sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Em evento nos EUA, Fernando Henrique Cardoso diz que tem medo de ser morto por Bolsonaro



Em evento nos EUA, Fernando Henrique Cardoso diz que tem medo de ser morto por Bolsonaro


FHC fez a declaração em evento de universidade dos EUA (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Durante um evento na Universidade de Brown, nos EUA, nesta quinta-feira (16), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evitou citar o nome do presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), mas suas palavras foram bastante claras sobre quem ele se referia. “Um dos candidatos propôs me matar quando eu estava na Presidência. Na época, eu não prestei atenção. Mas hoje eu tenho medo, porque agora ele tem poder, ainda não, ele tem a possibilidade do poder”, disse.
A referência a Bolsonaro é clara ao lembrarmos da entrevista à TV Bandeirantes em 1999, quando Bolsonaro afirmou que seria impossível realizar mudanças no Brasil por meio do voto. “Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”, declarou.
FHC fez referências a Bolsonaro ao afirmar que não pode descartar a possibilidade de o Brasil repetir a experiência italiana depois da Operação Mãos Limpas e eleger um presidente de direita similar a Silvio Berlusconi na esteira da Lava Jato. Embora não tenha citado nomes, ele deixou claro que considera o deputado e presidenciável a principal ameaça nas eleições do próximo ano. “Eu não quero entrar em detalhes, mas há pessoas da direita que são pessoas perigosas”, disse o tucano.
Na opinião do ex-presidente, há um “debate sério” no Brasil sobre o assunto, inclusive entre os juízes responsáveis pela Lava Jato. “Eles estão comparando, eles sabem o que aconteceu na Itália, todo mundo sabe das consequências em termos de Berlusconi. Se você olha a situação atual do Brasil, eu não posso dizer que isso não é possível”.
Ele ainda afirmou que o sucesso na disputa de 2018 dependerá da capacidade do candidato de expressar uma mensagem que coincida com as aspirações da população. Mas ele ressaltou que a política não é pautada só pela razão, mas também pela emoção. “É arriscado. Essa pessoa está comprometida com a Constituição, com o respeito das leis, com os direitos humanos?”
O tucano revelou que relutou em apoiar o impeachment de Dilma Rousseff, mas mudou de ideia quando houve a paralisia do governo. De acordo com ele, a única saída possível para esse tipo de situação em um regime presidencialista é o impeachment. O ex-presidente afirmou ainda que o afastamento é uma decisão política, ainda que amparado em base legal – no caso, o desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.
*Com informações do Estadão.

