terça-feira, 25 de abril de 2017

Arábia Saudita na Comissão para a Situação das Mulheres na ONU

Pense em um país onde a misoginia é política oficial do Estado. Um país onde mulheres não podem dirigir, não podem ir a qualquer lugar sem estarem acompanhadas de um guardião masculino, onde não podem fazer praticamente nada sem a permissão de um homem.
Agora pensem na ONU colocando esse país como integrante da "Comissão dos Direitos das Mulheres". Esse é o nível que essa organização alcançou.
E da próxima vez que seu amiguinho vier com o argumento "mas a ONU diz que...", mostre essa postagem a ele.
Arábia Saudita na Comissão para a Situação das Mulheres na ONU
A mencionada Comissão é o principal órgão intergovernamental inteiramente dedicado à promoção da igualdade de gênero, do bem-estar feminino e de sua participação política, sendo uma funcionalidade comissionada do Conselho Econômico e Social da ONU, com 54 membros, dentre os quais o Brasil. A eleição para a formação desta Comissão é secreta e cada membro tem mais de um voto. Ao todo são eleitos 14 membros, com mandato de 4 anos.
A Arábia Saudita foi eleita com 47 votos e divide espaço com Haiti (54 votos), Turcomenistão (53 votos) e Congo (53 votos). Como a LiHS já abordou noutras ocasiões, este país é revoltantemente opressor às mulheres, que há 2 anos atrás sequer podiam votar e ainda hoje não podem dirigir, andar desacompanhadas de um guardião masculino e nem estudar, viajar ou trabalhar sem permissão formal de seu guardião. Punições físicas arbitrárias são comuns, bem como violência sexual e psicológica e, inclusive, assassinatos em nome da honra familiar. No ano de 2015 a Arábia Saudita ficou na 134° posição, entre 145 nações, no quesito Equidade Social, Econômica e Política entre os gêneros.
Segundo nos conta a matemática, embora os votos sejam secretos, ao menos 5 nações da União Européia elegeram a Arábia Saudita para esta Comissão, enquanto Estados Unidos, Argentina, Brasil, Chile, Austrália, entre outros, são possíveis eleitores.
Esta é a ONU trabalhando para a promoção dos direitos femininos. Ou não.

Sem comentários:

Enviar um comentário