domingo, 25 de março de 2018

Petistas tentam reescrever a história. Míriam Leitão chama a atenção para os mestres da arte de mentir e enganar

Petistas tentam reescrever a história. Míriam Leitão chama a atenção para os mestres da arte de mentir e enganar






Única voz sensata no jornalismo da Globo atualmente, a jornalista Míriam Leitão desmascara "Mais uma tentativa de mentir e enganar" da esquerda brasileira, que tem contado com a ajuda da própria Rede Globo, de reescrever a história recente através de uma narrativa completamente falsa, permeada por interesses políticos obscuros.

Contrariando a linha editorial da Globo dos últimos meses, a jornalista lembra que "o buraco no qual caímos foi cavado nas administrações petistas, no segundo governo Lula e no período Dilma".

"Há uma tendência, politicamente motivada, de fomentar uma indignação seletiva. Isso ficou explícito no plenário da Câmara e faz parte do discurso que tenta aproveitar a intensidade da crise e a baixa popularidade do governo para construir uma versão de que os problemas do país surgiram agora. O risco desse raciocínio é que ele pretende pavimentar o caminho do mesmo grupo ao poder, sem que tenha sido precedido por qualquer reconhecimento dos erros cometidos.

Se tiverem sucesso no projeto, repetirão os mesmos equívocos, já que estão terceirizando todas as consequências desastrosas dos próprios atos. Partidos e grupos políticos, como as pessoas, avançam quando reconhecem seus erros e aprendem com eles. O que está em curso é mais uma tentativa de mentir e enganar."

A voz destoante do jornalismo da Globo vem justamente de uma profissional que tinha todas as razões para fazer coro com os socialistas que infestam o grupo de comunicação. Em 1972, quando estava grávida, Míriam Leitão foi presa e torturada física e psicologicamente pelo regime militar no Brasil por ser militante do Partido Comunista do Brasil. Entretanto, a lucidez e a honestidade intelectual da jornalista não permitem que suas afinidades ideológicas do passado contaminem a leitura fidedigna do momento atual vivido no país.

No artigo publicado no O GLOBO deste domingo, a coluna lembra que "os mesmos parlamentares, agora na oposição, não se escandalizaram quando houve uma farra de renúncia fiscal no governo Dilma que até hoje desequilibra as contas públicas brasileiras porque os benefícios foram concedidos por anos. Esses mesmos parlamentares acham que foi normal usar os bancos estatais através das pedaladas fiscais para mascarar despesas em ano eleitoral. O buraco no qual caímos foi cavado nas administrações petistas, no segundo governo Lula e no período Dilma.

A escalada do desemprego começou ao fim de 2014. O país entrou em déficit primário em 2015 por decisões tomadas nos anos anteriores. Estava claro durante a campanha eleitoral de 2014 que o país estava entrando em recessão como resultado dos erros grosseiros da política econômica comandada por Guido Mantega, da invencionice da “Nova Matriz” assinada por Mantega e Nelson Barbosa. E apesar dos sinais avançados de que a conta chegara, Dilma repetia o discurso preparado pelos seus marqueteiros, hoje réus condenados por corrupção, João Santana e Mônica Moura, de que não havia crise.

A estratégia da oposição agora é usar a alta rejeição ao governo Temer e fazer mais um trabalho de manipulação para que o país esqueça o que houve no passado recente. Um artigo na semana passada assinado pelo ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho é o exemplo desse esforço orwelliano de mudar a história recente. Ele passeia pelos pontos da crise, a dívida pública crescente, a recessão, como se fossem estrangeiras a ele. Parte do crescimento da dívida foi provocado pelas transferências extravagantes de meio trilhão de reais para o banco no período em que ele o dirigia.