60 mil nazistas e alguns jornalistas burros que representam a maioria

60 mil nazistas e alguns jornalistas burros que representam a maioria


No último dia 10, cerca de 60 mil poloneses saíram às ruas de Varsóvia para comemorar o dia de sua independência. Entre essas pessoas, como pode acontecer em uma multidão tão grande, alguns extremistas com bandeiras trazendo símbolos nazi-fascistas. Muitos, mas muitos católicos anticomunistas também – normal, já que a Polônia talvez seja um dos países mais católicos do planeta e tem um histórico de sofrimento nas mãos dos soviéticos ao longo do século passado.
Muitos jornais pretensamente sérios (Wall Street Journal, Guardian, BBC, Independent) noticiaram a passeata como se os 60 mil poloneses tivessem aproveitado a ocasião para ir às ruas pedir o extermínio de muçulmanos, de judeus e de toda a população não-branca do país. A matéria do Wall Street Journal, por exemplo, chega a mencionar a presença de faixas com dizeres como “A Europa será branca” e “Rezemos pelo Holocausto islâmico”. Mesmo que nenhuma reportagem sequer apresentasse fotos para comprovar essas manifestações, o feriado nacional acabou sendo retratado como um evento neonazista. Não por um ou por dois jornais esquerdistas estridentes, mas por toda a mídia.
É verdade que, apesar de terem sofrido não só nas mãos dos comunistas como também dos nazistas, houve colaboracionistas entre os poloneses. Também não se pode negar que existam focos de extremismo fascista na Europa. Não se pode, porém, partir de um fato e da presença de 60 mil pessoas para generalizar um fenômeno que se pretenda denunciar, colocando a minoria de fascistoides como representativa da multidão que lá estava.
O que um profissional minimamente sério deveria ter feito diante desse caso? Antes de tudo, noticiar tão somente os fatos, todos devidamente documentados. Esse jornalista hipotético ficou perturbado com a presença dos neonazistas e considera o ocorrido um fenômeno suficientemente relevante? Bem, sendo assim, esse profissional deve reunir materiais, separá-lo do contexto maior (feriado da independência da Polônia, multidão de 60 mil poloneses em Varsóvia) e criar uma reportagem à parte, relacionando-a ao contexto histórico (antissemitismo na história polonesa, colaboracionismo durante a Segunda Guerra, neonazismo na Europa de hoje, etc.).
Boa parte do jornalismo atual baseia-se nas informações repassadas pelas agências de notícias. Muitos dos jornais que veicularam tais reportagens sensacionalistas e histéricas apenas reproduziram o conteúdo dessas agências. A opinião também é requentada e corresponde a uma narrativa. Uma multidão de católicos anticomunistas nas ruas, a presença de pequenos grupos extremistas, patriotas vestindo as cores do país (ainda que num feriado nacional), manifestações contra a imigração muçulmana: tudo isso, tirado do contexto, serve para comprovar a ideia de que existe um extremismo fascista iminente na Europa.
Esse tipo de abordagem se assemelha à dos militantes das políticas de identidade que se utilizam de casos falsos ou descontextualizados para generalizar suas ideias. Diante de uma notícia de que o Instagram de determinada celebridade negra recebeu comentários racistas, esses militantes saem dizendo que isso prova que o Brasil é um país de racistas. Caso descubram que o comentário foi feito por outro militante para incriminar racistas imaginários, tudo bem; o caso não foi verdadeiro, mas poderia muito bem ter sido e fica como exemplo. Da mesma forma, pouco importa que entre os 60 mil poloneses nas ruas de Varsóvia poucos fossem ativistas do fascismo. Afinal, o extremismo de direita é um fenômeno na Europa dos últimos séculos e qualquer faísca serve para criar uma denúncia.

Caetano Veloso tenta censurar seus adversários políticos

Caetano Veloso tenta censurar seus adversários políticos


 

É evidente que a canalhice do senhor Caetano Emanuel Viana Teles Veloso terá consequências gravíssimas para todos nós, caso sua pretensão prospere no aparelhado e progressista judiciário brasileiro. É evidente que razão nenhuma lhe assiste. É evidente que o senhor Teles Veloso é um homem rancoroso, decadente e voluntarioso. Que ao invés de reconhecer sua pusilanimidade diante da situação – em que manteve ele, homem de quarenta anos, conjunção carnal com uma menina de treze – prefere usar do seu prestígio, sua posição artístico-social e sobretudo seu DINHEIRO para tentar calar os que falam o português correto e ainda não foram afetados pelo vírus do relativismo moral e legal.
O que este homem fez é crime, inclusive com jurisprudência firmada dizendo que o autor de tamanha aberração moral e social comete ilícito penal independentemente do consentimento da menor de idade. Não podemos aceitar a mudança na interpretação legal só porque o mimado artista, acostumado aos louros da fama por seu pseudo-intelecto – mantidos graças a ignorância do povo brasileiro – não aceita ser chamado pelo que é. Ainda que ele se julgue um intocável “monstro sagrado do tropicalismo”, ele não passa de uma besta quadrada do tropi-ilusiocionismo: medíocre, torpe, vaidoso e muito arrogante.
Daí a enorme importância desta querela. Hoje é o Flávio, amanhã poderá ser qualquer um de nós. Querem nos calar e continuar impondo esta mentalidade autoritária e atrasada, que é o socialismo e seus postulados. Dar nomes aos bois e aos feitos das ‘vacas sagradas’ em terras brasileiras é fundamental, disto dependerá nossa liberdade de expressão e sucesso na nossa árdua jornada – aquela que pretende limpar o Brasil da gosma infecto-purulenta que o senhor Teles Veloso usa como escudo para desvencilhar-se das consequências de sua execrável conduta.
Ainda que o brejeiro baiano não queira, o que ele fez tem nome e é chamado de CRIME.

