No
meio de um enorme escândalo causado por suas inúmeras viagens privadas
pagas com dinheiro público, o secretário americano da Saúde, Tom Price,
pediu demissão nesta sexta-feira (29) - informou a Casa Branca.
"Price apresentou sua renúncia (...), e o presidente aceitou", declarou a Casa Branca, em um breve comunicado.
Pela
manhã, o presidente Donald Trump já havia dito que tomaria uma decisão
sobre o futuro de Price durante o dia. Embora tenha descrito seu
secretário de Saúde como "um homem excelente", reconheceu que a situação
criada não era de seu agrado.
Há
uma semana, este médico e ex-congressista famoso por suas ardorosas
declarações contra o gasto público está envolvido em uma enorme
polêmica, depois que se descobriu que ele fez pelo menos 26 voos
charter, com um custo de mais de US$ 400 mil para os cofres públicos.
De
acordo com o Departamento de Saúde, todas as viagens de Price foram
oficiais, mas incluíram deslocamentos para locais onde o secretário tem
amigos, ou propriedades.
Entre
estes voos, destaca-se o aluguel de um avião para uma viagem de ida e
volta entre Washington e Filadelfia (uma viagem de pouco mais de meia
hora) por 25 mil dólares, apesar da elevada oferta de voos entre as duas
cidades.
Em um comunicado, Price admitiu que não foi "suficientemente sensível" e disse que devolverá o dinheiro.
"Hoje
mesmo assinarei o cheque para o Departamento do Tesouro dos Estados
Unidos pelos gastos com minhas viagens de voos charter. Os contribuintes
não pagarão um centavo por isto", afirmou.
Investigações ainda estão em curso para determinar se membros de sua família também se beneficiaram desses voos.
Além
desse escândalo, a posição de Price no gabinete já estava bastante
enfraquecida diante de sua incapacidade de servir como interlocutor do
governo com o Congresso para conseguir revogar e substituir o chamado
"Obamacare".
No
Congresso, Price enfrentou de forma enérgica a aprovação do atual
sistema, mas não conseguiu articular um número suficiente de votos para
que o Legislativo apoiasse uma solução alternativa.
"É
melhor que Tom (Price) consiga os votos, ou lhe direi: 'Tom, você está
demitido'", declarou Trump, aparentemente em tom de brincadeira, em
julho passado. Desde então, sua posição foi ficando cada vez mais
frágil.
O
diretor da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês),
Scott Pruitt, também se encontra sob pressão para explicar o uso
contínuo de voos charter.
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