou o movimento, ao menos temporariamente, foi a sua falha
fatal, a pequena fresta na armadura capaz de deixar passar uma flecha
mortal – a arrogância. A esquerda é fundamentada no elitismo, na noção
de que a massa precisa de um pequeno grupo de líderes iluminados para
lidera-la e molda-la da forma correta. A noção de “esquerda caviar” é
tão certa quanto clichê, seja o Leblon olhando para os morros do Rio ou o
eixo Nova York – Los Angeles olhando para o coração da América da
janela de um avião, tudo parte da noção de que pessoas pobres, menos
favorecidas ou somente mais simples são, bom, burras.
Elas precisam do estado para tirar o hambúrguer fast-food da mão
delas por que são incapazes de deduzir que aquilo em excesso pode trazer
malefícios, elas precisam do todo poderoso governo para tirar armas de
suas mãos por que, com certeza, acabariam fazendo uma merda com isso. No
âmago do conceito de estado grande está a noção de que as pessoas não
conseguem fazer as melhores decisões por contra própria.
Seja do mais alto posto de comando ao militante de faculdade, o esquerdista sempre se vê na posição de salvador. Ele pensa, “não vão me rejeitar por que eu trago o bem, não vão me rejeitar por que eu sei o que é preciso pra tornar a vida deles melhor”.
O problema é que as pessoas instintivamente não gostam de serem ditas o
que devem ou não querer. Basta alcançar o poder que a esquerda logo
relaxa na sua arrogância, na certeza de que eles têm tudo e todos na
mão. E logo vêm os descuidos, os deslizes e as barbeiragens que
fatalmente culminam na sua queda.
Como toda tarefa na vida, construir é somente a primeira etapa e, com
o tempo, você acaba notando que manter e desenvolver algo acaba sendo a
parte mais difícil. A esquerda relaxa quando constrói algo e age como
se aquela edificação fosse durar para sempre. O paternalismo só é
atraente para um certo número de pessoas e mesmo assim durante pouco
tempo. Como vimos, 2008 não durou nem até 2016.
Mas não se enganem, amigos, a esquerda não está derrotada. Nem aqui,
nem nos EUA. No momento ela só está ferida, capotada na própria
arrogância, passando por um breve período de incerteza. Mas ela vai
voltar. E quando isso acontecer, esteja pronto com a sua flecha apontada
para o calcanhar descoberto dela.
'Como sobrevivi a uma seita que me deixou trancada por 30 anos'
18 fevereiro 2017
Era por volta de
11h15 de 25 de outubro de 2013 quando a porta de um apartamento na
região de Brixton, no sul da capital da britânica, se abriu. Duas
mulheres saíram dele, chegando à rua silenciosa e pouco movimentada.
A
mais jovem delas, Rosie, caminhava de uma forma estranha. Seus
movimentos eram rígidos e desajeitados, como se ela não estivesse
acostumada a percorrer nem curtas distâncias.
Na realidade, ela havia passado os últimos 30 anos - sua vida
inteira - em cativeiro. Agora, estava doente e precisava de atendimento
médico.
Nascida em um "coletivo", ela não tinha permissão para ir
ao médico. Na verdade, nunca havia sido autorizada a sair sozinha. Ouvia
que, se tentasse fazer isso, morreria queimada.
Preocupada com a
possibilidade de não sobreviver à doença, Rosie e outra mulher, Josie,
conseguiram escapar. Uma organização que ajuda pessoas que foram
abusadas estava na esquina à espera delas. Junto com a polícia, a
entidade tinha ajudado a planejar a fuga.
Logo ficou claro que
Rosie e Josie - que tinha 57 anos - não eram as únicas mulheres que
viviam naquele apartamento. Quando a polícia foi até lá, encontrou
Aisha, uma senhora malaia de 69 anos. Nas semanas seguintes, foi
tornado-se cada vez mais óbvio que a vida delas naquele lugar havia sido
surreal.
As três mulheres pareciam extremamente assustadas e se
referiam muitas vezes a uma "força toda-poderosa" chamada Jackie.
Acreditavam que essa força poderia tentar se vingar e machucá-las.