Texto de Lillian Witte Fibe, publicado na revista Veja

Texto de Lillian Witte Fibe, publicado na revista Veja:
Pois é, ministra Cármen Lúcia, políticos presos seguem sendo libertados em todo o Brasil graças a seu voto de minerva.
Em nome do que, mesmo? Da segurança institucional?
Ora bolas, conta outra.
Quando a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, se reuniu com o presidente do Congresso, Eunício Oliveira, às vésperas da histórica decisão sobre o recolhimento noturno do senador Aécio Neves, minhas antenas jornalísticas me alertaram.
Mas não deu pra imaginar que as consequências seriam tão graves. Tão tristes para uma sociedade que clama pelo combate à corrupção endêmica.
Pelo fim dos bancos paralelos, das planilhas de propinas, pelo fim dos carros fortes transportando as nossas cédulas por ordem dos chefões das organizações criminosas.
A presidente do Supremo, tão experiente também em política, pois não há novatos nem ingênuos na corte, recuou num momento chave.
Poderia ter optado pela tolerância zero à corrupção, que até então parecia lhe pautar a vida. Os senadores ameaçaram desacatar o Supremo, que tremeu. Ela se reuniu com Eunício, e, em seguida, convocou o plenário. Quando deixou de lado a tolerância zero, optando pela negociação. E desempatou uma votação: cabe aos “legislativos” (câmaras municipais, assembleias estaduais, além do próprio Congresso) a última palavra sobre a punição a seus pares, a despeito do que diz a lei sobre o assalto contínuo que nos vitima a todos, o crime de roubo.
Em outras palavras: os juízes julgam, mas parlamentares… pensando bem, a única palavra que me ocorre é uma inexistente: “desjulgam”.
Parlamentares “desjulgam”.
Não há na língua portuguesa outro verbo para isso.
Aécio, foro privilegiado, foi penalizado pelo Supremo e “despunido” pelo Senado.
Daí em diante, a febre de soltura de outros corruptos reverberou pelo Brasil.
E os “legislativos”, imbuídos da autoridade que lhes foi concedida pelo mesmo Supremo, não demoraram a agir.
Portanto, a família Picciani, alvo, como sabemos, de uma das mais recentes e maiores operações da Polícia Federal, nada tem a temer.
Independente do que desembargadores decidirem hoje sobre os pedidos de prisão do Ministério Público, está tudo pronto na Assembleia para manter em liberdade seu líder máximo.
Que vem a ser pai do ministro do Esporte de Temer, Leonardo Picciani, mencionado em delação premiada.
Que pena, ministra Cármen Lúcia. Que pena.

Líder do governo Pezão recebia R$ 60 mil por mês para favorecer empresas de ônibus, diz Lava Jato... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/11/15/lider-de-governo-de-pezao-recebia-r-60-mil-por-mes-para-favorecer-empresas-de-onibus-diz-mpf.htm?cmpid=copiaecola

Líder do governo Pezão recebia R$ 60 mil por mês para favorecer empresas de ônibus, diz Lava Jato49 Paula Bianchi Do UOL, no Rio 15/11/201704h00 Ouvir texto 0:00 Imprimir Comunicar erro REGINALDO PIMENTA/RAW IMAGE/ESTADÃO CONT... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/11/15/lider-de-governo-de-pezao-recebia-r-60-mil-por-mes-para-favorecer-empresas-de-onibus-diz-mpf.htm?cmpid=copiaecola


Albertassi (PMDB) é conduzido por policiais na chegada à sede da Polícia Federal

TOMA TAÍS ARAÚJO !



