Como estou me tratando, achei um artigo para ajudar aqueles que como eu estão passando por tal. VIDEO CLICK AQUI FONTE CLICK AQUI Regulação pelo Vínculo
A regulação pelo vínculo ocorre,
por exemplo, quando a mãe acalma a criança assustada, pegando-a no
colo, dirigindo-lhe palavras num tom de voz sereno, ajudando deste modo a
diminuir a ansiedade e a agitação da criança. Este processo envolve o
estabelecimento de um vínculo com uma comunicação profunda de estados
emocionais, com conexão e não apenas contato.
É comum as pessoas que desenvolvem
Pânico terem tido experiências vinculares traumáticas, que podem
envolver perdas, rompimentos, abandono, etc. Estes traumas
prejudicaram a capacidade da pessoa estabelecer e manter conexões
emocionais profundas, fator essencial para a regulação emocional pelo
vínculo.
Assim a pessoa pode algumas vezes se sentir protegida com a presença de
alguém de sua confiança, mas acaba voltando ao estado de vulnerabilidade
tão logo esta pessoa se afaste ou ela perca a conexão. Há uma precariedade na
conexão vincular que se torna inconstante e frágil.
Há uma
relação significativa entre o Pânico e as crises
de ansiedade disparadas pelas situações de separação na
infância. Uma boa parte das pessoas que desenvolvem Transtorno do
Pânico não conseguiu construir uma referência interna
do outro (inicialmente a mãe) que lhe propiciasse segurança e
estabilidade emocional. Esta falta de confiança pode trazer, em
momentos críticos, vivências profundas de desconexão e desamparo,
disparando crises de pânico.
A experiência do Pânico é muito próxima do desespero
atávico de uma criança pequena que se sente sozinha, uma
experiência limite de sofrimento intenso, de sentir-se exposta ao
devir, frágil, desp
rotegida, sob o risco do aniquilamento e da
morte.
As pessoas com Pânico sofrem com uma falta
de conexão básica, falta de conexão e confiança nos vínculos e falta de
conexão e confiança no corpo, o que leva a uma vivência de insegurança,
com sentimentos de fragilidade, vulnerabilidade e
desamparo.
O
TRATAMENTO
Há
algumas
diretrizes importantes para o tratamento da Síndrome
do Pânico:
1 - Etapa Educativa: compreender o
que é o Pânico, assumindo a atitude
certa para lidar com a ansiedade e
as crises.
Os sintomas do
pânico são intoleráveis enquanto não compreendidos. A crise de
pânico é um estado de intensa ansiedade, na qual o corpo da
pessoa reage como se estivesse sob uma forte ameaça. Compreender este
processo é fundamental para a sua superação. Nesta etapa vamos aprender o que
é a ansiedade, o que ocorre numa crise de pânico, o papel do
curto-circuito emoção-corpo-pensamento na manutenção do pânico, os processos de auto-regulação, de
regulação pelo vínculo, etc.
A compreensão do Transtorno
Pânico e dos Princípios do Tratamento favorece uma atitude construtiva e participativa, assim
como o estabelecimento de uma aliança terapêutica para se
desenvolver um bom trabalho.
2 - Auto-gerenciamento: desenvolvendo
a capacidade de regulação emocional.
A pessoa com pânico precisa desenvolver uma melhor
capacidade de regulação emocional,
aprendendo a influenciar seu estado
emocional, regulando o nível de ansiedade, diminuindo assim o sentimento de vulnerabilidade
e a incidência de novas crises.
Este processo é possível pelo
aprendizado de técnicas de
auto-gerenciamento.
Utilizamos um amplo repertório de técnicas de
auto-gerenciamento que incluem trabalhos respiratórios, técnicas
de direcionamento da atenção, fortalecimento da capacidade de
concentração, técnicas visuais variadas (convergência binocular
focal, percepção de campo etc), reorganização da forma somática através
do Método dos Cinco Passos, técnicas de relaxamento etc.
Estas
técnicas de auto-gerenciamento ensinam à pessoa como influir sobre os seus
estados internos, desenvolvendo a capacidade de auto-regulação.
Através do manejo voluntário dos
padrões somático-emocionais que mantém o estado de pânico pré-organizado - a arquitetura da
ansiedade
- podemos reorganizar e transformar estes padrões que
mantém o gatilho do pânico armado, pronto para disparar novas crises.
Estas técnicas têm uma forte eficácia ao
influenciar, por ação reversa, os centros cerebrais que desencadeiam
as respostas de pânico, diminuindo o nível de ansiedade e a
intensidade das crises.
3 - Aumentar a tolerância à excitação interna.
A pessoa com pânico tende a interpretar
as reações de seu corpo, que fazem parte do estado ansioso,
como se fossem sinais catastróficos, indicadores de um possível perigo, como um
desmaio, um ataque cardíaco iminente, sinal de perda de controle, etc.
É necessário enfraquecer esta associação automática onde a presença de
algumas sensações corporais disparam uma reação automática de ansiedade, a
se inicia o processo que leva ao pânico.
Para ajudar no enfraquecimento desta
associação corpo-perigo e aumentar a tolerância ao que é sentido, utilizamos dois caminhos básicos.
(1) Técnicas de desensibilização, onde
utilizamos exercícios de exposição gradual às sensações corporais
temidas, processo denominado "exposição interoceptiva".
(2) Técnicas de
auto-observação, com
atenção dirigida às reações da ansiedade e criação de um diálogo
com as mensagens emocionais não ouvidas que o corpo está expressando.
Estes recursos ajudam a aumentar a tolerância à excitação interna e na familiarização
com as reações
do corpo, as emoções e sentimentos. É importante a pessoa ensinar ao seu cérebro como as
sensações corporais não são
perigosas, e como a ansiedade é apenas uma emoção que expressa uma expectativa
de perigo, mas não é perigosa em si.
