terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

É pra você Adriana Bianchi Godóy



TUDO O QUE POSSUO 

Você me protegeu do mal
Me aqueceu, me aqueceu
Você me deu a minha vida
Me libertou, me libertou
Os melhores anos que eu vivi
Foram aqueles que eu passei com você

Eu daria tudo o que possuo
Daria a minha vida, o meu coração, a minha casa
Eu daria tudo que eu possuo
Só para tê-la de volta

Você me ensinou a amar
O que isto é, o que isto é
Você nunca disse muito
Mas ainda assim mostrou o caminho
E eu soube ao te observar
Ninguém nunca poderia conhecer
A parte de mim que não quer ir embora

Eu daria tudo o que possuo
Daria a minha vida, o meu coração, a minha casa
Eu daria tudo que eu possuo
Só pra tê-la de volta

Será que você conhece alguém?
Você o ama tanto
Mas o subestima
Você pode perdê-lo um dia
Alguém o leva embora
E ele não escuta as palavras que você quer lhe dizer

Eu daria tudo o que possuo
Daria a minha vida, o meu coração, a minha casa
Eu daria tudo que eu possuo
Só pra tê-la de volta
Só para lhe tocar mais uma vez





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Ótimos Preços !

Ótimos Preços !


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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Cartilhas de Educação Sexual (polêmicas) são distribuídas para estudantes a partir de 06 anos de idade


Cartilhas de Educação Sexual (polêmicas) são distribuídas para estudantes a partir de 06 anos de idade

Desde 2013 o MEC tem gerado muita discussão e revolta devido às famigeradas cartilhas de Educação Sexual distribuídas nas escolas para crianças a partir de 06 anos de idade. Já tinha visto alguma coisa anteriormente, mas sem dar a devida atenção por considerar as imagens absurdas demais, pensando até que se tratava de montagens. Hoje ao ver novamente as imagens circulando na internet através do blog Diário de Biologia, resolvi pesquisar melhor o assunto.
Cartilha: Coleção Educação Sexual – Perguntas e Respostas MEC
Cartilha: Coleção “Educação Sexual” – Perguntas e Respostas
Por mais incrível que pareça, as cartilhas de educação sexual existem. As imagens, como podem ver abaixo, aguçam a curiosidade da criançada e estimulam para a prática precoce do sexo. Não tenho informações se as cartilhas ainda estão sendo distribuídas, mas segundo informações na internet, ela foi distribuída para crianças de 06 a 11 anos com o aval de psicólogos e educadores. Temos que convir que as crianças são curiosas e precisam aprender sobre o sexo, mas de forma natural e espontânea, preferencialmente em família e não uma imposição no meio escolar de forma tão precoce. Veja as imagens da cartilha e comente o que pensa sobre o assunto.
Gosta de Curiosidades? Entretenimento? Vídeos legais? Clique para curtir o Blogadão
Cartilha: Coleção Educação Sexual – Perguntas e Respostas MEC
Cartilha: Coleção “Educação Sexual” – Perguntas e Respostas
Cartilha: Coleção Educação Sexual – Perguntas e Respostas MEC
Cartilha: Coleção “Educação Sexual” – Perguntas e Respostas
Cartilha ” Tô Crescendo” para crianças de 6 a 9 anos
Cartilha ” Tô Crescendo” para crianças de 6 a 9 anos
Cartilha ” Tô Crescendo” para crianças de 6 a 9 anos
Cartilha ” Tô Crescendo” para crianças de 6 a 9 anos
Cartilha “Mamãe, como eu nasci?” de Marcos Ribeiro
Cartilha “Mamãe, como eu nasci?” de Marcos Ribeiro

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

É danoso lutar contra a realidade


New post

Filha de Maria do Rosário, Maria Laura, menor de idade, com desnutrição/anorexia severa e usuária de drogas. A deputada Maria do Rosário, segundo as leis brasileiras, deveria ser presa pela incapacidade de criar sua filha.

by 19h
Maria Laura e seu amigo, com aparência também de adolescente, com um cigarro de maconha
Maria Laura, menor de idade, posta fotos sexualizadas no Instagram, algo que, como dito anteriormente, é crime na constituição brasileira e leva a punição dos pais.
Em uma foto postada ano passado, Maria Laura se encontra em um hospital devido as complicações de uma tentativa de suicídio falha.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

É pra você Adriana Bianchi Godoy , meu eterno amor !



Você me protegeu das coisas ruins,
Me manteve aquecido, me manteve aquecido.
Você entregou minha vida para mim,
Me libertou, me libertou.
Os melhores anos que eu conheci,
Foram todos os anos que tive com você.

Eu daria qualquer coisa que eu possuo,
Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.
Eu daria tudo que eu possuo,
Apenas para ter você de volta outra vez.

Você me ensinou como amar,
Do que é, do que é.
Você nunca disse muito,
Porém apesar disso, mostrou o caminho
E eu aprendi ao observar você.
Ninguém mais poderia conhecer
A parte de mim que não consegue desistir.

Eu daria qualquer coisa que eu possuo,
Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.
Eu daria tudo que eu possuo,
Apenas para ter você de volta outra vez.

Existe alguém que você conhece,
Você está gostando muito deles
Mas considerando-os todos como certeza?
Você pode perdê-los algum dia,
Alguém os leva embora
E eles não ouvem as palavras que você deseja dizer.

Eu daria qualquer coisa que eu possuo,
Desistiria da minha vida, do meu coração, da minha casa.
Eu daria tudo que eu possuo
Apenas para ter você de volta outra vez,
Apenas para tocar você mais uma vez.


ROBERTO CARLOS é o Rei ! Só podia ser Vascaíno !



















Como todo oponente “invencível”, a esquerda tem uma falha fatal

Como todo oponente “invencível”, a esquerda tem uma falha fatal

Se tem uma coisa que os antigos mitos e os video games ao mesmo tempo nos ensinaram é que, não importa o quão imponente e aparentemente invencível um inimigo seja, ele sempre tem um ponto fraco, um calcanhar de Aquiles.
A esquerda deveria ser invencível. Ela apela para o mais poderoso e motivador traço da psique humana – o emocional, e ainda explora o nosso senso de compaixão e vontade de trabalhar menos e aproveitar mais. Isso, somado ao crescimento de faixas demográficas chave deveria torna-los invencíveis no século XXI. No entanto, a esquerda no mundo vive o seu pior momento desde o fim da Guerra Fria e a metamorfose do comunismo para a social-democracia e o marxismo-cultural.
O que derrubou o movimento, ao menos temporariamente, foi a sua falha fatal, a pequena fresta na armadura capaz de deixar passar uma flecha mortal – a arrogância. A esquerda é fundamentada no elitismo, na noção de que a massa precisa de um pequeno grupo de líderes iluminados para lidera-la e molda-la da forma correta. A noção de “esquerda caviar” é tão certa quanto clichê, seja o Leblon olhando para os morros do Rio ou o eixo Nova York – Los Angeles olhando para o coração da América da janela de um avião, tudo parte da noção de que pessoas pobres, menos favorecidas ou somente mais simples são, bom, burras.
Elas precisam do estado para tirar o hambúrguer fast-food da mão delas por que são incapazes de deduzir que aquilo em excesso pode trazer malefícios, elas precisam do todo poderoso governo para tirar armas de suas mãos por que, com certeza, acabariam fazendo uma merda com isso. No âmago do conceito de estado grande está a noção de que as pessoas não conseguem fazer as melhores decisões por contra própria.