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A IDEOLOGIA DE GÊNERO, A (ANTI)DEMOCRACIA E O TOTALITARISMO

BLOG / 

 RODRIGO CONSTANTINO

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

ARTIGOS

A IDEOLOGIA DE GÊNERO, A (ANTI)DEMOCRACIA E O TOTALITARISMO




Por Sergio de Mello, publicado pelo Instituto Liberal
Olhando bem de longe, mas muito de longe mesmo, até dá para entender o paraíso terrestre que toda ideologia glorifica e todo o aparato da intelligentsia que a orquestra: um lindo arquétipo grupal igualitário, que busca a alma humana comum e a felicidade. De perto, com a lupa da sabedoria da história e dos valores humanos, no entanto, ela não significa nada além de um projeto de igualdade ou supremacia de grupo impositivo, comportamental e antidemocrático.
Falando mais precisamente sobre ideologia de gênero, que é fazer acreditar (isso mesmo, acreditar, sendo questão de fé e não ciência!) que ninguém nasce com sexo definido, esse totalitarismo chegou ao Estado por meio dos livros didáticos em escolas infantis, com base nos planos nacional, estaduais e municipais de educação, está nas portas dos banheiros, nas salas de aula, nos teatros, nas fichas de cadastro de alunos (“filiação 1”, filiação 2”, em vez de pai e mãe). Enfim, não há aceitação pela maioria e, ainda assim, a mão amiga emilitare do Estado determina que se aceite de uma forma geral e indiscriminada essa, por assim dizer, ideologia ou crença de indefinição sexual biológica.
Como diz o ditado, “cada um é cada um”, faz da sua vida o que quiser. Porém, quando a visão de cada um chega ao Estado aí já é o momento de pensar melhor, refletir e ficar com um pulga atrás da orelha mesmo. Ou melhor, é hora de repudiar quando se quer fazer dos direitos humanos e individuais uma tábula rasa, como se ninguém tivesse mais vontade própria e não soubesse o que é bom para si mesmo. Refiro-me, especificamente, às imposições escolares, com a intenção de transmitir aos filhos dos outros aquilo que acham que é o melhor para se viver. Faço referência aos professores que no dia-a-dia passam para alunos inocentes a ideologia de que eles não nasceram meninos ou meninas. Essa aparente demonstração de uma tal “social democracia” nada tem de democrático, já que defende a posição de alguns enquanto oprime e ignora uma grande maioria. Deve-se defender todos e não apenas alguns.
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Não há nada de errado em procurar erros e acertos dentro de uma cultura que se diz preconceituosa e desigual. Não há nada de incerto em investigar as mazelas sociais. O erro está em querer impor de cima para baixo normas de comportamentos e de visões de vida comum e totalitária. E não estou falando aqui em não deixar um gay ser gay, uma lésbica ser lésbica, absolutamente não. Como se diz, cada um faz da sua vida o que bem entender. Digo que o sentimento de proteção extrapola nível aceitável e chega ao legislativo, impondo normas comportamentais a todos. E, pior ainda, baseadas numa visão ideológica das coisas humanas, situação que se deve, acima de tudo, evitar para se poder impedir, posteriormente, um mal maior (cerceamento do pluralismo e das liberdades públicas).
Como bem deixou escrito o professor Olavo de Carvalho, no Mídia Sem Máscara, em artigo veiculado há dois dias, “Na esquerda brasileira já não existe, desde há muito tempo, pensamento individual. Tudo ali se decide em grupos, reuniões, debates internos em redes que formam o discurso ideológico destinado a criar e manter a hegemonia, o controle do movimento sobre o curso da vida social e política.”.
Não precisa ser cristão, religioso, conservador ou “de direita”, para se notar que tal ideologia de gênero não passa, de fato, de uma ideologia e, como tal, isenta de qualquer comprovação científica mais apurada de uma ordem de coisas certas e valorosas para o gênero humano. Quem entende de forma diversa para preservar o que há de mais sagrado para o gênero humano – a própria liberdade que a esquerda tanto zela para ela (não para os outros) – é tido como o fanático, o alienado, o insensível, o de “extrema direita”.
Será que estamos caminhando mesmo num futuro promissor e rumo à evolução e ao progresso, como querem fazer crer os entusiastas de ideologias? Será que podemos adotar a filosofia hegeliana de que a compreensão da humanidade e a sabedoria virão somente “ao anoitecer”, no decorrer do curso de história, num porvir? Será que o caminhar da humanidade é linear e não cíclico? Aliás, pensando em Hegel e nesta semana de nossa república, há que se duvidar muito de seus prodígios, já que ele considerou um “glorioso amanhecer” os acontecimentos anti-monárquicos quando da implantação da república no momento da Revolução Francesa.

