sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Marcus Valerio XR IDEOLOGIA DE GÊNERO

Já discordei um bocado de masculinistas, conservadores e anti-feministas em geral por defender que a distinção clássica do Feminismo entre Sexo e Gênero é válida sim, só que não no mero sentido usual, sendo o Sexo o dado físico e Gênero o psicológico, onde admito a nítida influência cultural, mas insisto que também é fisicamente embasado.
Alguns querem igualar sexo a gênero, o que é tão impróprio quanto querer igualar cérebro e mente. A dimensão psíquica, ainda que não possa se desligar da física, tem notável autonomia, e pela potência mental humana em si, tem a capacidade de produzir um mundo vastíssimo de significados e símbolos que podem bater de frente contra as mais duras realidade físicas. (Para usar uma terminologia do Emergentismo em Filosofia da Mente, essa dimensão psíquica tem poder causal descendente.)
O conceito de Identidade de Gênero é perfeitamente sustentável, tanto quanto o de Orientação Sexual, e por mais minoritário que seja, Sexo, Orientação Sexual e Identidade de Gênero podem se combinar num total de 14 formas diferentes sem contar os casos de bissexualidade, assexualidade, hermafroditismo, ausência e dupla identidade de gênero, o que em tese poderia elevar a quantidade de combinações para até 48 (EXATAMENTE! Qualquer coisa além disso é bobagem.)
No entanto, a maioria costuma se reunir em grupos praticamente indistinguíveis, e há notórias maiorias dentro dessa minoria que dificilmente chega a 1% da população humana. De modo que é muito difícil, na prática, vislumbrar mais do que uns 8 grupos no máximo onde de fato apenas 4 são numericamente evidentes: Os homossexuais e os transexuais, masculinos e femininos, que por vezes se confundem.
Mas Sim. Existem "Homens Lésbicos" [(homem transexual homossexual (em relação ao seu gênero)], o que tem equivalência prática ao homem heterossexual (em relação ao seu sexo) transexual, mas que tem uma profunda diferença psíquica.
Gera uma confusão enorme, é fato. Mas faz sentido sim.
O que, porém, não tem o menor cabimento é, com base nisso, querer negar a mais evidente e fundamental de todas as realidades em questão, que é a Física. É o sexo, o corpo, que é o dado primordial e fora de dúvida. Pode haver erros de diagnóstico ou mesmo fraudes na identificação do transgênero ou da orientação sexual, mas não tem como alguém forjar um sexo falso e passar como representante do sexo oposto perante uma avaliação médica minimamente cuidadosa. Nem mesmo criteriosas operações cirúrgicas são capazes de eliminar todas as evidências físicas, principalmente a evidência genética contida no DNA. Até mesmo os hermafroditas serão detectados como tal.
É por isso que em toda história humana o critério de agrupamento fundamental sempre foi o físico, pois é o único flagrante e estável, e o único no qual podemos depositar alguma confiança. É o único no qual se baseiam tradições sociais triviais e perenes como a mera divisão de banheiros públicos, pois é completamente evidente que alguém tem uma genitália específica enquanto até mesmo o mais sincero transgênero pode levantar dúvidas mesmo diante de pessoas perfeitamente habituadas a todas essas categorias.
Por isto, o ESPETACULARMENTE EMBLEMÁTICO caso ocorrido no Encontro de Mulheres Estudantes (EME) em Curitiba com relação a um homem lésbico não é algo que será único ou isolado, mas apenas uma pequena demonstração de como todas essas categorias se abalam diante da pura e simples realidade corpórea.
Um exame do caso só pode levar a dois caminhos.
- Ou o caos de teorias de sexualidade divergentes e posturas políticas dentro de Feminismo corrói o próprio movimento por dentro condenando-o ao perpétuo desentendimento, auto destruição e incapacidade de enxergar um palmo adiante das próprias ilusões;
- Ou o movimento consegue harmonizar suas teorias e se deixa esmagar de uma só vez pela força bruta da realidade.
Claro. A terceira opção seria manter a teorização sem negar a realidade física, o que resolveria o problema a não ser pelo fato de que também destruiria o próprio Feminismo, visto que este existe exatamente para negar tal realidade, negação sem a qual o Determinismo Culturalista que sustenta a Teoria do Patriarcado é insustentável.
Rejeitando os dados científicos, odiando a biologia e fugindo da Psicologia Evolutiva como vampiros forem do Sol, as teorias de sexualidade desligadas de um fundamento físico patinam num vazio de possibilidades caóticas que ou se auto destroem, ou mesmo quando conseguem se harmonizar, são facilmente desmanteladas pelo primeiro contato com realidade que tiverem.
Como neste exemplo, onde bastou a presença de um único corpo masculino em meio a uma centena de feministas lésbicas, queer, bissexuais, transgêneros etc, para que, mesmo sem nada mais fazer além de estar lá, todo o movimento desabe sobre si próprio.
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