Atriz de ‘Smallville’ é identificada como líder de culto de escravas sexuais
REDAÇÃO - O ESTADO DE S. PAULO
09/11/2017, 20:10
Allison Mack era uma das recrutadoras de seita derivada de grupo de autoajuda, segundo o ‘The Sun’
A atriz Alisson Mack Foto: Gus Ruelas / Reuters
Uma das estrelas da série Smallville, a atriz Allison Mack, de 35 anos, foi identificada como uma das comandantes de um culto que recruta escravas sexuais, de acordo com o jornal britânico Daily Mail.
O The New York Times havia reportado em 17 de outubro que as mulheres da seita eram marcadas na pele, proibidas de se alimentar e sofriam punições físicas caso não recrutassem escravas para o grupo. Essas informações foram reveladas por Frank Parlato, antigo porta-voz da NXIVM, organização fundada por Keith Raniere, líder do culto, e responsável por realizar aulas e seminários para que seus clientes sigam caminhos e alternativas de vida próprias.
Chamado de DOS, o culto é uma sociedade secreta de mulheres dentro do grupo de autoajuda proposto pela NXIVM, no qual participantes podem debater estratégias de evolução pessoal, com oferta de aulas que ensinam respostas a viver uma vida bem-sucedida e gratificante.
Apenas membros leais do NXIVM podem se juntar ao DOS, tendo de revelar segredos comprometedores de suas vidas pessoais caso queiram fazer parte da seita. Mack é subordinada imediata de Raniere, sendo a segunda líder mais poderosa do grupo.
Na última quarta-feira, 8, Parlato já havia declarado ao The Sun que uma ganhadora do Emmy compunha a seita e era uma de suas recrutadoras-chave. Segundo ele, de acordo com a hierarquia da seita, cada comandante possuía escravas sexuais, e tais escravas poderia recrutar suas próprias escravas.
Parlato afirmou também que as mulheres eram marcadas com as iniciais de Mack e Raniere e as mulheres recrutadas para o grupo só podiam consumir entre 500 e 800 calorias, seguindo a preferência de Raniere por mulheres magras. FONTE
Durante muito tempo, o pai de Igor Chnee, Anatóli, seguiu um mesmo ritual: na noite de Réveillon, ele abria uma garrafa de champanhe, fazia um brinde à Rússia e desejava, do fundo do coração, regressar à terra natal. Ex-tenente do Exército Branco durante a sangrenta guerra civil russa, que durou de 1918 a 1921 e dizimou 9,5 milhões de pessoas, entre civis e militares, Anatóli Viktorovitch Chnee morreu em 1962, aos 65 anos, sem conseguir realizar seu último desejo.
"A saudade de meu pai era tanta que, certa vez, chegou a confidenciar que, se necessário, amputaria seu braço direito em troca do direito de visitar sua pátria", recorda Igor, um economista polonês de 83 anos, 69 deles vividos no Brasil.
Por ocasião da revolução dos bolcheviques ("maioria", em russo), nome dados aos comunistas que assumiram o poder em 7 de novembro de 1917 (25 de outubro, pelo calendário russo), Anatóli Chnee era ajudante de ordens do general Piotr Nikolaevich Wrangel, o comandante-chefe do Exército Branco, grupo militar formado por contrarrevolucionários. No caso de uma eventual derrota para o Exército Vermelho, Wrangel ordenara a Anatóli que arrestasse todas as embarcações que entrassem no porto de Sebastopol, na Crimeia.
Missão dada, missão cumprida. Depois de confiscar 126 navios, Wrangel mandou que os militares e suas famílias seguissem rumo a Gallipoli, na Turquia. Antes de embarcar, o Exército ainda cantou, perfilado, o hino imperial Boje czaria chrani ("Deus salve o czar"). Era a última vez que Anatóli Chnee pisava em solo russo.
"Meu pai teve três irmãos. Todos eles foram fuzilados por ordem de Josef Stálin. Se não tivesse fugido da Rússia, em 1921, teria tido o mesmo fim", garante Igor. Com o fim da guerra civil, em dezembro de 1922, foi criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) - que voltaria a mergulhar em um período de grande sofrimento e terror nos expurgos de Josef Stálin, que mataram milhões de pessoas.
Refúgio no Brasil
Autor do livro Imigrantes Russos no Brasil, Igor Chnee integra o grupo de 1,8 milhão de descendentes de imigrantes e refugiados russos que, segundo estimativas, vivem hoje no Brasil. Os Estados que concentram o maior número de filhos, netos e bisnetos de russos são Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Paraná, seguidos de Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pernambuco.