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Algoritmo supera humanos em diagnóstico de doença

Algoritmo supera humanos em diagnóstico de doença

Criado em Stanford, projeto pode ajudar a detectar condição médica em 

regiões com poucos profissionais da área médica   Por Lucas Agrela, de Exame.com

Um algoritmo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Stanford se mostrou mais eficaz do que radiologistas humanos para diagnosticar casos de pneumonia.
Alimentado com 112.120 imagens de raio-X de peito referentes a 14 tipos de doenças, o algoritmo foi criado para facilitar a desafiadora tarefa de diagnosticar patologias como a pneumonia. “Nos interessamos em desenvolver algoritmos de machine learning que podem aprender de milhares de diagnósticos a partir de raio-x de peito e fazer diagnósticos precisos”, escreve Pranav Rajpurkar, estudante de graduação no grupo de machine learning de Stanford e co-autor do estudo, publicado arXiv, que reúne artigos científicos ainda não publicados em periódicos do ramo. O machine learning é um processo que simula a aprendizagem humana com eficiência computacional.
Os pesquisadores trabalharam junto com Matthew Lungren, professor assistente de radiologia, para desenvolver o algoritmo. Sob sua supervisão, quatro radiologistas de Stanford fizeram anotações sobre 420 imagens de raio-x de peito para detectar a pneumonia. Dentro de um mês de funcionamento, o algoritmo já conseguia diagnosticar a doença com maior precisão do que os profissionais humanos.
“A motivação por trás desse trabalho é ter um modelo de deep learning para ajudar na tarefa da interpretação de imagens para superar as limitações intrínsecas à percepção e ao viés humano, e reduzir erros”, segundo Lungren.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo também desenvolveram um programa de computador que gera uma espécie de mapa de calor sobre os raio-x de peito dos pacientes para facilitar o diagnóstico da pneumonia. O objetivo é que ele possa ajudar a detectar a doença em locais onde não existem radiologistas para atender ao povo.
A equipe se diz dedicada a projetos de machine learning no futuro, um campo que, segundo eles, tem “potencial massivo”.
Este conteúdo foi publicado originalmente em Exame.com

Caos na Saúde afeta controle da sífilis e da tuberculose, duas ameaças sanitárias no Rio

Caos na Saúde afeta controle da sífilis e da tuberculose, duas ameaças sanitárias no Rio