Seja do mais alto posto de comando ao militante de faculdade, o esquerdista sempre se vê na posição de salvador. Ele pensa, “não vão me rejeitar por que eu trago o bem, não vão me rejeitar por que eu sei o que é preciso pra tornar a vida deles melhor”. O problema é que as pessoas instintivamente não gostam de serem ditas o que devem ou não querer. Basta alcançar o poder que a esquerda logo relaxa na sua arrogância, na certeza de que eles têm tudo e todos na mão. E logo vêm os descuidos, os deslizes e as barbeiragens que fatalmente culminam na sua queda.
Como toda tarefa na vida, construir é somente a primeira etapa e, com o tempo, você acaba notando que manter e desenvolver algo acaba sendo a parte mais difícil. A esquerda relaxa quando constrói algo e age como se aquela edificação fosse durar para sempre. O paternalismo só é atraente para um certo número de pessoas e mesmo assim durante pouco tempo. Como vimos, 2008 não durou nem até 2016.
Mas não se enganem, amigos, a esquerda não está derrotada. Nem aqui, nem nos EUA. No momento ela só está ferida, capotada na própria arrogância, passando por um breve período de incerteza. Mas ela vai voltar. E quando isso acontecer, esteja pronto com a sua flecha apontada para o calcanhar descoberto dela.
Complexo
Fundador e editor-chefe do Lolygon.
CONTATO: complexo@lolygon.moe

FONTE :
http://lolygon.moe/2017/01/como-todo-oponente-invencivel-a-esquerda-tem-uma-falha-fatal/

'Como sobrevivi a uma seita que me deixou trancada por 30 anos'

'Como sobrevivi a uma seita que me deixou trancada por 30 anos'

  • 18 fevereiro 2017
Image caption Katy ficou a vida toda em cativeiro, até conhecer a liberdade em 2013
Era por volta de 11h15 de 25 de outubro de 2013 quando a porta de um apartamento na região de Brixton, no sul da capital da britânica, se abriu. Duas mulheres saíram dele, chegando à rua silenciosa e pouco movimentada.
A mais jovem delas, Rosie, caminhava de uma forma estranha. Seus movimentos eram rígidos e desajeitados, como se ela não estivesse acostumada a percorrer nem curtas distâncias.
Na realidade, ela havia passado os últimos 30 anos - sua vida inteira - em cativeiro. Agora, estava doente e precisava de atendimento médico.
Nascida em um "coletivo", ela não tinha permissão para ir ao médico. Na verdade, nunca havia sido autorizada a sair sozinha. Ouvia que, se tentasse fazer isso, morreria queimada.
Preocupada com a possibilidade de não sobreviver à doença, Rosie e outra mulher, Josie, conseguiram escapar. Uma organização que ajuda pessoas que foram abusadas estava na esquina à espera delas. Junto com a polícia, a entidade tinha ajudado a planejar a fuga.
Logo ficou claro que Rosie e Josie - que tinha 57 anos - não eram as únicas mulheres que viviam naquele apartamento. Quando a polícia foi até lá, encontrou Aisha, uma senhora malaia de 69 anos. Nas semanas seguintes, foi tornado-se cada vez mais óbvio que a vida delas naquele lugar havia sido surreal.
As três mulheres pareciam extremamente assustadas e se referiam muitas vezes a uma "força toda-poderosa" chamada Jackie. Acreditavam que essa força poderia tentar se vingar e machucá-las. Ficavam aterrorizadas com eletricidade, que chamavam de "eeee", e pareciam nervosas diante de aparelhos domésticos que poderiam queimar ou explodir.
Conforme contava detalhes de suas vidas, Rosie foi ficando mais confiante e decidiu mudar seu nome para Katy, inspirada na música Roar, de Katy Perry, que fala sobre uma mulher superando um relacionamento difícil e encontrando sua voz.
A história de Katy e o que ela superou mostram que, na verdade, ela era muito mais forte do que qualquer um poderia imaginar.
Camarada Bala
O dono do apartamento era Aravindan Balakrishnan, a quem as mulheres chamavam de Camarada Bala ou AB. Ao descrever a vida com ele, Katy explica que o homem tinha total controle sobre as mulheres, a quem ele chamava de "camaradas".
Ele dizia que "era Deus, que dominava o mundo, era imortal e era nosso líder e que nós só tínhamos que obedecê-lo".
Camarada Bala dizia ter uma máquina "toda-poderosa" à sua disposição, que ele chamava de "Jackie", um acrônimo para Jeová, Alá, Cristo e Krishna. "Jackie" era supostamente um satélite invisível construído por chineses.
Image caption Balakrishnan criou uma seita e mantinha mulheres em cativeiro
Balakrishnan alegava que com, a ajuda de "Jackie", ele poderia controlar o mundo de dentro do apartamento. Ele dizia ser responsável por todos os acontecimentos mundiais, inclusive guerras e desastres naturais.
Um dia, em 1995, um entregador de pizza tocou a campainha do apartamento por engano. "Bala disse que era o Estado fascista britânico tentando provocá-lo trazendo uma pizza que ele não havia pedido e tocando sua campainha para atrapalhar seu trabalho político", diz Katy.
Mais tarde naquele dia, houve um enorme terremoto no Japão. "Então, no mesmo dia em que o Estado fascista bateu à porta de Deus, à porta de Bala, houve um grande terremoto em Kobe para punir o Estado fascista", ela conta. Em japonês, Kobe significa "a porta de Deus".
Balakrishnan dizia às seguidoras que era apenas uma questão de tempo até ele se tornar o "governador do mundo", conta Katy.
Ao longo de sua vida, Katy ouvia que ela entraria em combustão espontânea se tentasse sair do apartamento - "Jackie" saberia disso e faria chamas a consumirem.

