Além de uma conferência com o príncipe, a camponesa obteve o que parecia impossível: seu próprio exército, de cerca de 7 mil homens, e a autorização real para marchar até Orléans (a 130 km de Paris) e livrá-la do cerco inglês.
Antes disso, porém, o rei havia pedido uma investigação, garantindo que tivesse um passado ilibado. O que era extremamente importante: se ela tivesse qualquer coisa que pudesse ser ligada pelos franceses à bruxaria, qualquer vitória com seu apoio condenaria o próprio príncipe. O resultado é que ela era mesmo apenas uma camponesa virgem e muito religiosa. Assim, montada num cavalo branco, a Donzela, como chamou a si própria, inspiraria os franceses em sua libertação do domínio estrangeiro.
Os ingleses, porém, não tardaram a chamá-la de vaqueira. De fato, Joana D’Arc havia, até então, apenas montado nas costas do gado do pai. Nunca usara uma armadura, jamais estudara táticas de guerra e nem sequer tinha visto um combate. No entanto, nada disso a intimidava. A prova é uma carta sua endereçada ao alto-comando inglês, pouco antes de invadir Orléans, na qual se afirmava chefe de guerra (posição que não lhe fora dada) e emissária de Deus. “Rei da Inglaterra”, dizia ela no comunicado, “se não entregardes o que haveis tomado e violado na França, vos matarei a todos.”
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