A esquerda deveria ser invencível. Ela apela para o mais poderoso e motivador traço da psique humana – o emocional, e ainda explora o nosso senso de compaixão e vontade de trabalhar menos e aproveitar mais. Isso, somado ao crescimento de faixas demográficas chave deveria torna-los invencíveis no século XXI. No entanto, a esquerda no mundo vive o seu pior momento desde o fim da Guerra Fria e a metamorfose do comunismo para a social-democracia e o marxismo-cultural.
O que derrubou o movimento, ao menos temporariamente, foi a sua falha fatal, a pequena fresta na armadura capaz de deixar passar uma flecha mortal – a arrogância. A esquerda é fundamentada no elitismo, na noção de que a massa precisa de um pequeno grupo de líderes iluminados para lidera-la e molda-la da forma correta. A noção de “esquerda caviar” é tão certa quanto clichê, seja o Leblon olhando para os morros do Rio ou o eixo Nova York – Los Angeles olhando para o coração da América da janela de um avião, tudo parte da noção de que pessoas pobres, menos favorecidas ou somente mais simples são, bom, burras.
Elas precisam do estado para tirar o hambúrguer fast-food da mão delas por que são incapazes de deduzir que aquilo em excesso pode trazer malefícios, elas precisam do todo poderoso governo para tirar armas de suas mãos por que, com certeza, acabariam fazendo uma merda com isso. No âmago do conceito de estado grande está a noção de que as pessoas não conseguem fazer as melhores decisões por contra própria.
Seja do mais alto posto de comando ao militante de faculdade, o esquerdista sempre se vê na posição de salvador. Ele pensa, “não vão me rejeitar por que eu trago o bem, não vão me rejeitar por que eu sei o que é preciso pra tornar a vida deles melhor”. O problema é que as pessoas instintivamente não gostam de serem ditas o que devem ou não querer. Basta alcançar o poder que a esquerda logo relaxa na sua arrogância, na certeza de que eles têm tudo e todos na mão. E logo vêm os descuidos, os deslizes e as barbeiragens que fatalmente culminam na sua queda.
Como toda tarefa na vida, construir é somente a primeira etapa e, com o tempo, você acaba notando que manter e desenvolver algo acaba sendo a parte mais difícil. A esquerda relaxa quando constrói algo e age como se aquela edificação fosse durar para sempre. O paternalismo só é atraente para um certo número de pessoas e mesmo assim durante pouco tempo. Como vimos, 2008 não durou nem até 2016.
Mas não se enganem, amigos, a esquerda não está derrotada. Nem aqui, nem nos EUA. No momento ela só está ferida, capotada na própria arrogância, passando por um breve período de incerteza. Mas ela vai voltar. E quando isso acontecer, esteja pronto com a sua flecha apontada para o calcanhar descoberto dela.
FONTE :
http://lolygon.moe/2017/01/como-todo-oponente-invencivel-a-esquerda-tem-uma-falha-fatal/
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