Dia-a-dia

A rotina era difícil. As "camaradas" precisavam acordar cedo para fazer o trabalho da casa, cozinhar e servir Balakrishnan.
Elas competiam para agradá-lo. Era considerado uma honra ter autorização para ligar o chuveiro para seu banho ou desligá-lo depois que tivesse terminado.
No início, quando o grupo era maior, algumas eram mandadas para trabalhar fora e ganhar dinheiro para o coletivo. Balakrishnan e sua mulher, a tanzaniana Chandra, jamais tiveram empregos.
Aquelas que não saíam para trabalhar permaneciam no apartamento, onde tinham de acompanhar as leituras matinais de Balakrishnan, de pé, por três ou quatro horas. Quem se sentasse era punida.
A base do sistema criado por Balakrishnan eram princípios e ensinamentos de Karl Marx, Lenin e Mao Tse Tung. O grupo queria trazer ao mundo a revolução comunista e acreditava estar construindo o "novo mundo". Eles operavam em segredo e se escondiam do "Estado britânico fascista".
Mas por que as mulheres ficaram com Balakrishnan por tanto tempo?
O grupo começou como uma organização política de esquerda, mas evoluiu conforme Balakrishnan foi desenvolvendo ideias pseudo-religiosas. "Com o tempo, nós passamos por uma lavagem cerebral", diz Aisha.
"Nossos cérebros foram infectados. Apagamos todas as ideias que tínhamos. Quando se quer construir um novo mundo, você não pode trazer o velho junto, então, esquecemos tudo o que pensávamos até ali e passamos a preencher o cérebro com novas ideias."
Aisha e Katy dizem que apanhar era algo frequente no coletivo e que, se houvesse qualquer desobediência, a violência aumentava. No entanto, Josie defende Balakrishnan e nega que ele tenha usado de força.

Prem Maopinduzi

Katy nasceu em 1983. Sua mãe, Sian Davies, se juntou ao coletivo voluntariamente e passou a ter relações sexuais com Balakrishnan no início da década de 1980.
Sian ficou grávida, e sua filha ganhou o nome de Prem Maopinduzi. Prem significa "amor" em hindu e Maopinduzi era aparentemente uma combinação de Mao com a palavra em suaíli para revolução, mapinduzi.
Image caption Sian teve uma filha com Bala e a batizou de Prem Maopinduzi
"Significava 'Revolução do Amor', e eu odiava isso… Ele achava que, enquanto ele dominava o mundo, eu poderia ser como um soldado ou porta-voz", conta Katy, que começou na adolescência a referir-se à si mesma como Rosie.
As representantes do coletivo não sabiam quem o pai dela era e foram levadas a acreditar que Sian havia engravidado de "Jackie". Naquela época, Balakrishnan já falava sobre o Projeto Prem.
Projeto Prem foi uma experiência realizada com crianças com o objetivo de eliminar a família nuclear - um piloto sobre uma nova forma de organização social que seria implementado mundialmente uma vez que Balakrishnan assumisse o comando do mundo.
A camarada Prem, como Katy era conhecida, se vestia com roupas sem identificação de gênero. Nunca foi à escola, nunca conheceu nenhuma outra criança e raramente saiu de casa.
Ela não sabia quem eram seus pais. E o grupo não tinha permissão de demonstrar afeição por ela.

Início

Balakrishnan passou a infância na Ásia. Ele nasceu na Índia em 1940 e mudou-se para Cingapura com sua família quando aos 8 anos.
Em 1963, viajou para o Reino Unido com uma bolsa do Consulado Britânico para estudar na London School of Economics. Como estudante, foi se envolvendo com a esquerda na política e, em determinado momento, abandonou os estudos.
Em 1974, criou o Instituto dos Trabalhadores do Pensamento Marxista-Leninista-Mao Tsetung, que descreveu como um "Partido Revolucionário Mundial iniciado pelos chineses".
Seu slogan era "o presidente da China é nosso presidente, o trajeto da China é nosso trajeto".
Image caption Exemplar do jornal do grupo criado por Bala
Em 1976, o Instituto dos Trabalhadores se mudou para instalações na rua Acre Lane, em Brixton. Além da esposa de Balakrishnan e a irmã dela, o grupo consistia principalmente de estudantes de Cingapura e da Malásia que se sentiam divididas quanto ao passado colonial e imperialista da Grã-Bretanha.
Aisha Wahab tinha se mudado para o Reino Unido com 24 anos para estudar levantamento estatístico. Ela se juntou ao grupo logo no início.
"Fiquei muito inspirada e atraída por ele. Pensei que era ótimo tê-lo ali para esclarecer nossos pensamentos sobre o que fazer com a vida", conta.
Outras integrantes do grupo eram Josie Herivel, uma violonista jovem e brilhante que estudava no Royal College of Music, e Sian, estudante de pós-graduação da London School of Economics que usava o dinheiro enviado pela sua família para pagar o aluguel das instalações.
Não demorou até que as atividades políticas do Instituto dos Trabalhadores atraíssem a atenção da polícia. Em março de 1978, o local foi revirado em uma busca por drogas.
Apesar de não ter sido achado nada ilícito, nove membros do grupo - incluindo Balakrishnan - foram presos por terem atacado policiais durante a operação.
No julgamento, eles se recusaram a reconhecer a autoridade do tribunal e, quando foram chamados, gritaram: "Viva o presidente Mao! Viva o Partido Comunista da China! Morte ao Estado Fascista britânico! Vitória para a revolução mundial!".
Depois de um período breve de encarceramento, Balakrishnan decidiu que, para escapar da atenção do "Estado fascista britânico", o grupo deveria viver escondido.
Então, daí em diante, passaram a operar em segredo, mudando frequentemente de casa. Em 1980, haviam restado somente sete seguidores - todas mulheres.
Conforme elas foram parando de sair para trabalhar, o grupo passou a sobreviver somente com a pensão recebida do governo pela irmã de Chandra, que tinha uma deficiência.
Balakrishnan exerceu controle sobre o grupo por muitos anos. Além de ameaças e violência física, usava o passado de cada uma para manter seu domínio.
O pai de Sian havia se matado quando ela era uma adolescente, e Balakrishnan dizia repetidamente que a culpa era dela. Em 1996, a saúde mental de Sian ficou frágil, e, na noite de Natal, ela caiu da janela do banheiro do segundo andar de uma casa em Brixton em uma aparente tentativa de suicídio.
Image caption Aisha Wahabé uma das mulheres mantida em cativeiro por Bala
Sian foi levada para o hospital, onde ficou em coma. Balakrishnan insistia que os familiares dela não deveriam ser avisados sobre o que aconteceu. Então, Josie disse a eles pelo telefone que Sian estava viajando pela Índia. Depois de ficar em coma por sete meses, Sian morreu.
Ela não foi a única a falecer durante a existência do coletivo. Em 2004, Oh Kar Eng, uma enfermeira da Malásia que tinha acompanhado Balakrishnan desde os anos 1970, bateu a cabeça no gabinete da cozinha e teve um AVC. Ela morreu no dia seguinte.
Essas duas mortes reforçavam para as mulheres a ideia de que Balakrishnan tinha o poder sobre a vida e a morte.
"AB dizia que ele ajudava as pessoas a viver e que as pessoas que morriam não haviam compreendido o suficiente seus ensinamentos. Isso era algo que me aterrorizava", conta Aisha. "Eu pensei: ok, da próxima vez, serei eu. Não quero morrer".
Em 2005, a situação de Katy fez com que ela entrasse em depressão profunda. Observando a vida por uma janela, ela começou a duvidar do poder de Balakrishnan sobre o mundo.
Quando completou 22 anos sem nunca ter saído dali sozinha - e apesar de acreditar que ela poderia ser morta por "Jackie" - Katy tentou escapar, mas, sem experiência de vida alguma, não conseguiu explicar sua situação para um policial. Disse apenas que "havia fugido de casa".
O policial a convenceu a dar o telefone de Balakrishnan, que foi buscá-la. Ele garantiu que estava tudo bem e levou Katy de volta para o apartamento, onde disse que ela havia sido ingrata. Katy ficou em cativeiro por mais oito anos.
Image caption A casa na Shakespeare Road que foi a sede do coletivo por anos