Ficavam aterrorizadas com eletricidade, que chamavam de "eeee", e
pareciam nervosas diante de aparelhos domésticos que poderiam queimar ou
explodir.
Conforme contava detalhes de suas vidas, Rosie foi
ficando mais confiante e decidiu mudar seu nome para Katy, inspirada na
música Roar, de Katy Perry, que fala sobre uma mulher superando um relacionamento difícil e encontrando sua voz.
A história de Katy e o que ela superou mostram que, na verdade, ela era muito mais forte do que qualquer um poderia imaginar. Camarada Bala
O
dono do apartamento era Aravindan Balakrishnan, a quem as mulheres
chamavam de Camarada Bala ou AB. Ao descrever a vida com ele, Katy
explica que o homem tinha total controle sobre as mulheres, a quem ele
chamava de "camaradas".
Ele dizia que "era Deus, que dominava o mundo, era imortal e era nosso líder e que nós só tínhamos que obedecê-lo".
Camarada
Bala dizia ter uma máquina "toda-poderosa" à sua disposição, que ele
chamava de "Jackie", um acrônimo para Jeová, Alá, Cristo e Krishna.
"Jackie" era supostamente um satélite invisível construído por chineses.
Balakrishnan alegava que com, a ajuda de "Jackie",
ele poderia controlar o mundo de dentro do apartamento. Ele dizia ser
responsável por todos os acontecimentos mundiais, inclusive guerras e
desastres naturais.
Um dia, em 1995, um entregador de pizza tocou
a campainha do apartamento por engano. "Bala disse que era o Estado
fascista britânico tentando provocá-lo trazendo uma pizza que ele não
havia pedido e tocando sua campainha para atrapalhar seu trabalho
político", diz Katy.
Mais tarde naquele dia, houve um enorme
terremoto no Japão. "Então, no mesmo dia em que o Estado fascista bateu à
porta de Deus, à porta de Bala, houve um grande terremoto em Kobe para
punir o Estado fascista", ela conta. Em japonês, Kobe significa "a porta
de Deus".
Balakrishnan dizia às seguidoras que era apenas uma questão de tempo até ele se tornar o "governador do mundo", conta Katy.
Ao
longo de sua vida, Katy ouvia que ela entraria em combustão espontânea
se tentasse sair do apartamento - "Jackie" saberia disso e faria chamas a
consumirem.
Dia-a-dia
A rotina era difícil. As "camaradas" precisavam acordar cedo para fazer o trabalho da casa, cozinhar e servir Balakrishnan.
Elas
competiam para agradá-lo. Era considerado uma honra ter autorização
para ligar o chuveiro para seu banho ou desligá-lo depois que tivesse
terminado.
No início, quando o grupo era maior, algumas eram
mandadas para trabalhar fora e ganhar dinheiro para o coletivo.
Balakrishnan e sua mulher, a tanzaniana Chandra, jamais tiveram
empregos.
Aquelas que não saíam para trabalhar permaneciam no
apartamento, onde tinham de acompanhar as leituras matinais de
Balakrishnan, de pé, por três ou quatro horas. Quem se sentasse era
punida.
A base do sistema criado por Balakrishnan eram princípios
e ensinamentos de Karl Marx, Lenin e Mao Tse Tung. O grupo queria
trazer ao mundo a revolução comunista e acreditava estar construindo o
"novo mundo". Eles operavam em segredo e se escondiam do "Estado
britânico fascista".
Mas por que as mulheres ficaram com Balakrishnan por tanto tempo?
O
grupo começou como uma organização política de esquerda, mas evoluiu
conforme Balakrishnan foi desenvolvendo ideias pseudo-religiosas. "Com o
tempo, nós passamos por uma lavagem cerebral", diz Aisha.
"Nossos
cérebros foram infectados. Apagamos todas as ideias que tínhamos.
Quando se quer construir um novo mundo, você não pode trazer o velho
junto, então, esquecemos tudo o que pensávamos até ali e passamos a
preencher o cérebro com novas ideias."
Aisha e Katy dizem que
apanhar era algo frequente no coletivo e que, se houvesse qualquer
desobediência, a violência aumentava. No entanto, Josie defende
Balakrishnan e nega que ele tenha usado de força.