Os erros passados devem ser registrados para que não se fique com a impressão de que era bom e ficou ruim. O que está em curso é mais uma tentativa de mentir e enganar"

sexta-feira, 23 de março de 2018

O comunismo dos imbecis

O comunismo dos imbecis

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 14 de maio de 2015          
Definir o comunismo como “estatização dos meios de produção”, como o fazem o sr. Marco Antonio Villa e seus admiradores, que por incrível que pareça existem, é descrevê-lo pelo sistema econômico ideal que lhe serve de bandeira e slogan, e não pela sua realidade de movimento político e intelectual com um século e meio de uma história tremendamente complexa.
É explicar fatos históricos pela definição de uma palavra no dicionário, procedimento no qual nenhuma pessoa com mais de doze anos de idade tem o direito de confiar.
Procedimento que se revela ainda mais pueril e inaceitável quando a definição é usada como premissa de um raciocínio (ou raciossímio, diria o Reinaldo Azevedo) segundo o qual um partido que não prega ou pratica ostensivamente a estatização dos meios de produção não pode ser comunista de maneira alguma.
Pois, ao longo de toda a sua história, os grandes partidos comunistas do mundo, a começar pelo da própria URSS, preferiram quase sempre deixar essa meta hipotética e longínqua num discreto segundo plano, ou omiti-la completamente, concentrando-se em objetivos concretos mais imediatos que pudessem compartilhar com outros partidos e forças, ampliando a base das suas alianças possíveis.
Característica, nesse sentido, foi a política do Front Popular, que na década de 30 angariou apoio mundial para a URSS na base de um discurso “antifascista”, onde tudo soava como se nenhuma incompatibilidade tivesse existido jamais entre o regime comunista e os interesses da burguesia democrática dos países ocidentais.
O velho Partido Comunista Brasileiro de Luís Carlos Prestes sempre falou muito menos em estatizar a economia do que em “defender os interesses nacionais” e a “burguesia nacional”, supostamente ameaçados pelo capital estrangeiro.
No período da luta contra a ditadura militar, então, não se ouvia um só comunista, fora do meio estudantil enragé ao qual pertencia o sr. Villa, pregando estatização do que quer que fosse: só clamavam por “democracia”.
Mao Dzedong, no início da carreira, falou tanto em patriotismo antijaponês e foi tão discreto no que diz respeito ao fim do livre mercado, que superou Chiang Kai-Shek nas simpatias do governo americano, ante o qual fez fama de “reformador agrário cristão”.
Mesmo quando se fala em estatização, na maior parte dos casos ela é sempre parcial e aplicada de tal modo que não fira indiscriminadamente os interesses da burguesia e o direito a toda propriedade privada dos meios de produção, mas pareça mesmo favorecê-los a título de “aliança entre Estado e iniciativa privada”. Mesmo no Chile de Allende foi assim.
Sendo, malgrado todas as suas mutações e ambiguidades, um movimento organizado de escala mundial, o comunismo sempre comportou uma variedade de subestratégias locais diferenciadas, as quais, não raro, se pareciam tanto com um comunismo de dicionário quanto as intrigas diplomáticas do Vaticano se parecem com a salvação da alma.
A famosa “solidariedade comunista internacional” consiste precisamente numa bem articulada divisão de trabalho, de modo que as ações dos partidos comunistas locais contribuam para o sucesso mundial do movimento pelas vias mais diversas e às vezes até incompatíveis em aparência.
Nos anos 30 do século passado, Stálin ordenou que o Partido Comunista Americano se abstivesse de tentar organizar a militância proletária e, em vez disso, se concentrasse em ganhar o apoio de bilionários, de intelectuais célebres e do beautiful people da mídia e do show business, na base de apelos ao “pacifismo”, aos “direitos humanos” e à “democracia”, de modo que o discurso comunista se tornasse praticamente indistinguível dos ideais formadores do sistema americano.
Nessa perspectiva, arregimentar militantes e intoxicá-los de doutrina marxista era muito menos importante do que seduzir possíveis “companheiros de viagem”, pessoas que, sem ser comunistas nem mesmo em imaginação, pudessem, nos momentos decisivos, colaborar com as iniciativas do Partido e com os interesses da URSS, usando, justamente, da sua boa fama de insuspeitas de comunismo.
Foi por isso que o Partido, na América, sempre foi uma organização minúscula, dotada de um poder de influência desproporcional com o seu tamanho.
O objetivo dessa estratégia era não só criar em torno do comunismo uma aura de humanismo inofensivo, mas também fazer do capitalismo americano a fonte de dinheiro indispensável à sustentação de um movimento político sempre deficitário quase por definição.