Nova vida

Durante o verão de 2013, Katy perdeu muito peso e ficou tão mal que Josie teve medo de ela não sobreviver. Ir ao médico não era uma opção, então, as duas mulheres bolaram num plano.
Elas contataram Gerard Stocks e Yvone Hall, da Palm Cove Society, uma instituição beneficente que ajuda vítimas de trabalho escravo, tráfico humano, casamento forçado e violência doméstica. Junto com a polícia, eles conseguiram coordenar o resgate.
Katy estava determinada a ir embora e não voltar mais. "Eu não poderia mais aguentar viver como um animal, ser tratada com tanto desrespeito e não como uma pessoa."
Naquele mesmo dia, Yvonne e Gerard levaram Katy, Josie e Aisha para a cidade de Leeds, na região central da Inglaterra, e ofereceram a elas um lugar pra ficar. Katy foi levada ao hospital para receber tratamento para diabetes.
Rapidamente, ficou claro que Katy não tinha muita experiência de vida. Ela ficou extasiada com a grandeza de tudo o que via, porque havia permanecido "confinada" por muito tempo, explica Yvonne.
Ela não conseguia atravessar a rua, nunca tinha tocado em dinheiro e era incapaz fazer qualquer contato visual com outras pessoas.
Image caption Katy alguns dias depois da fuga do apartamento
Depois de algum tempo, Josie e Aisha foram morar em outro apartamento, mas Katy ainda precisava de cuidados especiais, então, ela viveu com Yvonne e Gerard por mais de um ano, enquanto eles a ajudavam a desenvolver as habilidades de que precisaria para viver independentemente.
Balakrishnan foi levado a julgamento e acusado de cometer crimes sexuais, além de manter a filha em cativeiro. Durante a investigação, descobriu-se que ele havia estuprado duas mulheres por muitos anos.
Image caption Josie ainda faz campanha pela libertação de AB
Em janeiro de 2016, Balakrishnan foi condenado a 23 anos de prisão por estupro, assédio sexual, crueldade infantil e cárcere privado de sua filha.
Chandra e Josie divulgaram uma nota para a imprensa declarando sua inocência e dizendo que ele havia sido vítima do "Estado fascista britânico".
Apesar de ter saído voluntariamente do coletivo, Josie continuou a seguir seus ensinamentos e, agora, dedica seu tempo a tentar limpar o nome de Balakrishnan.
Image caption Da esquerda para a direita: Aisha, Katy, Yvonne Hall e Josie
Aisha tem 72 anos e vive em Leeds. Ela alega que não sabia de nenhum abuso sexual no coletivo. Apesar de se arrepender do jeito que Katy era tratada, ainda acredita na importância de campanhas para fazer do mundo um lugar melhor.
Por sua vez, Katy passou a usar o sobrenome Morgan-Davies, que é formado por dois sobrenomes da família de sua mãe.
Ela está se esforçando ao máximo para deixar o doutrinamento para trás e faz progressos notáveis. Está estudando Inglês e Matemática na faculdade e vive em um apartamento próprio.
Image caption Katy na casa de Gerard e Yvone enquanto se recuperava
Testes de DNA confirmaram que Balakrishnan é seu pai. De alguma forma, ela conseguiu perdoá-lo
"Eu o odiava, mas agora não mais. Nelson Mandela disse que você ainda está na prisão se você segurar a sua raiva, ódio e amargura, então, não há lugar para isso em minha vida. Gostaria de me reconciliar com ele no futuro, se ele quiser."

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O MAIOR ESTUPRO EM MASSA DA HISTÓRIA


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O MAIOR ESTUPRO EM MASSA DA HISTÓRIA

Aos 80 anos, Gabriele Köpp tem problemas com sono, por vezes, simplesmente não consegue comer. Aos 15 anos, ela foi repetidamente violada por soldados soviéticos, sendo virgem e não tendo nenhum conhecimento prévio sobre o sexo.

A revista "Spiegel" escreve que não existem os dados exatos sobre a quantidade de mulheres alemãs violadas pelo exército soviético, o número que aparece em várias publicações aponta para dois milhões de mulheres. Segundo a investigação do Dr. Philipp Kuwert, o especialista de traumas e o chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicoterapia do Hospital universitário de Greifswald, a idade média das vítimas de violações soviéticas era de 17 anos e cada mulher foi violada em média 12 vezes. Quase metade das vítimas possui os sintomas pós – traumáticos, incluindo os pesadelos, tendências de suicídio, anestesia emocional. Cerca de 81% destas mulheres adquiriram o efeito negativo direto sobre a sexualidade.

A historiadora Birgit Beck-Heppner escreve que os soldados soviéticos usavam as violações para intimidar as populações alemãs, mostrando que o seu governo e exército já não lhes conseguiam garantir a segurança. Por isso, muitas destas violações eram executados em público.

Em 1945, os soviéticos foram os primeiros a chegar em Berlim. Mesmo após a rendição dos nazistas, o sofrimento do povo alemão parecia não ter fim. Os soldados do Exército Vermelho invadem casas, arrancam mães e filhas de suas famílias e as estupram em praça pública, algumas foram estupradas várias vezes por grupos de até 10 soldados. Mais de 2 milhões de mulheres alemãs foram estupradas só em 1945, desde crianças de 8 anos à idosas de 80. O livro “Anônima, Uma Mulher em Berlim”, é um relato perturbador sobre os abusos sexuais sofridos pelas mulheres da Alemanha em 1945.

