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Publicado às 06:53 de 07/04/163124 leituras
Há exatos 92 anos, o Campeonato Carioca se chamava, na verdade, Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), substituindo Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), da qual, em 1923, o Vasco da Gama surpreendera o Rio de Janeiro sagrando-se campeão em cima de América, Botafogo, Flamengo e Fluminense.
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Esses quatro eram considerados, assim como o Bangu, os grandes clubes do futebol carioca na época e o Vasco, por sua origem humilde e portuguesa, uma equipe inferior. Contudo, desde 1917, quando houve a fundação de seu Departamento de Futebol, o Cruz-de-Malta, como também era conhecido, foi crescendo até se tornar um verdadeiro Gigante.
Esses quatro eram considerados, assim como o Bangu, os grandes clubes do futebol carioca na época e o Vasco, por sua origem humilde e portuguesa, uma equipe inferior. Contudo, desde 1917, quando houve a fundação de seu Departamento de Futebol, o Cruz-de-Malta, como também era conhecido, foi crescendo até se tornar um verdadeiro Gigante.
No ano de 1923, com um time formado pelo grande goleiro Nelson, Leitão, Mingote, Nicolino, Claudionor, Artur, Paschoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito, o Vasco venceu o que seria o Campeonato Carioca da época de maneira esmagadora. Ali, pela primeira vez na história do futebol carioca, um clube com potencial de crescimento ilimitado figurava para deixar de ser considerado pequeno e ser um dos gigantes da Cidade Maravilhosa. A base dessa equipe, por sua vez, era constituída de jogadores do subúrbio, operários, negros, brancos e pobres que, em sua maioria, tinham no futebol o seu principal sustento.
Assustando com tamanha mudança em relação a noção de futebol que a elite do Rio de Janeiro tinha até então, América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense resolveram fundar uma nova liga e convidaram o Vasco a participar dela, desde que não trouxesse consigo jogadores 12 jogadores considerados indignos de praticar o desporto junto com eles.
O Gigante da Colina, por sua vez, se recusou e diante da situação em que “colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos associados“ optou por não se filiar a AMEA, mantendo-se na LMDT e se sagrando campeão em 1924.
A base da equipe era, técnica e fisicamente, superior aos adversários que, cientes disso, utilizaram de mecanismos discriminatórios para manter a sua hegemonia, o que nem em sua época (década de 1920 do século XX) eram aceitos por toda a sociedade, como mostra a atitude do Vasco emitida em sua Resposta Histórica, um marco na luta contra o racismo no esporte.
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