A operação teve sucesso não só em desviar para a URSS e para o PCUSA quantias vultuosas provenientes das grandes fortunas privadas, mas em transformar o próprio governo americano no principal mantenedor e patrono do regime soviético, que sem isso não teria sobrevivido além dos anos 40.
Quanto a este segundo ponto, é evidente que simples idiotas úteis e agentes de influência não poderiam ter obtido tão esplêndido resultado; eles serviram apenas para dar suporte moral e político à ação de agentes de interferência, profissionais de inteligência altamente treinados, cuja infiltração maciça nos altos postos do governo de Washington, como se sabe hoje, foi muito além do que poderia ter calculado, na época, o infeliz senador Joe McCarthy.
Por todos esses exemplos vê-se como é imbecil esperar que um partido saia pregando a “estatização dos meios de produção” para só então notar que ele é comunista.
O próprio PT já deixou clara, para quem deseje vê-la, a sua quádrupla função e tarefa no movimento comunista internacional:
1. No plano diplomático, alinhar o Brasil com o grande bloco antiocidental encabeçado pela Rússia e pela China. O BRICS não é nada mais que uma extensão embelezada da Organização de Cooperação de Shanghai, que já expliquei aqui em 2006 (leia aqui).
2. Na esfera de ação continental, salvar e fortalecer o movimento comunista, como bem o reconheceram as Farc, mediante a criação do Foro de São Paulo e de um sistema de proteção que permita a transfiguração da narcoguerrilha, ameaçada de extinção no campo militar, em possante e hegemônica força política e econômica.
3. Por meio de empréstimos ilegais e da corrupção, usar os recursos do capitalismo brasileiro para salvar os regimes comunistas economicamente moribundos, como os de Cuba e de Angola.
4. Na política interna, eliminar as oposições, aparelhar o Estado e estabelecer de maneira lenta, discreta e anestésica um poder hegemônico indestrutível.
Quem tem toda essa complexa e portentosa missão a cumprir há de ser louco de sair por aí pregando “estatização dos meios de produção” para assustar e pôr em fuga a burguesia local, sem cuja colaboração o cumprimento da tarefa se torna impossível?
Na perspectiva do sr. Marco Antonio Villa, nada disso é atividade comunista, já que falta “estatizar os meios de produção”.
A desproporção entre a complexidade do fenômeno comunista e a estreiteza mental de um autor de livrinhos compostos de recortes de jornal já é patética por si, sem que ele precise ainda enfatizá-la afetando sua superioridade de portador de um diploma ante os que, sem diploma nenhum, conhecem a matéria porque a estudaram.
Como eu mesmo me incluo entre estes últimos, sendo tão carente de estudos formais quanto Machado de Assis, João Ribeiro, Capistrano de Abreu, Luís da Câmara Cascudo, Manuel Bomfim, José Veríssimo e outros construtores maiores da cultura brasileira, deve parecer mesmo revoltante ao sr. Villa que eu tenha acumulado mais honrarias acadêmicas, prêmios literários, citações em trabalhos universitários e aplausos de grandes intelectuais de três continentes do que ele, com seu canudinho da PUC e seu currículo mirim, poderá angariar em trinta reencarnações, caso existam.
Entre os anos 40-70 do século passado, a idolatria dos diplomas, tão característica da Primeira República e tão bem satirizada nos romances de Lima Barreto, parecia uma doença infantil finalmente superada numa época em que a cultura brasileira ia vencendo o subdesenvolvimento e igualando-se às de países mais ricos.
Um quarto de século de “Nova República”, e sobretudo doze anos de PT no poder, trouxeram-na de volta com força total, numa espécie de compensação ritual que, sentindo vagamente no ar a ausência da alta cultura desfeita em pó, busca apegar-se supersticiosamente aos seus símbolos convencionais, como o viúvo inconsolável que dorme agarrado a um chumaço de cabelos da falecida, para trazê-la de volta.
Não é de todo coincidência que entre os sacerdotes desse culto caquético se destacassem justamente alguns daqueles que minutos antes perguntavam “Diploma para quê? ” e buscavam persuadir a nação de que a fé democrática trazia como corolário a obrigação de eleger um semianalfabeto presidente da República.
Uma vez que o Partido domina as universidades, é indispensável que elas monopolizem a atividade cultural, marginalizando e achincalhando toda criação ou pensamento independente.
Se o sr. Villa colabora gentilmente com esse empreendimento, não há nisso nada de estranho, já que ele se empenha também em acobertar as atividades do Foro de São Paulo, reduzindo todo combate antipetista a uma “luta contra a corrupção” imune ao pecado mortal de anticomunismo.
Qualquer que seja o caso, num país em que cinquenta por cento dos formandos das universidades são comprovadamente analfabetos funcionais, todo portador de um diploma deveria pensar duas vezes antes de exibi-lo como prova de competência, para não falar de superioridade.