Prem Maopinduzi
Katy
nasceu em 1983. Sua mãe, Sian Davies, se juntou ao coletivo
voluntariamente e passou a ter relações sexuais com Balakrishnan no
início da década de 1980.
Sian ficou grávida, e sua filha ganhou o nome de Prem Maopinduzi. Prem significa "amor" em hindu e Maopinduzi era aparentemente uma combinação de Mao com a palavra em suaíli para revolução, mapinduzi.
"Significava 'Revolução do Amor', e eu odiava isso…
Ele achava que, enquanto ele dominava o mundo, eu poderia ser como um
soldado ou porta-voz", conta Katy, que começou na adolescência a
referir-se à si mesma como Rosie.
As representantes do coletivo
não sabiam quem o pai dela era e foram levadas a acreditar que Sian
havia engravidado de "Jackie". Naquela época, Balakrishnan já falava
sobre o Projeto Prem.
Projeto Prem foi uma experiência realizada
com crianças com o objetivo de eliminar a família nuclear - um piloto
sobre uma nova forma de organização social que seria implementado
mundialmente uma vez que Balakrishnan assumisse o comando do mundo.
A
camarada Prem, como Katy era conhecida, se vestia com roupas sem
identificação de gênero. Nunca foi à escola, nunca conheceu nenhuma
outra criança e raramente saiu de casa.
Ela não sabia quem eram seus pais. E o grupo não tinha permissão de demonstrar afeição por ela.
Início
Balakrishnan passou a infância na Ásia. Ele nasceu na Índia em 1940 e mudou-se para Cingapura com sua família quando aos 8 anos.
Em
1963, viajou para o Reino Unido com uma bolsa do Consulado Britânico
para estudar na London School of Economics. Como estudante, foi se
envolvendo com a esquerda na política e, em determinado momento,
abandonou os estudos.
Em 1974, criou o Instituto dos
Trabalhadores do Pensamento Marxista-Leninista-Mao Tsetung, que
descreveu como um "Partido Revolucionário Mundial iniciado pelos
chineses".
Seu slogan era "o presidente da China é nosso presidente, o trajeto da China é nosso trajeto".
Em 1976, o Instituto dos Trabalhadores se mudou para
instalações na rua Acre Lane, em Brixton. Além da esposa de
Balakrishnan e a irmã dela, o grupo consistia principalmente de
estudantes de Cingapura e da Malásia que se sentiam divididas quanto ao
passado colonial e imperialista da Grã-Bretanha.
Aisha Wahab tinha
se mudado para o Reino Unido com 24 anos para estudar levantamento
estatístico. Ela se juntou ao grupo logo no início.
"Fiquei muito
inspirada e atraída por ele. Pensei que era ótimo tê-lo ali para
esclarecer nossos pensamentos sobre o que fazer com a vida", conta.
Outras
integrantes do grupo eram Josie Herivel, uma violonista jovem e
brilhante que estudava no Royal College of Music, e Sian, estudante de
pós-graduação da London School of Economics que usava o dinheiro enviado
pela sua família para pagar o aluguel das instalações.
Não
demorou até que as atividades políticas do Instituto dos Trabalhadores
atraíssem a atenção da polícia. Em março de 1978, o local foi revirado
em uma busca por drogas.
Apesar de não ter sido achado nada
ilícito, nove membros do grupo - incluindo Balakrishnan - foram presos
por terem atacado policiais durante a operação.
No julgamento,
eles se recusaram a reconhecer a autoridade do tribunal e, quando foram
chamados, gritaram: "Viva o presidente Mao! Viva o Partido Comunista da
China! Morte ao Estado Fascista britânico! Vitória para a revolução
mundial!".
Depois de um período breve de encarceramento,
Balakrishnan decidiu que, para escapar da atenção do "Estado fascista
britânico", o grupo deveria viver escondido.
Então, daí em
diante, passaram a operar em segredo, mudando frequentemente de casa. Em
1980, haviam restado somente sete seguidores - todas mulheres.
Conforme
elas foram parando de sair para trabalhar, o grupo passou a sobreviver
somente com a pensão recebida do governo pela irmã de Chandra, que tinha
uma deficiência.