"Depois de derrotado pelo Exército Vermelho de Vladimir Lênin, o Exército Branco fugiu para diversos países, como Bulgária, França e Alemanha. Na ocasião, aproximadamente 200 imigrantes russos, vindos em dois navios, Provence e Aquitaine, desembarcaram no porto de Santos", relata Victor Gers Júnior, presidente da Associação Russo Brasileira (ARB), entidade cultural com sede em São Paulo (SP).
Na lista dos russos que encontraram abrigo no Brasil estão Yuri Andreievitch Leskov e Nicolau Ivanovich Vassilnenko. O primeiro era diplomata em missão na Bulgária e o segundo, capitão do Exército Branco quando os bolcheviques tomaram o poder. Para não serem mandados para a prisão na Sibéria ou, pior, fuzilados com um tiro na nuca, fugiram às pressas. A família de Yuri chegou ao Brasil em 1944. A de Nicolau, dois anos depois.
"Minha avó tinha verdadeiro pavor de Lênin e Stálin. Para ela, eram a encarnação de Satã", afirma a bailarina, professora e coreógrafa francesa Tatiana Leskova, de 94 anos. "Todos os homens da família, tanto do lado da minha mãe, Helena, quanto do meu pai, Yuri, foram mortos pelo Exército Vermelho. Não sobrou ninguém para contar a história", lamenta a ex-diretora do corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
No meio de tanta tristeza, Tamara Kalinin, a filha de Nicolau, se atreve a contar uma história curiosa. Seus pais, relata, se casaram no dia 14 de outubro de 1920, entre duas batalhas. Ele era oficial e ela, enfermeira. O local da cerimônia foi, no mínimo, inusitado: a capelinha de um cemitério no sul da Rússia. O casal não teve tempo de curtir a lua de mel. No dia 20 de novembro, embarcava em Sebastopol, na Crimeia, rumo ao exílio.
"A adaptação deles foi difícil. Meu pai trabalhava como mecânico e minha mãe, costureira. Os dois custaram a arranjar emprego", lamenta Tamara, uma professora francesa de 86 anos que dá aula particular de russo em São Paulo. "Curiosamente, meu pai terminou seus dias como padre da Igreja Ortodoxa", conta.
'A Revolução Russa destruiu minha família'
Se depender de Tatiana e Tamara, o dia 7 de novembro de 2017 vai passar em branco.
"Não tenho nada a comemorar. A Revolução Russa destruiu minha família", queixa-se Tatiana Leskova.
"Foi um período tenebroso de muita fome e perseguição", faz coro Tamara Kalinin.
"Felizmente, a Rússia, que estava morta desde 1917, ressuscitou em 1991", festeja, referindo-se às duas reformas implementadas pelo presidente Mikhail Gorbatchov: a glasnost ("transparência"), que abre espaço para o debate político, e a perestroika ("reconstrução"), que promove uma reforma econômica.
Em dezembro daquele ano, as 15 repúblicas soviéticas proclamaram sua independência e deram fim à antiga URSS.
A opinião de Tamara e Tatiana é compartilhada por Igor Chnee.
"A Revolução Russa foi uma desgraça para o país. O povo foi nivelado por baixo. Todo mundo virou pobre", opina.
Indagado se a Rússia do presidente Vladimir Putin, o terceiro líder pós-comunista do país, é diferente daquela do czar Nicolau 2º, o último representante da dinastia Romanov, diz que sim. "Em alguns aspectos, sou obrigado a reconhecer, melhorou. A Rússia hoje está melhor do que na época do império. Atualmente, 100% da população é alfabetizada", justifica Igor.
Homem, 31 a 45, sócio geral, da zona Norte: o perfil da “urna da discórdia” do Vasco
GloboEsporte.com faz levantamento com todos os 691 associados que integram a lista de urna que causa polêmica na eleição cruz-maltina. Alguns deles entrarão na Justiça pedindo dano moral
Por Davi Barros, Felipe Schmidt, Fred Huber e Jamille Bullé, Rio de Janeiro
Homem, de 31 a 45 anos, morador da Zona Norte, que é sócio geral. Este é o perfil dominante do eleitor ao serem analisados os 691 associados do Vasco que integram a lista dos aptos a votar na urna 7, a “urna da discórdia”, que causou polêmica na eleição do clube. O GloboEsporte.com analisou os dados de todos eles para entender melhor quem integra a lista.
Urna 7 é aberta para contagem de votos: lista de sócios que votaram nela causa polêmica (Foto: André Durão)
Destes 691, 475 compareceram a São Januário na última terça-feira para participar da eleição. Ao todo, 428 deles votaram em Eurico Miranda; 42 em Julio Brant; quatro em Fernando Horta – um voto foi anulado. Foi justamente essa vantagem que deu a vitória ao atual presidente do Vasco na contagem geral – embora uma decisão da Justiça tenha colocado esta urna sub judice.