quinta-feira, 22 de março de 2018

O estranho caso da mão fantasma que cresceu dedo depois de morta

O estranho caso da mão fantasma que cresceu dedo depois de morta

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O cérebro humano é fascinante: meu segundo órgão favorito, terceiro se contar o fígado. Em pouco mais de 1,5 kg de uma gosma melada com consistência de geléia de mocotó temos a estrutura mais complexa do Universo conhecido, com recursos e poderes que a gente muitas vezes nem percebe. Por exemplo: feche os olhos, sacuda os braços, tente encostar a ponta dos seus indicadores. Pois é, seu cérebro tem uma noção exata de onde estão todas as partes do seu corpo, independente da visão.
Aqui surge um problema: o cérebro não evoluiu para lidar bem com a perda de uma parte do corpo, em geral você morria logo ou não se reproduzia, então não há uma vantagem evolucionária em lidar bem com essas perdas. Com o avanço da Ciência (você não, Tedson) revelamos um bug, conhecido como Síndrome do Membro Fantasma.
Após uma amputação, de 60% a 80% dos pacientes relatam ainda sentir o membro perdido, em geral com sensação de dor. E nada resolve: há tratamentos com antidepressivos, analgésicos, mas os resultados são muito inconclusivos.
Um método que funciona bem em alguns casos é a caixa de espelhos, criada pelo neurocientista indiano Vilayanur S. Ramachandran. Ele teve uma paciente que havia perdido a mão, mas sentia dores terríveis, que descrevia como se estivesse apertando o punho com extrema força, sem parar. O Dr Ramachandran então teve uma idéia: construiu uma caixa com espelhos, a paciente colocava os dois braços nela, mas via o braço normal e no lugar do amputado, um reflexo da mão normal.
Ele instruiu a paciente a fechar punho normal, se concentrar no da mão amputada, e visualizar a mão abrindo, enquanto abria a remanescente.
O tratamento funcionou, e ela parou de sentir dor.
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TECNICAMENTE é algo psicológico, já que acontece no cérebro, mas também é fisiológico. A hipótese mais recente acha que a síndrome do membro fantasma é causada por ruídos nos terminais nervosos que levam ao cérebro sinais do membro perdido. É possível também que aquela região, depois de privada de sinais por algum tempo, comece a gerar picos aleatórios de eletricidade, e o feedback interno leve à dor.
No caso do título, a situação é mais curiosa ainda:
A paciente com 18 anos sofreu um acidente de carro, e depois de seis meses os médicos decidiram amputar sua mão. Só que ela nasceu com um defeito de nascença e só tinha três dedos: médio indicador e aquele que o Lula cortou.
Ela começou a desenvolver síndrome de membro fantasma, e relatar dores. Ela foi parar no consultório do Dr Ramachandran, que descobriu que a fonte da dor da paciente eram… o polegar e o indicador.
A “mão-fantasma” da paciente tinha cinco dedos, com o polegar e o indicador menores, mas existentes. Mesmo tendo sido condicionado a vida inteira a lidar com apenas três dedos, o cérebro da paciente sabia que uma mão normal tem cinco dedos (sorry, Cicarelli) e na ausência de input, votou ao modo default.
Usando a caixa de espelhos, o Dr Ramachandran conseguiu reverter o quadro, fazendo depois de várias sessões os dedos novos crescerem até o tamanho normal (link do paper).
Essa descoberta é um excelente sinal de que mesmo em casos de deficiências gravíssimas de nascença, o cérebro tem o firmware pronto para lidar com um corpo plenamente funcional, mesmo que robótico. E dá pra ir mais adiante: visto que Evolução é uma imensa gambiarra, provavelmente ainda temos estruturas abandonadas usadas para controlar coisas como asas, caudas e garras retráteis.
Fonte: Smithsonian.