Balakrishnan exerceu controle sobre o grupo por
muitos anos. Além de ameaças e violência física, usava o passado de cada
uma para manter seu domínio.
O pai de Sian havia se matado quando
ela era uma adolescente, e Balakrishnan dizia repetidamente que a culpa
era dela. Em 1996, a saúde mental de Sian ficou frágil, e, na noite de
Natal, ela caiu da janela do banheiro do segundo andar de uma casa em
Brixton em uma aparente tentativa de suicídio.
Sian foi levada para o hospital, onde ficou em coma.
Balakrishnan insistia que os familiares dela não deveriam ser avisados
sobre o que aconteceu. Então, Josie disse a eles pelo telefone que Sian
estava viajando pela Índia. Depois de ficar em coma por sete meses, Sian
morreu.
Ela não foi a única a falecer durante a existência do
coletivo. Em 2004, Oh Kar Eng, uma enfermeira da Malásia que tinha
acompanhado Balakrishnan desde os anos 1970, bateu a cabeça no gabinete
da cozinha e teve um AVC. Ela morreu no dia seguinte.
Essas duas mortes reforçavam para as mulheres a ideia de que Balakrishnan tinha o poder sobre a vida e a morte.
"AB
dizia que ele ajudava as pessoas a viver e que as pessoas que morriam
não haviam compreendido o suficiente seus ensinamentos. Isso era algo
que me aterrorizava", conta Aisha. "Eu pensei: ok, da próxima vez, serei
eu. Não quero morrer".
Em 2005, a situação de Katy fez com que
ela entrasse em depressão profunda. Observando a vida por uma janela,
ela começou a duvidar do poder de Balakrishnan sobre o mundo.
Quando
completou 22 anos sem nunca ter saído dali sozinha - e apesar de
acreditar que ela poderia ser morta por "Jackie" - Katy tentou escapar,
mas, sem experiência de vida alguma, não conseguiu explicar sua situação
para um policial. Disse apenas que "havia fugido de casa".
O
policial a convenceu a dar o telefone de Balakrishnan, que foi buscá-la.
Ele garantiu que estava tudo bem e levou Katy de volta para o
apartamento, onde disse que ela havia sido ingrata. Katy ficou em
cativeiro por mais oito anos.
Nova vida
Durante
o verão de 2013, Katy perdeu muito peso e ficou tão mal que Josie teve
medo de ela não sobreviver. Ir ao médico não era uma opção, então, as
duas mulheres bolaram num plano.
Elas contataram Gerard Stocks e
Yvone Hall, da Palm Cove Society, uma instituição beneficente que ajuda
vítimas de trabalho escravo, tráfico humano, casamento forçado e
violência doméstica. Junto com a polícia, eles conseguiram coordenar o
resgate.
Katy estava determinada a ir embora e não voltar mais.
"Eu não poderia mais aguentar viver como um animal, ser tratada com
tanto desrespeito e não como uma pessoa."
Naquele mesmo dia,
Yvonne e Gerard levaram Katy, Josie e Aisha para a cidade de Leeds, na
região central da Inglaterra, e ofereceram a elas um lugar pra ficar.
Katy foi levada ao hospital para receber tratamento para diabetes.
Rapidamente,
ficou claro que Katy não tinha muita experiência de vida. Ela ficou
extasiada com a grandeza de tudo o que via, porque havia permanecido
"confinada" por muito tempo, explica Yvonne.
Ela não conseguia
atravessar a rua, nunca tinha tocado em dinheiro e era incapaz fazer
qualquer contato visual com outras pessoas.
Depois de algum tempo, Josie e Aisha foram morar em
outro apartamento, mas Katy ainda precisava de cuidados especiais,
então, ela viveu com Yvonne e Gerard por mais de um ano, enquanto eles a
ajudavam a desenvolver as habilidades de que precisaria para viver
independentemente.
Balakrishnan foi levado a julgamento e acusado
de cometer crimes sexuais, além de manter a filha em cativeiro. Durante a
investigação, descobriu-se que ele havia estuprado duas mulheres por
muitos anos.