Ao analisar a lista, com dados como data de nascimento, endereço e entrada como associado, é possível traçar o perfil destas pessoas. Há algumas dificuldades: muitos endereços estão incompletos, assim como há telefones inexistentes – 43 com o número 21 0000-0000 e 122 sem qualquer número. Segundo Eurico, o sócio não é obrigado a informar o telefone quando faz o cadastro.
Há sete sócios sem o CPF cadastrado. Cinco são benfeitores remidos, que não precisam votar apresentando o documento, conforme estabelecido pelo clube. Os outros dois figuram como sócios-gerais.
Idade dos eleitores da urna 7
31 a 45 anos 332
Categoria dos sócios da urna 7
Sócio geral 651
Gênero dos eleitores da urna 7
Mulher 199
Origem dos eleitores da urna 7
Com base nos endereços apresentados na lista
Zona Norte 194
Algumas curiosidades da lista:
* Entre os endereços não identificados, foram contabilizados aqueles que apareciam com o nome incompleto e aqueles que, por serem comuns em diversas regiões, não foi possível determinar a localidade exata;
* Os locais com mais associados são as cidades de São João de Meriti (38) e Magé (35), seguidos pelo bairro de Vaz Lobo, na Zona Norte (23);
* As ruas com mais associados são a Avenida Pernambucana, em São João de Meriti (8) e a Rua Lima Drumond, em Vaz Lobo (8);
Eurico Miranda comemora vitória em eleição do Vasco (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)
Ação na Justiça
O GloboEsporte.com tentou contato com diversas pessoas que figuram na lista. Conseguiu falar com duas. Adão Adones de Almeida confirmou ser sócio e reclamou do constrangimento ao ter que votar em uma urna separada.
- Não entendi muito (a urna separada). Correu tudo bem. Está todo mundo envolvendo quem entrou. Está todo mundo sob suspeita. Não gostei desse negócio de votar na urna, porque fui com meu filho. Foi constrangedor – contou.
Julio Brant se considera vencedor da eleição: sem urna separada, ele teve mais votos que Eurico (Foto: André Durão)
A gerente administrativa Débora Silva Gomes da Costa afirmou que não percebeu que estava votando em uma urna à parte. Ela revelou que votou em Fernando Horta e que recuperou o título de sócia do Vasco através de um programa de anistia.
- Soube disso (urna sob suspeita) porque li uma matéria. Não faço ideia de por que estou no meio disso. Eu já tinha o título de sócio e fiz a adesão através de uma campanha de anistia. Ninguém me vendeu nada. Não fui comprada. Fiz anistia porque frequento os jogos. Votei no Horta. Não tenho nada a ver com falcatrua do Eurico.
Adão pretende entrar na Justiça por ter se sentido constrangido. Isso deve acontecer com muitos outros sócios que votaram naquela urna. Há a possibilidade de eles entrarem, inclusive, como interessados no processo que corre sobre a urna 7.
- Algumas pessoas vão entrar contra o Horta na Justiça, e entrar nesse processo (o da investigação das urnas separadas) para mostrar que é absolutamente legal. Vão entrar pedindo dano moral pelo constrangimento de pagar o clube há dois, três anos, e votar numa urna separada, com a polícia militar. Isso é discriminatório. Todo mundo via que o cara estava ali. Foi tachado como irregular – afirmou Silvio Godói, vice do clube.
Vice-geral: “A urna é toda nossa”
Na Internet, viralizou um vídeo em que o vice-presidente geral do Vasco, Silvio Godói, afirma, em entrevista à Rede Show de Bola, que a urna 7 teria maioria de votos para Eurico.
- Esta urna é toda nossa – disse.
Procurado pelo GloboEsporte.com, Silvio explicou que disse a frase porque conhecia boa parte dos eleitores – ele também é vice-presidente de Comunicações, responsável pela secretaria do clube.
- Disse isso porque conheço muitos deles, até porque eles foram à secretaria. E muitas pessoas iam votar com o adesivo do Eurico. Como que não vou saber que são Eurico? – ponderou.
Em entrevista coletiva na quinta-feira, Eurico garantiu ter toda a documentação para provar que não "produziu" estes sócios para se beneficiar na eleição.
- Todos os documentos vão ser fornecidos, sem qualquer problema, além dos comprovantes de que o dinheiro está contabilizado. É o que vai acontecer. Dizer que eles (sócios) foram feitos pela diretoria é de uma leviandade. Se a gente quisesse fazer sócios, faríamos como a administração passada. Eu poderia distribuir títulos de benfeitor remido, como ele (Roberto Dinamite) fez.