A “doença russa”

Gabriele Köpp lembra na conversa com o jornalista de "Spiegel" que a sua menstruação parou por completo durante os 7 anos. Naquela época era um sintoma bastante comum entre as alemãs e era chamado pelos ginecologistas de “doença russa”.

Quando Gabriele Köpp é perguntada se conheceu o amor, se teve alguma vez relações sexuais, ela responde: “Não, não tive nada disso. Para mim existia apenas uma coisa – a violência”.

SAIBA MAIS:

Mulher alemã escreve livro inédito sobre estupros que sofreu na Segunda Guerra Mundial: http://goo.gl/EriEjF

Exército Vermelho violava até as mulheres russas, libertadas dos campos de concentração: http://goo.gl/dd07B9

2 Milhões de Mulheres Alemãs foram estupradas pelos Russos: http://goo.gl/l5ydGR


FONTE : https://www.facebook.com/oidiota.util/photos/a.451684171570498.98000.451660611572854/1023286687743574/?type=3&theater

sábado, 18 de fevereiro de 2017

A Escola Austríaca e a refutação cabal do socialismo

A Escola Austríaca e a refutação cabal do socialismo
Introdução
O fracasso do socialismo como princípio de ordenamento social é hoje evidente para qualquer pessoa sensata e informada — o que exclui, é claro, os socialistas. Estes, porém, insistem que o malogro coletivista foi um mero acidente histórico, que a teoria é fundamentalmente correta e que pode funcionar no futuro, se presentes as condições apropriadas. Tentarei demonstrar nesse texto, recorrendo na medida das minhas limitações aos ensinamentos da escola austríaca de economia, que absolutamente não é esse o caso, que a teoria econômica (para não falar dos fundamentos filosóficos, éticos, sociológicos e políticos!) do socialismo é insustentável em seus próprios termos, e que ipso facto os resultados calamitosos constatados pela experiência histórica são, e sempre serão, uma consequência inevitável de uma ordem (rectius: desordem!) socialista. Não é preciso enfatizar a importância de se ter plena consciência da natureza perniciosa dessa corrente política e de suas funestas implicações, uma vez que em nosso país um poderoso movimento totalitário está muito próximo de tomar o poder.
O erro dos clássicos
O núcleo do pensamento econômico socialista está na concepção do valor como decorrente do volume de trabalho necessário para a produção das mercadorias, e isso não só em Marx como também em outros teóricos como Rodbertus, Proudhon etc. Essa teoria do valor constitui a premissa elementar da qual a mais-valia e a exploração são deduzidas.
Marx, como se sabe, não inventou a teoria do valor-trabalho. Ela foi exposta bem antes por Adam Smith e David Ricardo e, dada a autoridade desses mestres, ganhou foros de ortodoxia. É difícil entender como esses dois pensadores notáveis, cujas descobertas foram realmente magníficas, puderam fracassar tão cabalmente justamente na questão crucial do valor. Talvez por causa dos avanços das ciências naturais, que estavam revelando propriedades antes insuspeitadas nas coisas, eles imaginaram que era mais "científico" considerar o valor também como um atributo da coisa.
Vários pensadores antes de Smith já tinham tido o insight correto: o valor das coisas depende da avaliação subjetiva de sua utilidade. O valor está na mente dos homens. Hoje se sabe que os filósofos escolásticos e os primeiros economistas franceses, Cantillon e Turgot, haviam concebido uma teoria econômica superior em muitos pontos a dos clássicos britânicos, sobretudo quanto ao valor. Smith e Ricardo, porém, puseram a economia na pista errada com uma teoria do valor falaciosa e, nesse aspecto, causaram um grave retrocesso no pensamento econômico.
Mas não por muito tempo. Enquanto Marx e outros pensadores socialistas faziam da teoria objetiva do valor a pedra fundamental de sua doutrina, diversos estudiosos já haviam constatado o desacerto dessa teoria e, independentemente, buscavam alternativas. Em todo caso, não seria exagero afirmar que Marx foi um economista clássico ortodoxo e que seus mestres, Ricardo em especial, podem ser considerados os fundadores honorários involuntários do socialismo "científico". Por ironia, o "revolucionário" Marx foi um conservador extremado em teoria econômica, enquanto que os economistas "burgueses" austríacos empreenderam uma verdadeira revolução nesse campo científico.
A redescoberta da subjetividade do valor
Vários economistas, entre eles o austríaco Carl Menger, chegaram basicamente à mesma conclusão que seus esquecidos antecessores pré-clássicos: o valor é subjetivo. A teoria subjetiva do valor — ou teoria da utilidade marginal — resolve o problema satisfatoriamente, sem deixar lacunas. O valor nada tem a ver com a quantidade de trabalho empregada na produção da coisa, mas depende de sua utilidade para a satisfação de um propósito de uma determinada pessoa. A utilidade decresce à medida que mais unidades de um dado bem são adquiridas, posto que a primeira unidade é empregada na função mais urgente segundo a escala de valores de cada um, a segunda unidade exerce a função imediatamente menos urgente etc.
Para um sujeito que já tem uma televisão, por exemplo, ter outra já não tem a mesma urgência — dito de outra forma, as TVs são idênticas, exigiram a mesma quantidade de trabalho na sua produção, mas não têm o mesmo valor. Cada indivíduo tem uma escala de valores diferente, e o que é valioso para um pode não valer nada para outro. Até para o mesmo indivíduo a utilidade — e daí o valor — de um determinado bem varia no tempo.
Isto posto, é fácil verificar que os preços refletem a interação entre ofertantes e demandantes, cada um com sua respectiva escala de valores. Compradores e vendedores potenciais expressam suas preferências no mercado, condicionadas por suas valorações pessoais e intransferíveis, e dessa interação surge uma razão de troca, um preço, que vai variando para igualar oferta e procura ao longo do tempo, de modo que em um determinado instante todos os que valoram o que querem adquirir (no caso a TV) mais do que o que se propõem a dar em troca (no caso um preço monetário x) conseguem comprar o produto.
O fabricante de TVs, segundo Marx, primeiro fabrica o produto e da quantidade de trabalho por unidade sai o valor e, consequentemente o preço. Isso é precisamente o inverso do processo real. Na verdade, o fabricante inicialmente faz uma estimativa de um certo preço que ele espera que atraia compradores e esgote o estoque — compradores que valorem mais a TV do que o dinheiro correspondente ao preço. Em seguida, ele calcula o custo de produção aos preços correntes e, se for suficientemente inferior à receita final prevista, aí sim ele contrata e combina os fatores de produção para obter o produto. Não é pois o trabalho ou de modo geral o custo de produção que determina o valor e o preço. É justamente o contrário: o preço projetado determina o custo de produção.
O emaranhado de falácias marxistas