Clínica da Família de Madureira: paciente gestante desistiu de esperar por exame de ultrassom
Clínica da Família de Madureira: paciente gestante desistiu de esperar por exame de ultrassom Foto: Guilherme Pinto
Flávia Junqueira e Marcella Ramos
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A greve nas clínicas da família, iniciada há três semanas, somada à falta de medicamentos e à suspensão de exames básicos, como radiografias e análises laboratoriais, compromete o controle da sífilis e da tuberculose, duas graves ameaças sanitárias que atingem o estado do Rio. O alerta foi feito pela Associação dos Médicos de Família e Comunidade do Estado do Rio (Amfac-RJ).
— As áreas que chamamos de 3.1, 3.2 e 3.3, que correspondem aos bairros de Penha, Ramos, Ilha do Governador, Complexo do Alemão, Maré, Vigário Geral, Inhaúma, Méier, Jacarezinho, Irajá, Madureira, Anchieta e Pavuna, estão sem exames de sangue, urina, fazes e sem poder fazer preventivos — diz o presidente da Amfac-RJ, Moisés Nunes. — Isso interfere diretamente em programas essenciais como pré-natal. Sem o cuidado das clínicas da família e sem esses exames e medicações, a população fica mais vulnerável e enche os hospitais.
A crise que atinge a rede básica de saúde do município afeta pacientes e profissionais que atuam nas unidades e estão sem receber salário. A rede de 117 clínicas da família é administrada por quatro organizações sociais, que estão com repasses da prefeitura atrasados. A falta de recursos é explicada pelo fato de a Secretaria municipal de Fazenda manter bloqueados, desde o início do ano, R$ 550 milhões do orçamento da Saúde por conta da crise financeira do município.
Oscarina deixou clínica de Madureira sem remédios para ela e para a mãe
Oscarina deixou clínica de Madureira sem remédios para ela e para a mãe Foto: Guilherme Pinto
Faltam raios X de tórax para o diagnóstico da tuberculose
No caso da tuberculose, os exames de detecção do bacilo que causa a doença são feitos nas unidades básicas, e a medicação, comprada pelo Ministério da Saúde, está disponível, mas a falta de radiografia de tórax impossibilita e atrasa o diagnóstico.
— As clínicas da região de Santa Cruz não têm mais raios X — relata uma médica.
A situação se estende às clínicas da área 5.3, que corresponde a Santa Cruz, Sepetiba e Paciência, na Zona Oeste do Rio.
Para Moisés Nunes, que é médico da Clínica da Família Maria do Socorro, na Rocinha, o fato de apenas cerca de 30% do efetivo das unidades estarem trabalhando durante a greve também pode afetar os diagnósticos de tuberculose:
— Com a greve, as pessoas procuram menos a unidade, até porque os atendimentos têm demorado mais tempo.
Professora e pesquisadora da Fiocruz e membro do comitê assessor em tuberculose do Ministério da Saúde e da comissão científica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a pneumologista Margareth Dalcomo ressalta que os contratos de trabalho precários vigentes nas clínicas de família acabam provocando um rodízio de pessoal nessas unidades, o que tem prejudicado e retardado o diagnóstico da tuberculose.
— Esse rodízio de médicos prejudica o diagnóstico. Além disso, algumas unidades não têm presença permanente de médicos. Com o teste rápido molecular, não há justificativa para o diagnóstico não acontecer em 24 horas. Mas muitas unidades estão demorando sete dias para devolver o resultado. Isso é inadmissível, assim como não oferecer radiografia de tórax, um exame barato e básico. O resultado é a situação catastrófica do ponto de vista epidemiológico da tuberculose no Rio — analisa a médica.
Atualmente, a tuberculose atinge 32,4 pessoas por cem mil habitantes no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e 12,8 mil casos de retratamento de tuberculose no país. No Rio de Janeiro, a taxa de incidência de tuberculose está bem acima da média nacional (82 casos por 100 mil habitantes), a taxa de mortalidade pela doença é a mais alta entre todas as capitais do país — 6,9 mortes por 100 mil habitantes, o dobro da média das capitais brasileiras.
Controle da sífilis depende de exame laboratorial
Quanto ao diagnóstico de sífilis, o teste rápido é oferecido nas clínicas, mas ele não é indicado para gestantes que já foram tratadas da doença em algum momento da vida. Para esses casos, é necessário o exame VDRL, com a amostra de sangue da paciente sendo analisada em laboratório. Também fundamental para acompanhar a evolução do tratamento, esse teste só está disponível, no entanto, em unidades que ainda têm serviços laboratoriais.
A Secretaria municipal de Saúde informou que a renovação do contrato de prestação de serviços laboratoriais para as áreas 3.1, 3.2 e 3.3 “está seguindo os procedimentos administrativos legais”, e a situação deve ser regularizada até a próxima semana.