Stephen Hawking escreveu sobre universos paralelos duas semanas antes de morrer

Stephen Hawking escreveu sobre universos paralelos duas semanas antes de morrer


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Stephen Hawking sempre foi conhecido pela sua dedicação incondicional ao trabalho. Apenas duas semanas antes da sua morte, aos 76 anos, o físico britânico terminou seu último artigo científico. E não foi coisa pequena. Ele estabeleceu toda a base teórica para descobrirmos um universo paralelo e, de quebra, previu o fim do nosso Universo.
Em parceria com o professor de física Thomas Hertog, o trabalho chamado A Smooth Exit from Eternal Inflation foi revisado pela última vez em 4 de março e ainda precisa de uma última aprovação antes de ser publicada oficialmente. O conteúdo do artigo afirma que é possível encontrar evidências de um universo paralelo ao nosso (ou vários) através da datação de radiação no espaço profundo. Para confirmar a hipótese, seria necessário enviar uma sonda espacial para coletar as evidências.
Em 1983, Hawking descreveu que nosso Universo está em uma eterna expansão a partir de um pequeno ponto no espaço. Só que, para a tese fazer sentido, era necessário que o nosso Big Bang fosse acompanhado por infinitos outros, produzidos em diferentes universos. Foi a partir disso que surgiu a hipótese do cientista sobre do multiverso e que culminou no último estudo da sua vida – ele também abordou o nosso fim: desaparecer eventualmente na escuridão à medida que todas as estrelas esgotarem sua energia.
Stephen Hawking nunca escondeu que desejava ganhar um Nobel, chegando até a falar sobre isso abertamente em palestras. Caso consigam comprovar a teoria dos universos paralelos, ele certamente seria digno da honraria que tanto almejou. Infelizmente, as regras do Nobel não permitem premiações póstumas.
Uma das portas para universos paralelos, ele acreditava, seriam os buracos negros. “Se você cair em um buraco negro, não desista. Existe uma forma de sair de lá”, afirmou o físico em uma conferência no Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo, como uma metáfora para a depressão.

terça-feira, 20 de março de 2018

Como a abertura econômica pode aumentar a produtividade?

Como a abertura econômica pode aumentar a produtividade?