Visando definir o valor com mais rigor do que Ricardo e levar a teoria às suas últimas consequências lógicas, Marx acaba demonstrando involuntariamente a invalidade das proposições pertinentes. Como seus antecessores, Marx distingue entre valor de uso e valor de troca. Para ele, as trocas só ocorrem quando coincide a quantidade de trabalho empregada no que se dá e no que se recebe. Só há troca, pois, nos termos marxistas, quando há coincidência de valor, que por sua vez é função do volume de trabalho despendido. Ocorre que essa linha de raciocínio logo esbarra em um obstáculo insuperável: o trabalho é heterogêneo. Na ausência de homegeneidade, não há como tomar o trabalho como unidade de conta e medida de valor. Marx tenta superar o problema com os conceitos de trabalho "simples" e trabalho "complexo", fixando uma proporção entre eles, mas falha totalmente. Como os preços flutuam, Marx decreta que essas variações são ilusórias; o real é um certo "preço médio" que equivale ao valor, que equivale ao volume de trabalho despendido na produção do bem.
Ao procurar fugir da rede de falácias que vai tecendo, Marx incorre em uma óbvia petição de princípio que até hoje engana os ingênuos: a medida do valor seria a quantidade de trabalho "socialmente necessário" para a produção de determinada mercadoria. Ora, só podemos saber o que é "socialmente necessário" investigando o que leva os indivíduos que compõem uma sociedade a valorar uma coisa o suficiente para que sua fabricação seja "socialmente necessária". Por que são produzidos mais CDs de axé do que de música clássica? Por que o pagode é mais "socialmente necessário" do que a música erudita? Porque há muito mais gente que gosta de pagode do que os que preferem música erudita.
Fica claro que o que foi dado como provado, que o valor depende da quantidade de trabalho "socialmente necessário", é precisamente o que se necessita provar. O que é "socialmente necessário"? É aquilo que os indivíduos desejam. Sendo assim, é evidente que temos que procurar o valor das coisas nas preferências individuais, não no custo de produção. Ademais, o trabalho não é o único fator de produção. Marx evidentemente sabe que o trabalho sem o fator terra — os recursos naturais — é inútil e vice-versa. Ele assevera que só o trabalho humano cria valor, pois a natureza é passiva.
Mas se o trabalho isolado é incapaz de criar valor, o que nos impede de afirmar que o valor depende da quantidade de recursos naturais "socialmente necessários" à produção disso ou daquilo? E, como toda produção demanda tempo, por que não pode ser o valor definido como a quantidade de tempo "socialmente necessário" para a fabricação de uma mercadoria? Nessa ordem de idéias, mais lógico seria conceber o valor como função da quantidade de trabalho, terra, tempo e capital "socialmente necessários" para a produção de um bem. No fim das contas, é isso mesmo que Marx faz no vol. III de O Capital, relacionando o valor ao custo de produção, contradizendo sua própria concepção do valor-trabalho exposta no vol. I.
Para a teoria subjetiva, todavia, não há mistério e não há exceções: o "valor de troca" não é função do trabalho ou do custo de produção, e jamais pressupõe igualdade de valor. Se eu dou tanto valor ao que me proponho a trocar quanto ao que me é oferecido, simplesmente não troco. Só há troca quando os valores são diferentes, quando cada parte quer mais o que recebe do que o que dá. O contrato de trabalho não foge à regra. Cada contratante valora mais o que recebe do que o que dá, logo não há exploração. De fato, provando-se a falsidade da teoria do valor-trabalho, invalida-se inexoravelmente a exploração e a mais valia, e todo o edifício teórico deduzido dessa teoria desaba como um prédio de Sergio Naya.
Ademais, baseando-se na "lei de ferro dos salários", segundo a qual sempre que a remuneração do trabalho subisse acima do nível de subsistência os "proletários" aumentariam a sua prole, trazendo os salários de volta para o nível de subsistência original, Marx assegurou que o capitalismo engendrava a miserabilização crescente do proletariado. Trata-se de uma tese contraditória em seus próprios termos, vez que se a tendência fosse a de que a remuneração do trabalho permanecesse estagnada num patamar de miséria não haveria uma miserabilização "crescente", e sim uma "miserabilidade constante".
Na verdade, o padrão de vida dos trabalhadores não cessou de aumentar nos países capitalistas avançados, o que é o resultado natural da liberdade individual de maximizar a utilidade — o valor — nas trocas livres, voluntárias e mutuamente benéficas travadas no que se chama economia de mercado. A consequente acumulação de capital investido per capita em grau maior do que o aumento demográfico da força de trabalho torna o trabalho cada vez mais escasso em relação ao capital — e os salários reais cada vez mais altos.
Marx, como é comum entre os intelectuais, odiava a divisão do trabalho. Mas foi o aprofundamento da divisão do trabalho que permitiu o aumento da produtividade do trabalho e o consequente aumento do poder aquisitivo real dos salários. O "alienado" operário que aperta parafusos na linha de montagem é recompensado pelo fato de que a produtividade do seu trabalho é tal que lhe permite adquirir produtos antes sequer existentes e ter um padrão de vida muito superior ao artesão autônomo do passado que controlava todo o processo de produção.
Marx acreditava que a livre concorrência levaria a uma superconcentração do capital. Na verdade, a concorrência força sem parar a redução de custos e preços, resultando em uma melhor utilização de recursos escassos e os liberando para emprego em novas linhas de produção. Marx não distinguiu o capitalista do empreendedor. Na realidade, capitalista é todo aquele que consome menos do que produz — que poupa. Hoje, nos países civilizados, os trabalhadores são capitalistas e suas poupanças reunidas em grandes fundos de pensão e investimentos capitalizam empresas no mundo todo. O empreendedor é todo aquele que vislumbra um desequilíbrio entre a valoração corrente de custos e preços futuros de um produto qualquer, e enxerga nele uma oportunidade de oferecer aos consumidores coisas que eles valoram mais do que o seu custo de produção. A figura do empreendedor é insubstituível — o estado não pode exercer esse papel. Isso os comunistas (e não apenas os comunistas!) puderam verificar na prática, para sua tristeza.
No sistema de Marx, como vimos, as trocas pressupõem igualdade de valor entre os bens negociados. Acontece que, como demonstrado acima, as trocas pressupõem precisamente o contrário: desigualdade de valor. Ou não há troca alguma. Assim, se a realidade se comportasse como na teoria de Marx, não haveria trocas. Na realidade, ninguém trabalharia sequer para si mesmo, posto que tal atividade envolve uma substituição de um estado atual considerado pelo agente como insatisfatório por um estado futuro reputado como mais satisfatório. Quer dizer, até o trabalho autônomo envolve uma troca e valores desiguais. O mundo de Marx seria povoado por seres autárquicos, autísticos e estáticos. Um mundo morto. Não admira que os regimes socialistas sofram invariavelmente de uma tendência para a completa estagnação e paralisia da atividade econômica.