Em janeiro de 2016, Balakrishnan foi condenado a 23
anos de prisão por estupro, assédio sexual, crueldade infantil e cárcere
privado de sua filha.
Chandra e Josie divulgaram uma nota para a
imprensa declarando sua inocência e dizendo que ele havia sido vítima
do "Estado fascista britânico".
Apesar de ter saído
voluntariamente do coletivo, Josie continuou a seguir seus ensinamentos
e, agora, dedica seu tempo a tentar limpar o nome de Balakrishnan.
Aisha tem 72 anos e vive em Leeds. Ela alega que não
sabia de nenhum abuso sexual no coletivo. Apesar de se arrepender do
jeito que Katy era tratada, ainda acredita na importância de campanhas
para fazer do mundo um lugar melhor.
Por sua vez, Katy passou a usar o sobrenome Morgan-Davies, que é formado por dois sobrenomes da família de sua mãe.
Ela
está se esforçando ao máximo para deixar o doutrinamento para trás e
faz progressos notáveis. Está estudando Inglês e Matemática na faculdade
e vive em um apartamento próprio.
Testes de DNA confirmaram que Balakrishnan é seu pai. De alguma forma, ela conseguiu perdoá-lo
"Eu
o odiava, mas agora não mais. Nelson Mandela disse que você ainda está
na prisão se você segurar a sua raiva, ódio e amargura, então, não há
lugar para isso em minha vida. Gostaria de me reconciliar com ele no
futuro, se ele quiser."
Aos 80 anos, Gabriele Köpp tem problemas com sono, por vezes,
simplesmente não consegue comer. Aos 15 anos, ela foi repetidamente
violada por soldados soviéticos, sendo virgem e não tendo nenhum
conhecimento prévio sobre o sexo.
A revista "Spiegel" escreve
que não existem os dados exatos sobre a quantidade de mulheres alemãs
violadas pelo exército soviético, o
número que aparece em várias publicações aponta para dois milhões de
mulheres. Segundo a investigação do Dr. Philipp Kuwert, o especialista
de traumas e o chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do
Hospital universitário de Greifswald, a idade média das vítimas de
violações soviéticas era de 17 anos e cada mulher foi violada em média
12 vezes. Quase metade das vítimas possui os sintomas pós – traumáticos,
incluindo os pesadelos, tendências de suicídio, anestesia emocional.
Cerca de 81% destas mulheres adquiriram o efeito negativo direto sobre a
sexualidade.
A historiadora Birgit Beck-Heppner escreve que os
soldados soviéticos usavam as violações para intimidar as populações
alemãs, mostrando que o seu governo e exército já não lhes conseguiam
garantir a segurança. Por isso, muitas destas violações eram executados
em público.
Em 1945, os soviéticos foram os primeiros a chegar
em Berlim. Mesmo após a rendição dos nazistas, o sofrimento do povo
alemão parecia não ter fim. Os soldados do Exército Vermelho invadem
casas, arrancam mães e filhas de suas famílias e as estupram em praça
pública, algumas foram estupradas várias vezes por grupos de até 10
soldados. Mais de 2 milhões de mulheres alemãs foram estupradas só em
1945, desde crianças de 8 anos à idosas de 80. O livro “Anônima, Uma
Mulher em Berlim”, é um relato perturbador sobre os abusos sexuais
sofridos pelas mulheres da Alemanha em 1945.
A “doença russa”
Gabriele Köpp lembra na conversa com o jornalista de "Spiegel" que a
sua menstruação parou por completo durante os 7 anos. Naquela época era
um sintoma bastante comum entre as alemãs e era chamado pelos
ginecologistas de “doença russa”.
Quando Gabriele Köpp é
perguntada se conheceu o amor, se teve alguma vez relações sexuais, ela
responde: “Não, não tive nada disso. Para mim existia apenas uma coisa –
a violência”.
SAIBA MAIS:
Mulher alemã escreve livro inédito sobre estupros que sofreu na Segunda Guerra Mundial: http://goo.gl/EriEjF
Exército Vermelho violava até as mulheres russas, libertadas dos campos de concentração: http://goo.gl/dd07B9
2 Milhões de Mulheres Alemãs foram estupradas pelos Russos: http://goo.gl/l5ydGR