Santander Cultural: liberdade, sim. Com responsabilidade.
Hóstias com dizeres como “vagina” e “língua“; uma imagem de uma criança com a frase “criança viada“; outra com um homem penetrando uma ovelha que é segurada por uma mulher e, por fim, Jesus Cristo na cruz sendo satirizado. Tudo isto num país onde 86,8% da população declaram-se como cristãos, segundo pesquisa de 2010 do IBGE.
E tudo isto bancado, indiretamente, com o nosso dinheiro — que é imposto não pago por empresas — via Lei Rouanet, numa mostra cultural do Banco Santander, em Porto Alegre, e que causou revolta nas redes sociais, provocando o cancelamento da mostra “Queermuseu“. O curador, Gaudêncio Fidélis, que já foi diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 2011, quando Maria do Rosário (PT/RS) era Ministra da Secretaria de Direitos Humanos no governo Dilma Rousseff, e o governador era Tarso Genro (PT/RS), ficou incrédulo com a decisão do Santander de suspender a programação cultural; que iria até o dia 8 de outubro e que oferecia 1000 folders para professores que levassem alunos à exposição e 200 folders para a “baixa renda” via escolas públicas que visitassem a mostra (ver galeria de fotos no fim do texto)
Gaudêncio, como o próprio Santander, ainda não compreendeu que a hegemonia de esquerda, ao menos nas redes sociais, acabou. Felizmente, hoje, há espaço para contestação — para usar uma palavra adorada pelos esquerdistas — e, finalmente, para que se exija o mínimo de respeito.
No discurso oficial dos “progressistas”, todo preconceito deve ser combatido, exceto aquele contra o cristianismo. E, claro, Israel. Não à toa, tudo que vá contra os valores judaico-cristãos, que trouxeram a humanidade até aqui, é bem-vindo. Curiosamente, este pessoal não ofende o islamismo; ao contrário, o romantiza. A destruição da família, chamada de “careta“, é perfeita para que o Estado, e tão somente ele, regule a sua vida. E são eles, os fãs do Estado gigantesco, que tem por hobby fazer mostras culturais lacradoras, que rondam os cargos públicos como formigas atrás do mel.
ALGUMAS IMAGENS DA EXPOSIÇÃO
Além de tudo, chama a atenção o fato de um banco gigantesco como o Santander recorrer à Lei Rouanet para bancar projetos. Este não é o único. O site está aberto para consulta de qualquer cidadão. O banco, capitalista, deve sofrer na pele as represálias do mercado — eu, como cliente, encerrarei minha conta ainda hoje. O banco espanhol, no primeiro trimestre de 2017, aumentou seu lucro mundial graças ao forte crescimento no Brasil. Ou seja: ganham dinheiro em um país majoritariamente cristão e, como forma de agradecimento, fazem escárnio com a fé alheia.ALGUMAS IMAGENS DA EXPOSIÇÃO
Não se trata aqui de estabelecer linhas tênues sobre o que pode ou não pode na arte. Não há um manual para tal, ainda que eu creia na Beleza de que fala Roger Scruton, e cuja profundidade não caberia aqui. Trata-se, pura e simplesmente, de respeitar o limite do próximo e de se compreender o contexto e as circunstâncias de cada cultura. Assim como um artista não chegará na Índia e matará uma vaca para exposição, o mínimo que se pode esperar, no Brasil, é respeito ao Cristianismo. Isso vindo do banco, dos artistas e do curador do evento. Principalmente com o uso de dinheiro do pagador de impostos. Podem dizer que estou afrontando a liberdade, mas o evento não foi privado e, se fosse, ainda poderia ser boicotado legitimamente — sem o uso de violência — já que o respeito ao culto religioso é direito (nenhum direito a menos neste caso?) de cada cidadão brasileiro.
Rapidamente, na guerra de narrativas, o que é simples, desrespeito à fé alheia, vira “homofobia”, “ataques” e coisa de “reacionários”. É preciso, no Brasil, explicar o óbvio: nada, absolutamente nada, tem a ver com o fato da mostra ser “queer“. Se fosse qualquer outra temática, inclusive “straight“, que ofendesse alguma religião, seria igualmente respondida. Não há descontentamento por haver obras que mostrem o homossexualismo, isso é um fato. Aí não há o menor problema. Não há, o que também deveria ser óbvio, falta de reconhecimento a homossexuais talentosíssimos — são incontáveis e portanto não caberiam aqui. Há indignação por pessoas — como eu — que consideraram algumas obras um atentado à religião do próximo. Amanhã, com dinheiro público ou privado, se alguém fizer uma exposição com endeusamento de Hitler e alusão ao nazismo, é justamente o direito de cada indivíduo protestar contra isso que nos “protege”. Aí está a garantia de perpetuação da liberdade. Sempre com responsabilidade.
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