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15/03/2018-11:05 - Atualizado 15/03/2018 11:05

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No longo prazo, só é possível crescer, gerar empregos e garantir aumentos salariais de forma consistente na presença de ganhos de produtividade.
Infelizmente a produtividade agregada brasileira está estagnada há mais de três décadas. Tivemos alguns episódios de crescimento, mas não se sustentaram. O Brasil não está se aproximando dos países desenvolvidos no que toca à renda per capita.
A agenda da produtividade está colocada e deverá ser alvo da próxima eleição presidencial. Que políticas públicas são recomendáveis para avançarmos nessa dimensão, deixando um país melhor e mais justo para nossos filhos e netos?
Uma das políticas em discussão é a abertura comercial. Na semana passada, a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos divulgou documento com propostas para abertura comercial, incluindo redirecionamento de políticas públicas para reduzir impactos adversos sobre trabalhadores que venham a perder empregos em indústrias afetadas pela competição externa.
O Brasil é um país fechado para os padrões internacionais. Em parte porque está fisicamente distante dos principais mercados mundiais, como Estados Unidos, Europa, China e Japão. Mas também porque temos políticas comerciais que restringem o comércio com outros países, incluindo altos impostos sobre importação (as chamadas tarifas) e outros tipos de barreiras (como políticas de conteúdo nacional e procedimentos muito burocráticos associados à entrada de produtos estrangeiros).
Essas restrições são particularmente fortes para produtos manufaturados. Ao longo dos últimos anos, os avanços que tivemos nessa área ocorreram na primeira metade da década de 1990, com um processo de liberalização comercial que reduziu a proteção quase proibitiva em diversos setores da atividade econômica.
Entretanto, desde 1995 não houve reduções adicionais significativas, e mais recentemente observamos certo retrocesso. Por exemplo, requerimentos de conteúdo local passaram a ser empregados com frequência. O Brasil inclusive foi condenado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) por praticar políticas que beneficiam produtos nacionais em detrimento de estrangeiros.
Justamente essa primeira metade da década de 1990 foi um dos poucos períodos em que observamos algum ganho de produtividade. Claro, isso por si só não significa que a liberalização provocou tal movimento. Mas trabalhos acadêmicos encontram evidências de que os ganhos de produtividade estiveram, pelo menos em parte, associados à redução da proteção.
Isso porque setores e firmas mais afetados pela redução das tarifas foram aqueles que observaram maiores aumentos de eficiência produtiva.
Por que a exposição ao comércio afeta a produtividade? Há vários canais enfatizados na literatura econômica. Ao abrir a economia, as firmas locais passam a sofrer maior competição externa, o que pode forçá-las a sair da “zona de conforto” e adotar tecnologias mais modernas para continuarem competitivas.
Adicionalmente, a pressão competitiva faz com que as firmas menos eficientes sejam incapazes de se manter no mercado. Isso libera recursos escassos da economia (como capital, trabalho, talento gerencial etc.) para as empresas sobreviventes, que são mais produtivas. Em outras palavras, os recursos escassos passam a ser mais bem empregados, pois se concentram em atividades de maior eficiência, contribuindo para alavancar a produtividade do país.
O comércio ainda ajuda a produtividade na medida em que as empresas locais passam a ter acesso a máquinas e insumos mais baratos e modernos, vindos de fora. Há evidências de que esse canal foi importante no processo de crescimento da produtividade observado nos anos 1990.
Esses potenciais ganhos de produtividade, todavia, tendem a não se distribuir uniformemente entre os cidadãos do país. Claramente os consumidores se beneficiam, pois têm acesso a produtos mais baratos por causa da competição externa, além de uma gama maior de bens e serviços vindos de fora. Firmas que conseguem aumentar eficiência com a importação de insumos e máquinas estrangeiros também saem ganhando.
Todavia, enquanto alguns setores se expandem, outros sofrem com a competição externa. Trabalhadores podem perder empregos como consequência, e sua recolocação nas indústrias favorecidas pela abertura não é imediata. Podem passar um bom tempo no desemprego ou migrar para o setor informal para aliviar a penúria temporária.
Em outras palavras, esses trabalhadores podem sofrer perdas significativas no processo de ajuste. Mas isso não quer dizer que a abertura não deva ser levada a cabo, pois abriríamos mão de ganhos que tendem a beneficiar a economia como um todo.
O ideal é direcionar políticas públicas para reduzir essas perdas temporárias dos trabalhadores mais severamente afetados pela abertura. O seguro-desemprego é uma ajuda nessa situação complicada, mas não é suficiente, dado que a transição para outros setores não é nada trivial, podendo o trabalhador demorar muito tempo para se recolocar no mercado de trabalho.
Políticas de treinamento direcionadas a habilidades que facilitem a entrada desses trabalhadores nas indústrias em expansão são também um elemento importante. Elas podem ajudar na recolocação dos trabalhadores, dando assim acesso a oportunidades possibilitadas pela abertura comercial.