De 2013 a 2016, foram registrados 32.641 casos de sífilis em gestantes e congênita — aquela que é passada de mãe para filho. Muitos desses diagnósticos são feitos de forma tardia, o que pode causar graves sequelas, inclusive ao bebê. Cerca de 43,7% das mulheres só descobrem a doença no momento do parto, da curetagem (em casos de aborto) ou pós parto, de acordo com dados lançados pelos municípios no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no ano passado, apenas em 2015, observou-se uma taxa de incidência de 6,5 casos por mil nascidos vivos no Brasil. O Rio de Janeiro apresenta quase o dobro desse número, com 12,4 casos a cada mil nascidos vivos.
Gestante não consegue ultrassom
No sétimo mês de gestação, Beatriz Vitória, de 19 anos, espera gêmeas, mas, desde setembro, desistiu de aguardar por um exame de ultrassom na Clínica da Família Souza Marques, em Madureira, Zona Norte do Rio.
— Tenho que pagar por fora e pago dobrado, porque são gêmeas. Aqui sempre foi muito bom. Mas, de uns tempos para cá, está difícil — conta Beatriz.
Essa é opinião de muitos pacientes que saíram, nesta quinta-feira, da unidade de Madureira sem os medicamentos de que precisam. Foi o caso de Oscarina Von Dollinge, de 61 anos, que sofre de hipertensão e não conseguiu nenhum remédio para ela e para a mãe, de 81 anos.
Faltam, na Clínica da Família Souza Marques, entre outros medicamentos, atenolol (para doenças cardiovasculares), losartana (para hipertensão), hidroclorotiazida (para hipertensão) e glibenclamida (para diabetes). Neide Silva, de 66 anos, também não conseguiu retirar nenhum dos medicamentos de que precisava, nem mesmo a loratadina, destinada ao tratamento de alergias.
— Não faltava nada. Não faltava médico, remédio, limpeza, nada. De três meses para cá, estou vendo o serviço decair muito rápido — relata Neide.
Maria do Carmo não consegue os remédios para controle do diabetes e da hipertensão na clínica de Madureira
Maria do Carmo não consegue os remédios para controle do diabetes e da hipertensão na clínica de Madureira Foto: Guilherme Pinto
Diabética e hipertensa, Maria do Carmo Moreno, de 60 anos, convive com uma nova preocupação que surgiu em sua vida nas últimas semanas em função da greve nas clínicas da família e a falta de medicamentos.
— Eu fico com medo de ter alguma complicação por causa do diabetes. Todos os medicamentos estão faltando e eu tenho que tomar remédios para hipertensão, diabetes e convulsão. Há semanas, o único que venho tomando é o que evita convulsões. Preciso de um eletrocardiograma, mas não há previsão para fazer o exame — explica ela, na porta da unidade de Madureira. — Aqui sempre foi uma maravilha. Nunca faltou nada, mas, nos últimos meses, a situação está muito difícil. Isso me dá muito medo, porque era só com essa clínica que eu podia contar.
A Associação dos Médicos de Família e Comunidade do Estado do Rio afirma que teve acesso a um relatório emitido pelo almoxarifado da Secretaria municipal de Saúde que lista dezenas de medicamentos cujos estoques estão zerados ou perto do fim. Na relação, há anticoncepcionais injetáveis, remédios para hipertensão e controle de diabetes, antibióticos e antitérmicos.
— Algumas unidades ainda têm penicilina, usada nos casos de sífilis, mas o almoxarifado central está sem estoque — relata Moisés.
A Secretaria municipal de Saúde afirmou que é responsável pelo fornecimento dos medicamentos da grade da Atenção Primária para as unidades da rede e informou que vai verificar a falta de remédios nas clínicas da família.
Agentes de saúde protestam na frente da Clínica da Família Souza Marques, em Madureira
Agentes de saúde protestam na frente da Clínica da Família Souza Marques, em Madureira Foto: Guilherme Pinto
Além de remédios, faltam os pagamentos
O médico Renato Bergallo entrou como residente, em 2013, na Clínica da Família Souza Marques, em Madureira. Ele diz que os problemas começaram no último ano e que nunca houve nada parecido.
— Quando entrei aqui, fiquei maravilhado pela estrutura, por tudo funcionar perfeitamente. Quando, raramente, faltava um remédio, era alarmante para a gente. Hoje, isso está virando rotina. Foi um processo muito rápido de deterioração das clínicas — conta. — Eu também nunca tive problema de salário em todos esses anos, só agora.
Assim como os médicos e os enfermeiros, os agentes comunitários de saúde também vão entrar em greve. Responsáveis pela busca ativa de gestantes para o pré-natal e o controle da medicação de pacientes com tuberculose, eles começam a paralisação na próxima terça-feira. Valéria de Oliveira Carvalho, de 55 anos e agente comunitária há cinco, relata os motivos da decisão:
— Nossos salários estão atrasados há 15 dias e sem previsão para pagamento. Além disso, os tickets alimentação e refeição também não foram depositados. A única coisa que foi paga em dia, certinho, foi o vale transporte — diz. — Parece que querem dizer que é nossa obrigação vir trabalhar até nessas condições.
Assim como acontece com médicos e enfermeiros, 30% dos agentes de saúde vão permanecer trabalhando, priorizando a busca ativa de gestantes e a supervisão de pacientes com hanseníase, tuberculose e crianças de até 1 ano de idade.