4 -
Desenvolver um "eu observador", permitindo diferenciar-se dos pensamentos
ansiosos.
Sob estado de ansiedade a pessoa é
inundada de distorções cognitivas, com pensamentos que se projetam no
futuro esperando pelo pior e interpretando as sensações em seu corpo
como sinais de perigo iminente.
É importante trabalhar no desenvolvimento da
capacidade de auto-observação identificando e diferenciando-se dos
pensamentos catastróficos que derivam da ansiedade e contribuem para se
criar mais ansiedade.
Neste processo a pessoa
aprende a observar e reconhecer seus padrões de pensamentos e suas
expectativas catastróficas sem ser dominada por eles. Aprende a ancorar o
ego no “eu que observa” e não no tumultuoso “eu que
pensa”.
É importante também desenvolver a
capacidade focalizar a atenção como estratégia para se diminuir
a ansiedade. Quando a pessoa consegue criar presença e focar sua
atenção, a ansiedade diminui significativamente. Para atingir estes
objetivos, utilizamos várias técnicas de auto-observação e
fortalecimento da capacidade de direcionamento da atenção.
5 - Desenvolver a
capacidade de regulação emocional através dos
vínculos.
Além da capacidade de auto-regulação é
importante fortalecer
a
capacidade de se regular pelos vínculos,
o que envolve desenvolver a capacidade de estabelecer e sustentar
conexões profundas e vínculos de confiança. Este processo vai permitir que a pessoa
supere o desamparo que a mantém vulnerável às crises de Pânico.
Neste processo revemos a história de vida de
relacionamentos, incluindo os traumas emocionais que possam ter comprometido
a confiança e potência vincular. Buscamos
ajudar na reorganização dos padrões vinculares em direção a relações
mais estáveis que possam permitir criar uma rede de vínculos e conexões mais
previsíveis, essenciais para a proteção das crises de Pânico.
6 - Elaborar outros processos
psicológicos atuantes
É importante mapear os fatores que estavam
presentes quando a Síndrome do Pânico começou e que podem
ter contribuído
para a eclosão das crises.
Neste contexto podem estar
presentes
ambientes
e eventos estressantes, assim como crises existenciais, crises em relacionamentos,
crises profissionais e transições, como mudanças
de fases da vida, por exemplo. A
desestabilização emocional trazida por estes eventos
poderia produzir estados internos de fragilidade e vulnerabilidade, responsáveis pela eclosão
das primeiras crises de pânico.
Num
nível mais profundo buscamos investigar e trabalhar as
memórias de experiências de vulnerabilidade e traumas que
poderiam estar se reeditando nas experiências atuais de pânico.
Do mesmo modo é importante rever os padrões de relacionamento com
mãe/pai
na infância, pois padrões
ansiosos e ambivalentes de vínculo podem ter uma forte influência sobre
o aparecimento e manutenção de transtornos de ansiedade na vida adulta.
Os
melhores resultados são obtidos por um tratamento que contemple
todos estes objetivos: a compreensão do processo do pânico,
o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, o aumento
da tolerância à excitação interna, o desenvolvimento do eu que
observa,
o desenvolvimento da capacidade de regulação pelo vínculo e a
elaboração dos processos de vida que levaram ao Pânico.
Uma combinação
destes objetivos é a melhor solução para um tratamento eficaz da Síndrome
do Pânico.
Os remédios podem ser recursos
auxiliares importantes para o controle das crises de pânico, trabalhando conjuntamente com a psicoterapia
para ajudar na superação da Síndrome do Pânico.
Porém, há
algumas ponderações sobre a
sua utilização . Primeiro, é necessário ter claro
que os remédios não ensinam. Eles não ensinam à pessoa como
ela própria pode influenciar seus estados internos
e assim a superar o sentimento de impotência
que o pânico traz. Não ensinam a pessoa a compreender
os sentimentos e experiências que desencadeiam as crises de pânico. E não
ajudam a pessoa a perder o medo das reações de seu
corpo e
a ganhar uma compreensão mais profunda de seus sentimentos.
Os remédios - quando utilizados - devem ser vistos como auxiliares do tratamento
psicológico.
Algumas pessoas optam por um tratamento
conjugado de medicação e psicoterapia enquanto outras optam por tratar o
pânico somente com
uma psicoterapia especializada. Na psicoterapia especializada utilizamos técnicas de auto-gerenciamento
– para manejar os níveis de ansiedade e controlar as
crises – e ao mesmo tempo trabalhamos as questões psicológicas envolvidas.
A opção mais precária seria tratar o pânico somente com medicação, visto
que o índice de recaídas é maior quando há somente
tratamento medicamentoso do que quando há também um tratamento psicológico. Os remédios
mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés
de ajudar a pessoa a superá-lo.
Atualmente é possível tratar a pessoa com Síndrome de
Pânico sem a utilização de medicação e temos obtido bons resultados tanto
com pessoas que estão paralelamente tomando medicação como com
aquelas que preferem não tomar remédios.
Superar a experiência da Transtorno de Pânico pode ser uma grande oportunidade de crescimento pessoal, de uma retomada vital e contemporânea do processo psicológico de vida de cada um.
Artur Scarpato
: Psicólogo Clínico (PUC SP). Mestre em Psicologia Clínica pela
PUC SP. Especialização
em
Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da
U.S.P. e em Cinesiologia Psicológica pelo Instituto
Sedes Sapientiae. Desenvolve desde 1995 um tratamento especializado para pessoas com Transtorno do
Pânico.
Artur
Scarpato - Psicologia Clínica
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domingo, 6 de janeiro de 2013
SÍNDROME DO PÂNICO PARTE 2
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