quarta-feira, 14 de março de 2018

O DESASTRE DA ABERTURA DE FRONTEIRAS


O DESASTRE DA ABERTURA DE FRONTEIRAS PROMOVIDA POR MERKEL NA ALEMANHA

O legado real de Angela Merkel: áreas sem lei que a polícia tem medo de patrulhar, onde metade dos habitantes locais tem origem estrangeira e a língua alemã é uma raridade
A abertura de fronteiras na Alemanha promovida pela chanceler Angela Merkel em resposta à crise dos refugiados tem sido um desastre para o distrito de Marxloh, perto de Duisburg. Um relatório policial descobriu que as ruas são controladas por traficantes de drogas e ladrões.
Metade dos 20 mil moradores deste subúrbio industrial  que outrora já foi próspero tem origem estrangeira, muitos chegam graças à uma oferta da Irmandade alemã e à chanceler Angela Merkel. O resultado da maior crise migratória da Europa desde a Segunda Guerra Mundial tem sido desastroso para Marxloh.
Muitos dos recém-chegados estão desempregados e, portanto, confiam nos benefícios estatais sem exercer atividade remunerada.
Um relatório policial vazado diz que as ruas são controladas por traficantes de drogas e ladrões que “vêem o crime como sua atividade de lazer”.
Quanto aos alemães que permanecem aqui, alguns ficam assustados para sair ao anoitecer devido aos “conflitos entre estrangeiros”, alegando que as viagens no transporte público pela área à noite são “pesadelo”.
“Nós temos muitos problemas aqui e eles não ficam melhores”, explica o homem da tulipa com um bom inglês enquanto ele me entrega uma floração de laranja de sua cesta.
“Este é um lugar perigoso que a senhora deputada Merkel tentou esquecer”, disse um morador. Isso foi até a semana passada, quando a chanceler reconheceu pela primeira vez que áreas como Marxloh se tornaram áreas sem lei, onde os locais, e até mesmo a polícia, temem pisar.
Ao receber mais de um milhão de novos rostos para o país em três anos, Merkel vem irritando um público alemão cada vez mais cético com o mantra “Nós podemos fazê-lo”.
Na própria praça do mercado de Marxloh, o principal restaurante ao ar livre, o Spar, é dirigido por um turco de 28 anos que passou dez anos no Wood Green de Londres.
Ele veio para a Alemanha “por causa de dificuldades familiares” há seis meses, e recusa se identificar à reportagem, mas anuncia que o distrito tem “problemas enormes”. “Há muitas pessoas de diferentes lugares do mundo que querem o controle aqui”, disse ele. “Nós não vemos a polícia com freqüência e eles parecem ficar longe das ruas”.
Seja qual for a impressão disso, Marxloh não faz ninguém se sentir seguro. Os únicos policiais encontrados num período de sete horas foram dois na praça do mercado.
Marxloh é uma das 40 áreas problemáticas citadas na mídia alemã como lutando para lidar com grandes concentrações de migrantes, decadência urbana, alto desemprego e dependência crônica do bem-estar, que se tornaram “incubadoras de anarquia”, bem como drogas e crime.
Em um artigo chamado ‘Ghetto Report Germany‘, o respeitado jornal Bild – que descreveu essas 40 áreas – as classificou como sociedades paralelas, no-go zones e ‘guetos crescentes’.
Os relatórios oficiais da polícia apresentados a outro jornal respeitado, Der Spiegel, disseram que os níveis de violência em Marxloh (e outros lugares como esse) mostram que os oficiais estão perdendo o controle e a ordem pública “não pode ser garantida a longo prazo”.