A lei da preferência temporal
Outra descoberta fundamental, feita por um discípulo de Carl Menger chamado Eugen von Bohm-Bawerk, relaciona-se com a influência do tempo no processo produtivo. Ele percebeu uma categoria universal da ação humana: as pessoas dão mais valor a um bem no presente do que o mesmo bem no futuro, posto que o tempo é escasso, e logo é um bem econômico. Os indivíduos ao agirem elegem determinados fins e quanto mais cedo puderem alcançá-los, melhor.
Partindo desse axioma, ele obteve a explicação definitiva do fenômeno do juro, e mais, que o juro nas operações de crédito financeiras é um caso especial de um fenômeno geral. A produção demanda tempo; do início da produção até a venda do produto há uma demora, sem falar no risco de o produto não ser vendido. Ocorre que ninguém quer esperar até que a venda ocorra para receber sua parte no total — isso se a venda realmente acontecer, e o preço for recompensador. Os proprietários dos fatores de produção — os trabalhadores, os proprietários do espaço alugado, os fornecedores de insumos, os donos dos bens de capital — querem receber logo sua parte sem partilhar dos riscos. Dito de outra forma, eles preferem bens presentes a bens futuros. Mas os bens presentes sofrem um desconto. Daí receberem menos agora do que receberiam no futuro. Ficam livres do risco, que é assumido pelo empreendedor e pelos poupadores que lhe outorgaram seus recursos.
A parcela que um determinado trabalhador agrega ao produto final — o valor do produto marginal, como dizem os economistas — pode ou não ser remunerado integralmente. Há frequentemente casos em que o trabalhador recebe mais do que produziu, quando o preço não cobre os custos, o que não tem explicação pela teoria marxista. O capitalista paga a mais-valia ao proletário! O que é certo é que na economia de mercado há forças operando incessantemente para igualar o salário ao valor do produto marginal. Tanto o lucro quanto o prejuízo são sinais de desequilíbrio. Os prejuízos significam que os compradores não valoram um determinado bem mais do que o dispêndio mínimo corrente para produzi-lo. Os trabalhadores estão recebendo mais do que o seu trabalho produz. O empresário tem que reduzir custos para reduzir o preço do seu produto, ou quebra.
O lucro significa que os consumidores valoram um dado bem a um dado preço mais do que o custo de produzi-lo. Os trabalhadores estão recebendo menos do que o valor do produto marginal. Isso quer dizer que os compradores querem mais desse produto. O retorno alto atrai a concorrência, o que aumenta a demanda por fatores de produção — trabalho incluso — e faz cair o preço pelo aumento da oferta do produto. A taxa de lucro baixa e os salários tendem a igualar o valor do produto marginal, descontada a taxa social de preferência temporal — o juro.
Marx nunca compreendeu — ou não quis compreender — que o empreendedor é um preposto dos consumidores e que são estes quem determinam indiretamente o nível de remuneração dos fatores de produção — salários inclusos. A tarefa dos empreendedores é satisfazer os caprichos dos consumidores. Nessa função ele deve assumir riscos pois o futuro é sempre incerto. Nota-se, pois, o absurdo da condenação da produção "para o lucro" pelos marxistas vulgares e sua veneração pela produção "para o uso". Sucede que toda produção sempre tem por fim o consumo, i.e., o uso. A produção não é um fim em si mesmo, e sim um meio para se alcançar um fim: o consumo. O lucro e as perdas monetários são sinais fundamentais que orientam os empresários a organizar eficientemente a produção de modo a satisfazer os usos mais urgentemente desejados pelos usuários (pressupondo-se a ausência de privilégios concedidos pelo governo aos produtores em detrimento dos consumidores, tais como tarifas, monopólios, subsídios, licenças etc).
A lei da preferência temporal exerce um papel determinante no processo produtivo. Se todos os proprietários de fatores (os empregados donos de sua força de trabalho, os fornecedores de insumos, o proprietário do espaço onde a fábrica ou loja se situa, os capitalistas) decidissem partilhar do risco e aguardar até a efetiva venda do produto final total para então dividirem pro rata a receita total, todos eles seriam empreendedores. Como, porém, o ser humano prefere o mesmo bem agora ao futuro (que é sempre incerto), surge a necessidade social de que um indivíduo, ou grupo de indivíduos reunidos (empresa), exerça essa função empreendedorial, que é absolutamente indispensável para o progresso da sociedade.
O empreendedor, assim, paga agora aos proprietários de fatores com bens presentes em troca de receber os mesmos bens (dinheiro) no futuro, correndo o risco de não receber. Esse desconto dos bens presentes em termos de bens futuros, como já assinalado, é o que se chama de juro.
A impossibilidade do cálculo econômico no socialismo
Tendo demonstrado satisfatoriamente que a crítica marxista ao capitalismo é inteiramente equivocada, resta empreender por nosso turno a crítica ao sistema socialista, conforme idealizado por Marx, seus sucessores e outras correntes socialistas. Esse sistema exige a propriedade pública dos meios de produção — terra, trabalho e capital — e o consequente planejamento central de todas as atividades econômicas.
A primeira objeção que vem à mente é a questão dos incentivos: quem planeja e quem obedece às ordens do planejador ou planejadores? Quem determina o padrão de remuneração dos serviços e que padrão é esse? Numa sociedade que se presume igualitária, a remuneração deve ser igual para todos os tipos de trabalho? Nesse caso, o neurocirurgião terá o mesmo incentivo para exercer suas funções que o lixeiro? Segundo os marxistas, cada um contribui para a coletividade segundo as suas possibilidades e recebe de um fundo comum segundo suas necessidades. Já é possível até aqui imaginar a complexidade do problema.
Pois um discípulo de Bohm-Bawerk, Ludwig von Mises, foi mais além, atingindo a raiz do problema do socialismo, que é ainda mais profunda do que a complicação dos incentivos permite vislumbrar. Mises descobriu que a atividade econômica em uma economia complexa depende de um cálculo prévio que leve em conta os preços monetários dos fatores de produção. Impossível esse cálculo, impossível a atividade econômica.
