sexta-feira, 15 de setembro de 2017

ESCRITO POR CARLOS LANA

O ateísmo tem desafios intelectuais interessantes, como dimensionar uma realidade humana sem Deus na equação.
Uma questão decisiva é como o pensamento ateu pode sustentar uma concepção de moral absoluta. 

Todo absoluto é abstrato.
Significa que um determinado ente se define em si próprio.

Entes que dependem de outros para se definir são relativos.

Um triângulo é uma abstração - NÃO EXISTEM TRIÂNGULOS CONCRETOS - que se define em si próprio, uma figura geométrica plana formada por três segmentos de reta e três ângulos que necessariamente somam 180 graus.

Temos aí uma realidade absoluta e abstrata por definição.

Até onde a Moral pode seguir o modelo é um desafio. 

Sem restrições é irrestrito, completo é autoexplicativo, sem limites é ilimitado.
Nada disto especifica o absoluto.

O que define o absoluto seria o "sem condições". É porque é.

Porque um círculo é um círculo?
Um círculo é um círculo porque não depende de condições para se definir. Em qualquer condição, uma sequência infinita, contínua e unívoca de pontos equidistantes de um ponto central é um círculo.
eu defendo que uma moral que não é absoluta, não é moral.

Exemplo: É imoral matar bebês humanos sob quaisquer circunstâncias.

Eu não posso demonstrar o absoluto desta regra, mas defendo que é impossível relativizá-la.
Relativizar esta regra implica demonstrar que em determinada circunstância, matar bebês humanos pode ser moral.
Eu entendo esta hipótese como autocontraditória, e defendo o absoluto da regra pela impossibilidade da relativização.
O que leva a uma discussão sobre a Natureza da Moral.

Uma Moral relativista se fundamenta no princípio que BEM e mal, certo e errado são definidos conforme a circunstância.

Na Moral Absoluta, BEM e mal, certo e errado se definem a partir de uma hierarquia de valores que são imutáveis. As circunstâncias podem, no máximo, estabelecer atenuantes, mas não alterar a hierarquia de valores.
 
ESCRITO POR MEU GRANDE AMIGO CARLOS LANA 

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