“Existem distritos onde as gangues de imigrantes estão controlando totalmente as ruas, segundo Der Spiegel. “Moradores e homens de negócios estão sendo intimidados e silenciados. Polícias são vítimas especiais de um alto nível de agressão e desrespeito.
Marxloh, a 20 minutos do centro de Duisburg, no oeste da Alemanha, costumava ser um lugar para as famílias alemãs visitarem um sábado à tarde para fazer compras, um piquenique no parque ou um café e cerveja nos cafés.
Nem muitos estrangeiros visitam aqui ou se atrevem. A maioria das mulheres usa hijabs em obediência à religião muçulmana e multidões de homens com jaquetas de couro se reúnem nas esquinas para fumar enquanto falam em línguas estrangeiras e olhando fixamente para estranhos.
Marxloh há muito tempo é um caldeirão étnico. Os primeiros estrangeiros a se estabelecerem aqui eram trabalhadores turco convidados pela Alemanha nos anos cinquenta e sessenta para trabalho de manutenção na siderurgia.
Muitos são agora cidadãos alemães. Os libaneses receberam um santuário quando foram deslocados durante uma guerra civil que começou nos anos setenta.
Quando as fronteiras da UE foram abertas para os europeus do leste há mais de uma década, também chegaram os romenos e os búlgaros. Em seguida, as decisões da Sra. Merkelconvidaram refugiados sírios, o que levou a muitos outros – muitas vezes fingindo ser verdadeiros refugiados – das áreas curdas do Oriente Médio, dos Estados dos Bálcãs e da África.
De acordo com os moradores, as ruas de Marxloh servem como fronteiras entre as gangues étnicas que protegem seu território comercializado. Uma é chamada de “estrada curda”, outra “estrada romena”.
Não é de admirar que a Sra. Merkel tenha tido que admitir que existem no-go zones em seu país. Em sua admissão surpresa na semana passada, ela disse que a segurança doméstica era a obrigação do Estado e que as pessoas tinham direito a ele sempre que se encontravam e se moviam num espaço público. “Há tais lugares, e você tem que chamá-los pelo nome e você precisa fazer algo sobre isso”, disse ela.
Palavras sábias, mas muito tarde? Ela falava algumas semanas depois que um estudo ordenado pelo governo mostrou um aumento drástico de crimes violentos cometidos por imigrantes do sexo masculino na Alemanha com idade entre 14 e 30 anos.
A pesquisa realizada por um grupo de criminologistas disse que o afluxo de requerentes de asilo levou ao pico deprimente.
Um relatório preparado para o parlamento regional sobre a quebra de lei e ordem na área de Duisburg reivindicou gangues libanesas, em particular, se recusando a reconhecer a autoridade policial.  Seus membros são homens jovens entre 15 e 25 anos, e que “quase 100 %” deles – de acordo com o relatório – são procurados por suspeita de crimes, incluindo agressão física e roubo.
Em Marxloh na última Páscoa, um menino búlgaro de 15 anos foi morto com um machado tarde da noite em uma disputa entre seu pai e outros búlgaros. A criança foi arrastada para casa por sua mãe antes de morrer, deixando uma trilha de sangue no pavimento. Não é o que deveria estar acontecendo.
Dois anos atrás, Arnold Plickert, chefe regional da maior unidade policial da Alemanha, reconheceu que Marxloh e outras no-go zones, foram ignoradas por muito tempo.
Com informações de Daily Mail