Ocorre que, em uma sociedade socialista pura, todos os fatores de produção pertencem a um único dono: o estado. Sem propriedade privada, os fatores de produção não são trocados e, logo, não têm preço. A escassez relativa dos fatores de produção e seus usos alternativos fica oculta e o planejador central inexoravelmente é levado a agir às cegas. Mises admitiu, para argumentar, que a questão dos incentivos não apresentasse nenhum obstáculo, que todos se empenhassem diligentemente em suas tarefas. Ou seja, postula-se que a natureza humana seja aquela que os teóricos socialistas quiserem que ela seja, não o que ela de fato é. Mesmo assim, na ausência de preços para os fatores de produção, o cálculo econômico é impossível e a atividade econômica se torna caótica, vez que não se pode discernir entre os vários tipos de combinação de fatores aquele que é o mais econômico.
Dado um determinado estado de conhecimento tecnológico, sempre existem inúmeras maneiras de se empreender um projeto econômico qualquer, digamos uma siderúrgica, mas somente se a escassez relativa dos fatores de produção for expressa em preços monetários será possível escolher dentre as soluções técnicas possíveis aquela que é mais econômica, ou seja, a que representa os menores custos em relação ao preço futuro do produto final, e só assim será possível avaliar ex ante se o projeto sequer é economicamente viável no momento.
Como nada disso é a priori possível em uma sociedade socialista, todos os empreendimentos tocados pelo estado não passam de um gigantesco desperdício de recursos que mais cedo ou mais tarde leva ao colapso econômico. A experiência comunista comprovou tudo isso, muito embora não tenha nunca existido uma sociedade socialista realmente pura. A URSS podia usar o sistema de preços do mundo capitalista como referência e copiar seus métodos de produção, e um florescente e gigantesco mercado negro supria até certo ponto as monumentais falhas do planejamento estatal. Mesmo assim, a economia soviética sempre foi um caos. Funcionou por algum tempo graças ao uso sistemático do terror como "incentivo". Mas o terror não pode durar para sempre. Quando arrefeceu, foi-se o incentivo e a economia comunista anquilosou rapidamente e morreu.
A natureza dispersa do conhecimento
A crítica de Mises publicada em 1920 causou consternação na intelligentsia socialista. Ao menos o desafio foi levado a sério e muitas respostas foram aventadas. Nos anos 1930, alguns economistas socialistas (Oskar Lange, Abba Lerner) formularam a teoria do "socialismo de mercado", baseada nas idéias do economista do século XIX Léon Walras, que concebeu um método de equações matemáticas capazes de permitir a compreensão do estado geral de equilíbrio de uma economia. Tudo o que se fazia necessário, pois, era outorgar certa autonomia aos gerentes das unidades produtivas de modo que igualassem o preço do produto ao custo marginal para que o comunismo funcionasse tão bem como o capitalismo.
Muitos economistas liberais eminentes, como Joseph Schumpeter e Frank Knight, aceitaram a validade dessa solução e se convenceram de que não havia obstáculos econômicos ao socialismo. Ainda outro economista austríaco, contudo, Friedrich Hayek, discípulo de Mises, desenvolveu certos aspectos implícitos na análise de seu mestre para refutar a "solução" socialista. O esquema walrasiano padece de um defeito fatal: é estático. O conhecimento técnico, os recursos e as informações são considerados dados no sistema. Hayek argumentou que o conhecimento é disperso na sociedade e a sua utilização racional é levada a efeito por cada indivíduo traçando seus próprios planos segundo circunstâncias personalíssimas e intransferíveis. O mercado coordena esses planos espontaneamente, sobretudo por intermédio do sistema de preços, de forma muito mais racional e útil do que um planejamento central poderia esperar fazer. O planejamento central implica a supressão dos planos individuais. Os indivíduos tornam-se instrumentos do planejador central, mas esse não pode ter jamais a esperança de coordenar a produção racionalmente. O estado de equilíbrio é uma quimera que não tem lugar no mundo real, dinâmico por natureza, e o conhecimento, as oportunidades e a informação nunca estão "dados". Ao contrário, estão sendo incessantemente criados e ampliados através das iniciativa individuais e suas interações.
Mesmo assim, Mises e Hayek foram tidos como refutados e relegados ao ostracismo pela comunidade dos economistas. Mises morreu esquecido em 1973, mas Hayek viveu o suficiente para rir por último quando o comunismo soçobrou e todas as análises de ambos se revelaram certas. Ele morreu em 1992, após testemunhar a queda do Muro de Berlim e o colapso soviético.
Conclusão
Provar que na economia de mercado não existe mais-valia nem exploração, todavia, não é o mesmo que dizer que a exploração não existe. Existe. Ela ocorre quando somos forçados a dar alguma coisa em troca de nada, como no caso dos tributos recolhidos pelo estado. O estado é a máquina perfeita de exploração. E o marxismo, por conferir um poder absoluto ao estado, é o veículo insuperável da exploração sistematizada.
A doutrina socialista por ser intrinsecamente falsa leva inevitavelmente a uma perversão e inversão do sentido das palavras, como notou Orwell — por ironia ele mesmo um socialista convicto. Liberdade é escravidão e escravidão é liberdade; democracia é ditadura e ditadura é democracia; cooperação voluntária é coerção e coerção é cooperação voluntária. O estado socialista é dono de tudo, o que traduz a triste realidade de que os que comandam o governo são os senhores implacáveis, os proprietários absolutos dos comandados. Socialismo é mais do que uma restauração da escravidão; é seu aperfeiçoamento e culminância.
Vale lembrar ainda que a análise acima vale para qualquer espécie de socialismo, seja o comunismo (socialismo de classe), nazismo (socialismo de raça) ou fascismo (socialismo de nação).
Tudo o que foi exposto aqui é conhecido há décadas. Contudo, pouca gente sabe pois a intelligentsia de esquerda bloqueia a sua divulgação. É uma vergonha, pois uma das tarefas principais dos intelectuais — os que se dedicam ao estudo das idéias — deveria ser justamente a de esclarecer a sociedade a respeito das idéias certas a serem adotadas para o bem comum, e advertir do perigo de se aceitar teorias erradas. Mas não é isso que acontece, infelizmente.
Parece que os intelectuais sofrem de uma propensão irreprimível para o socialismo, certamente porque nele vislumbram a chance de empalmar o poder absoluto em causa própria. Em termos marxistas, o próprio marxismo não passa de ideologia, a falsa consciência, que uma classe — a intelligentsia — difunde em função de seus próprios interesses. Essas falsas idéias se propagam e iludem — alienam — as futuras vítimas da classe "revolucionária". É um dever inadiável de todo cidadão consciente denunciar esse esquema podre, desmascarar a falácia socialista e esclarecer a opinião pública na medida de suas possibilidades.
A Escola Austríaca e a refutação cabal do socialismo
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